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1. INTRODUÇÃO

A AGROINDÚSTRIA FAMILIAR COMO UMA ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DE NOVIDADES NA AGRICULTURA: uma análise comparativa entre Sul e Nordeste do Brasil Norma Kiyota (IAPAR) Marcio Gazolla (UFSM) Nildete Maria da Costa Ferreira (UFRN) Gelson Pelegrini (URI) Luis Alberto Cadoná (UFSM)

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1. INTRODUÇÃO

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  1. A AGROINDÚSTRIA FAMILIAR COMO UMA ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DE NOVIDADES NA AGRICULTURA: uma análise comparativa entre Sul e Nordeste do Brasil Norma Kiyota (IAPAR) Marcio Gazolla (UFSM) Nildete Maria da Costa Ferreira (UFRN) Gelson Pelegrini (URI) Luis Alberto Cadoná (UFSM) Miguel Ângelo Perondi (UTFPR) Audrey M. Leonardi de Aguiar (UTFPR) Campina Grande – PB 07 de Maio de 2010

  2. 1. INTRODUÇÃO • ► Estudo comparativo das agroindústrias familiares entre a realidade do Sul do país (Médio Alto Uruguai - RS e Sudoeste - PR) e o Nordeste do país (Sertão de Apodí - RN); • ►Objetivou analisar as unidades agroindustriais do ponto de vista da: • A produção de novidades; • Os efeitos sobre o grupo familiar; • A construção social dos mercados; • As instituições e organizações; • Os resultados gerados na economia local; • Questões relativas ao desenvolvimento rural;

  3. 2. DEFININDO AS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES... Segundo Mior (2005, p. 191): “A agroindústria familiar rural é uma forma de organização em que a família rural produz, processa e\ou transforma parte de sua produção agrícola e\ou pecuária, visando, sobretudo, à produção de valor de troca que se realiza na comercialização. Enquanto o processamento e a transformação de alimentos ocorre geralmente na cozinha das agricultoras, a agroindústria familiar rural se constitui num novo espaço e num novo empreendimento social e econômico”. Segundo Pelegrini e Gazolla (2008, p. 78): “Entende-se a agroindústria familiar como uma atividade de produção de produtos agropecuários com conseqüente transformação destes em derivados alimentares de diversos tipos, ocorrendo, nesse processo, a agregação de valor ao produto final. Além disso, deve-se ressaltar que nestes empreendimentos há grande relevância do trabalho e da gestão por parte do próprio núcleo familiar que é que empresta sentidos, significados e as estratégias que serão adotadas nesta atividade”.

  4. 3. TEORIA SOCIAL E ECONÔMICA PARA O ESTUDO DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES • ► A PERSPECTIVA ORIENTADA AOS ATORES (POA) – trabalhos de Norman Long (2001; 2006) e de Long e Jan Douwe van der Ploeg (1994): • Ênfase na agência (agency) dos atores sociais; • Perspectiva meso de análise dos processos sócio-econômicos e dos repertórios culturais; • Abordagem relacional e das interfaces dos atores; • Enfatiza os processos de conhecimento, poder e redes sociais dos atores;

  5. 3. TEORIA SOCIAL E ECONÔMICA PARA O ESTUDO DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES • ► A ABORDAGEM DA PRODUÇÃO DE NOVIDADES (novelty production) – Livro organizado por Wiskerke e Ploeg (2004) e outros autores: • Busca (re)definir as novidades como diferentes das inovações do modelo da modernização agrícola; • Novidades seriam baseadas no conhecimento tácito e contextual dos agricultores e dos outros atores sociais com quem estes se relacionam; • Novidades “nascem” no processo de trabalho dos agricultores, estão ligadas a suas práticas, aos seus recursos e aos ecossistemas locais; • Podem ser: novos produtos, processos, mercados, organizações, tecnológicas, combinações de atividades, práticas novas, etc.;

  6. 3. TEORIA SOCIAL E ECONÔMICA PARA O ESTUDO DAS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES Figura 1: As principais diferenças entre as inovações e a produção de novidades Fonte: Oostindie e Broekhuizen (2008)

  7. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADOS Sul - Região do Médio Alto Uruguai do Rio Grande do Sul Pesquisa CAAF (2006) – estudo de 106 agroindústrias familiares Agroindústria da Família Magalski (produção de derivados de frutas e hortaliças):

