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BRASIL E ALEMANHA PeSQUISAM MERCOSUL E CULTURA SIMpósio INternacional

BRASIL E ALEMANHA PeSQUISAM MERCOSUL E CULTURA SIMpósio INternacional. Porto Alegre – 11 de agosto de 2011 – Goethe-Institut. São Paulo - 08 de agosto de 2011 – Goethe-Institut. Motes de um Projeto

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BRASIL E ALEMANHA PeSQUISAM MERCOSUL E CULTURA SIMpósio INternacional

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  1. BRASIL E ALEMANHA PeSQUISAMMERCOSUL E CULTURASIMpósioINternacional Porto Alegre – 11 de agosto de 2011 – Goethe-Institut São Paulo - 08 de agosto de 2011 – Goethe-Institut

  2. Motes de um Projeto Dos limites geopolíticos a possibilidades de novos horizontes socioculturais • um processo de interação continuada que antecede e sobrepassa determinações governamentais e caracteriza o Mercosul cultural Da fantasia sobre o homem do campo, “Monarca das Coxilhas”, à realidade do “gaúcho a pé” • um trajeto da literatura sul-rio-grandense do regionalismo ao localismo, sem perder características de literatura fronteiriça fronteiras culturais E Literatura fronteiriça - Porteira Fechada, de Cyro Martins

  3. Em decorrência da globalização, menos que conflitos, as interfaces de países e regiões podem ser potencializadas; surgem possibilidades de expansão que delimitações geopolíticas não permitiriam. A região que compreende parte do Estado do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina - Campanha ou Pampa - é exemplo de espaço privilegiado que, embora rico em especial para a agropecuária, suas cidades pouco prosperam social, econômica e culturalmente. Em que medida o MERCOSUL tem contribuído para o desenvolvimento efetivo da região? Há um impedimento básico para o desenvolvimento das cidades fronteiriças aí situadas: talvez por estarem na periferia dos respectivos países, elas se tornaram desmerecidas, à parte dos pólos catalisadores e centralizadores culturais. No entanto, os laços brasileiros com os platinos são históricos e, apesar dos inevitáveis percalços, subsistem de forma harmoniosa e amadurecem vínculos, ao ritmo lento do passar do tempo nessas cidades. Isso acontece mais pelo convívio natural do que pela consciência de ser essa uma condição propícia para valorização, criação e incremento de uma produção cultural que revigore esses lugares. Algo tão importante ou mais que demandas oficiais como as do MERCOSUL, diretamente ligadas a interesses político-econômicos. A QUestão fronteiriça HOJE

  4. Investir no fortalecimento cultural de uma região enfraquecida pela precariedade de condições de vida pode parecer paradoxal, mas esse investimento se baseia no princípio da auto-estima: (re)conhecendo-se, as comunidades podem aprender a se valorizar e a criar alternativas, de sobrevivência cultural - envolvendo educação, saúde, habitação e demais benesses do bem-estar social -, que podem levar à expansão e conquista de novos espaços, tal processo beneficiando o desenvolvimento geral. por um mercosul cultural

  5. Gaúcho - uma criação do imaginário poético rom ântico do “Partenon Literário” (séc. xix) que sobrevive nos galpões dos ctgs espalhados pelo mundo "La dura vida impuso a los gauchos la obligación de ser valientes", diz Jorge Luis Borges ou um marginal, que perdeu seu cavalo e a terra, desvalido diante da realidade adversa ?

  6. Origens de Projetos Conjuntos

  7. No Entretanto dos Tempos: literatura e história em João Simões Lopes Neto (doutorado) , de Ligia Chiappini ( 1978) Regionalismo e Modernismo no Rio Grande do Sul (mestrado) , de Ligia Chiappini ( 1988) Agonia do Heroísmo- contexto e trajetória de Antônio Chimango, (mestrado), de Maria Helena Martins