  8. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADOS Sul - Região do Médio Alto Uruguai do Rio Grande do Sul Agroindústria da Família Vitalli (produção de derivados de cana de açúcar):

  9. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADAS Sul - Sudoeste do Paraná Laticínio Alto Alegre (queijos e manteiga)

  10. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADASSul - Sudoeste do ParanáLeite Aprove pasteurizado com SIM • Informe as idéias principais de sua apresentação

  11. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADASSul - Sudoeste do ParanáIogurte Celena com SIP

  12. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADASSul - Sudoeste do ParanáQueijo colonial Capra com SIM • Informe as idéias principais de sua apresentação

  13. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADASSul - Sudoeste do ParanáQueijo colonial Três Irmãos com SIM • Informe as idéias principais de sua apresentação

  14. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADASSul - Sudoeste do ParanáLeite não pasteurizado (informal) • Informe as idéias principais de sua apresentação

  15. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADAS No Nordeste (Rio Grande do Norte – Região de Apodí)

  16. 4. OS CASOS E AS REGIÕES ESTUDADAS No Norte (Rio Grande do Norte – Região de Apodí):

  17. 5. AS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES E AS NOVIDADES: uma comparação Sul e Nordeste ► Dois elementos são “starters” das experiências: as agroindústrias familiares surgem a partir da produção para o autoconsumo e dos conhecimentos existentes nas famílias rurais nas três regiões estudadas; ► A agroindustrialização surge como uma alternativa ao processo de squeeze da agricultura (PLOEG, 2000; 2008) e pode ser considerada a maior das novidades produzidas pelos agricultores; ► Experiências iniciam nas propriedades dos agricultores de forma bastante precárias e artesanais e depois vão ganhando espaço nos mercados, frente aos consumidores e perante as instituições locais; ► As atividades de agroindustrialização artesanais (“agroindústria caseira”) surgem nas famílias (o pioneirismo na atividade) e somente mais tarde as instituições e as políticas públicas vão apoiá-las com assistência técnica, infraestrutura, frente as legislações, na melhoria da qualidade dos produtos, no conhecimento sobre processamento dos produtos, etc.;

  18. 5. AS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES E AS NOVIDADES: uma comparação Sul e Nordeste ► A estratégia da agroindustrialização é viabilizada nas famílias com base numa divisão social do trabalho, baseada no sexo, idade e ambiente interno e externo das unidades agroindustriais e na ocupação da força de trabalho familiar, criando oportunidades para os jovens; ► Nas experiências coletivas, as informações sobre tecnologias, mercados, preços, custos, conhecimentos e gestão se concentram nos administradores e nas individuais este processo é mais horizontalizado e construído entre os membros das famílias; ► O “grau de enraizamento” das experiências pesquisadas é diferenciado nas três regiões investigadas; ► A atividade agroindustrial gerou aumento de produção nas propriedades rurais, diversificação econômica e produtiva e certa dinamização na economia local/regional;

  19. 5. AS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES E AS NOVIDADES: uma comparação Sul e Nordeste ► As novidades produzidas nas agroindústrias familiares são cíclicas e com um processo de retroalimentação, podendo formar as teias de novidades(webs novelties) (STUIVER et all, 2004; STUIVER, 2008; PLOEG et all, 2004); ► A atividade de agroindustrialização exigiu a construção de novos conhecimentos tácitos e contextuais e a busca de informações, em que houve a contribuição de outros atores sociais, organizações e instituições locais (em uma perspectiva relacional); ► Houve significativa melhoria da auto estima das famílias, das rendas e da qualidade de vida das famílias rurais envolvidas nas experiências; ► Em Apodí – RN iniciou-se um manejo mais sustentável da atividades apícolas, trazendo efeitos positivos no meio ambiente, em outras culturas, em termos das floradas, manejo de resíduos, da floresta;