  8. ................................... Estavam ali reunidos, num boliche de fim de rua de cidadezinha, quatro indivíduos que se emborrachavam juntos quase todas as noites e que não eram amigos. A noite estava abafada e os seus rostos mais pesados que habitualmente. Havia qualquer coisa grave suspensa sobre eles. Mostravam-se mais ensimesmados que em qualquer ocasião. Mas nenhum deixava transparecer a causa das suas apreensões. Cada qual vivia para si o seu drama. Guedes, o homem de olhar bom, barbudo e encurvado, que se achava sentado defronte ao capitão, meditava na sua história, no destroço da sua vida. Cada anoitecer o encontrava mais desgraçado. PorteiraFechada (1944) CyroMArtins Cyro Martins . Porteira fechada (1944). Porto Alegre: Movimento; 2008. p.117-118. 11ª. Edição

  9. Ele não contava o princípio da sua decadência pelo dia em que se mudara pra cidade. Datava-o do dia em que, indo a trote pela estrada, evitando as pedras para poupar o cavalo, sem avistar ninguém, nem no corredor nem nos campos, os seus olhos ardidos do solaço deram com um rombo no aramado. Perto, viu uma ponta de ovelhas esparramadas na encosta duma coxilha. Quase sem pensar, deu de rédeas ao cavalo e entrou na invernada. Contou uma pontinha de ovelhas, entre as quais as suas vistas campeiras destacaram logo um capão lanudo e gordo. Repontou-as no rumo dum baixo, onde corria uma sanga de barro. Ariscas, algumas sentavam. Deixava que se escapassem, como um refugo proposital. Por fim, sobraram o capão e uma ovelha velha. Foi aí que cerrou perna, esquecido de tudo. Cyro Martins . Porteira fechada (1944). Porto Alegre: Movimento; 2008. p.117-118. 11ª. Edição

  10. A ovelha logo debruçou entre as macegas, estafada. Mas o capão tinha graxa e gambeteava com agilidade, forçando-o a bruscas esbarradas. Queria atropelá-lo contra um barranco. Lastimava-se de não trazer consigo um laço. Não desanimava, porém. Pelo contrário, encarniçava-se cada vez mais, embora começasse a sentir canseira e a notar que o montado se esfalfava. E nessa teimosia foi correndo sanga abaixo, como nos tempos de guri arteiro, e ziguezagueando, até chegar ao ponto em que o animal apenas troteava. Boleou-se do cavalo, então, e saiu num frenesi, errando manotaços na lã crescida e crivada de flechilha do capão rome. Enraivecera-se. Por nada desistiria da caça. Num dado momento o animal meteu as mãos num buraco e caiu. Ele, correndo muito perto, rolou por cima e não teve tempo de agarrá-lo. Desesperado, apedrejou-o, como que apedrejasse um bicho desprezível. Acertou-lhe na cabeça. O capão testavilhou e rodou logo adiante. Suado, exausto e furioso, João Guedes arrancou da faca e sangrou-o como quem sangrasse um inimigo. Cyro Martins . Porteira fechada (1944). Porto Alegre: Movimento; 2008. p.117-118. 11ª. Edição

  11. Quando se viu na estrada, à noitinha, carregando a presa atravessada na garupa e sentindo a ardência no peito, dor na lagarta das pernas e suor gelado na testa, horrorizou-se do que fizera e jurou jamais repetir semelhante façanha. Entretanto, instigado pelas próprias necessidades e pelo conluio encorajador com o Fagundes, recaiu uma e outra vez, até o flagrante em que foi preso. Fazia agora dois meses que se achava em liberdade, porém se considerava mais prisioneiro que nunca. Tinham sido dois meses terríveis, esses. Perdera a filha, vendera o cavalo, vendera os arreios, Maria José secava dia a dia, passavam fome. Na véspera, percorrera a cidade à cata duma changa qualquer. Tratara a limpeza dum sítio por oito mil réis. Compreendia que não era serviço pra um homem da sua idade e no seu estado. Talvez caísse no meio das ervas... Depois disso, qual seria o seu próximo passo? ............................... Cyro Martins . Porteira fechada (1944). Porto Alegre: Movimento; 2008. p.117-118. 11ª. Edição

  12. Ilustração de Nelson Jungbluth

  13. E-mail: celpcyro@celpcyro.org.br www.celpcyro.org.br

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