  20. 5. AS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES E AS NOVIDADES: • uma comparação Sul x Nordeste • ► Há boas expectativas das famílias em relação ao futuro da atividade agroindustrial (PELEGRINI E GAZOLLA, 2008): • 77,4% destas querem ampliar a atividade; • 20,8% querem manter como está; • E, somente 1,9% querem parar com a atividade agroindustrial; • ► A agroindústrias inserem-se muito mais no contexto local/regional e desenvolvem relações com várias instituições, interfaces com as políticas públicas e até “criam” organizações próprias (Ex.: cooperativas territoriais como Ploeg (2008) se refere); • ► Agroindústrias buscam um processo de construção autônoma dos seus próprios mercados e de diversificação destes mercados (segundo um agricultor “a ideia é não colocar todos os ovos numa mesma sexta”); • ► Estes mercados são caracterizados na sua grande maioria como de relacionamento “face a face” (RENTING et all, 2003), de proximidade e embeddedness nas relações sociais dos agricultores e outros atores;

  21. 5. AS AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES E AS NOVIDADES: • uma comparação Sul x Nordeste • ►Principais novidades produzidas nas experiências: • A principal seria a troca das atividades anteriores pela agroindustrialização; • Novidades de produtos e processos diferenciados (Ex.: um produto agroecológico – uma geléia ou outro doce de frutas, mel orgânico e em caixotes, etc.); • Criação de novas organizações sociais (E.: as associações de agroindústrias e as cooperativas territoriais); • Construção de novos mercados pelos agricultores e outros atores sociais; • Os novos conhecimentos e informações retroalimentando a atividade de agroindustrialização; • Inventividade de novas máquinas, equipamentos e utensílios agroindustriais;

  22. 6. QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DAS AGROINDÚSTRIAS AO DESENVOLVIMENTO RURAL? ALGUMAS Questões? ► Geração de um maior valor agregado a própria matéria-prima produzida? Será? ► Ainda há poucos efeitos e resultados sobre a economia e os mercados locais/regionais. E, também uma dificuldade em analisar (medir e quantificar) isso; ► Políticas públicas e instituições (Estado) ainda não conseguem atender de forma satisfatória as demandas dos agricultores familiares nestas experiências: problemas frente as legislações, de escala, de inadequação de instalações e equipamentos, dos conhecimentos repassados, etc. Ex.: as dificuldades em implantação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA);

  23. 6. QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DAS AGROINDÚSTRIAS AO DESENVOLVIMENTO RURAL? ALGUMAS Questões? ► Muitos agricultores não fazem questão de se legalizarem frente as agências e instituições do Estado devido aos maiores custos de produção e de transação que estão por trás do processo de legalização; ► Essas agroindústrias possuem um caráter transversal e formam “redes” com outras experiências estudadas no projeto IPODE, como por exemplo: construção social dos mercados, PAA e comercialização, a idéia das instituições e das políticas públicas, a agroecologia, etc.;

  24. 7. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS... LONG, N. and PLOEG J. D. van der. Heterogeneity, actor and structure: towards a reconstitution of the concept of structure. In: BOOTH, D. (ed). Rethinking Social Development: theory, research and practice. England, Longman, p. 62-90, 1994. LONG, N. Development sociology: actor perspectives. Routledge, 285p., 2001. __________ Sociologia Del Desarollo: uma perspectiva centrada em el ator. Coleción Investigaciones: México. 504 p., 2006. PELEGRINI, G.; GAZOLLA, M. A AGROINDÚSTRIA FAMILIAR NO RIO GRANDE DO SUL: Limites e potencialidades a sua reprodução social. Editora da URI: Frederico Westphalen – RS, 197 p., 2008. PLOEG, Van der J. D. O modo de produção camponês revisitado.0 In: SCHNEIDER, S. (Org.). A diversidade da agricultura familiar. Editora da UFRGS: Porto Alegre – RS, pp. 13-56, 295p., 2006. (Coleção Estudos Rurais). __________ Camponeses e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Editora da UFRGS: Porto Alegre – RS. 372p., 2008. (Coleção Estudos Rurais). RENTING, H.; MARSDEN, T. K.; BANKS, J. Understanding alternative food Networks: exploring the role of short food supply chains in rural development. Environment and Planning. V. 35, pages 393 - 411, 2003. STUIVER, M. The power of Experience: Farmer´s Knowledge and Sustainable Innovations in Agriculture. In: PLOEG, J. D. van der; WISKERKE, J.S.C. Seeds of transition: Essays on Novelty production, Niches and Regimes in Agriculture. Assen: Van Gorcum, p. 93-117, 356p. 2004. WISKERKE, J. S. C. and PLOEG, van der J. D. Seeds of Transition: Essays on Novelty production, Niches and Regimes in Agriculture. Assen: Royal van Gorcum, 356 p., 2004.

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