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SOFRIMENTO PSÍQUICO

SOFRIMENTO PSÍQUICO Em muitos momentos de sua vida uma pessoa pode viver situações difíceis e de sofrimento tão intenso, que pensa que algo vai arrebentar dentro de si, que não vai suportar, que vai perder o controle sobre si mesma... que vai enlouquecer.

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SOFRIMENTO PSÍQUICO

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Presentation Transcript


  1. SOFRIMENTO PSÍQUICO • Em muitos momentos de sua vida uma pessoa pode viver situações difíceis e de sofrimento tão intenso, que pensa que algo vai arrebentar dentro de si, que não vai suportar, que vai perder o controle sobre si mesma... que vai enlouquecer. • Isto pode ocorrer quando se perde alguém muito próximo e querido, em situações altamente estressantes, em que o indivíduo se vê com muitas dúvidas e não percebe a possibilidade de pedir ajuda e/ou resolver sozinho tal situação. • A pessoa, então, busca a superação desse sofrimento, o restabelecimento de sua organização pessoal e de seu equilíbrio, isto é, o retorno às condições anteriores de rotina de sua vida, em que não tinha insônia, não chorava a toda hora, não tinha os medos que agora tem, por exemplo. Embora o sofrimento seja intenso, não é possível falar de doença nessas situações. É necessário ter muito cuidado para não patologizar o sofrimento. • Situações como essas, todos nós podemos vivê-las em algum momento da vida e, nessas circunstâncias, o indivíduo necessita de apoio de seus grupos (família, trabalho, amigos), isto é, que estes grupos sejam continentes de seu sofrimento e de suas dificuldades e que não o excluam, não o discriminem, tornando ainda mais difícil o momento que vive.

  2. Além do apoio do grupo, o indivíduo pode necessitar de uma ajuda psicoterápica, no sentido de suporte e facilitação da compreensão dos conteúdos internos que lhe causam o transtorno, o que poderá levá-lo a uma reorganização pessoal quanto a valores, projetos de vida, a aprender a conviver com perdas, frustrações e a descobrir outras fontes de gratificação na sua relação com o mundo. • Neste modo de relatar e compreender o sofrimento psíquico, fica claro que o critério de avaliação é o próprio indivíduo e seu mal-estar psicológico, isto é, ele em relação a si próprio e à sua estrutura psicológica, e não o critério de adaptação ou desadaptação social. • Esse indivíduo que sofre pode estar perfeitamente adaptado, continuar respondendo a todas as expectativas sociais e cumprir todas as suas responsabilidades. Ao mesmo tempo, pode-se encontrar um outro indivíduo, que, mesmo sendo considerado socialmente desadaptado, excêntrico, diferente, não vivencia, neste momento de sua vida, nenhum sofrimento ou mal-estar relevante. O indivíduo consegue lidar com suas aflições intensas encontrando modos de produção que canalizam este mal-estar de forma produtiva e criativa. • Assim, embora o sofrimento psicológico possa levar à desadaptação social e esta possa determinar uma ordem de distúrbio psíquico, não se pode, sempre, estabelecer uma relação de causa e efeito entre ambos. Isto torna questionável a utilização exclusiva de critérios de adequação social para a avaliação psicológica do indivíduo enquanto normal ou doente.

  3. Abordar a questão da doença mental, neste enfoque psicológico, significa considerá-la como produto da interação das condições de vida social com a trajetória específica do indivíduo (sua família, os demais grupos e as experiências significativas) e sua estrutura psíquica. • As condições externas (poluição sonora e visual intensas, condições de trabalhos estressantes, trânsito caótico, índices de criminalidade, excesso de apelo ao consumo, perda de um ente muito querido) devem ser entendidas como determinantes ou desencadeadoras da doença mental ou propiciadoras e promotoras da saúde mental, isto é, da possibilidade de realização pessoal do indivíduo em todo os aspectos de sua capacidade. • NORMAL X PATOLÓGICO • O que é normal? Responder a isso significa dizer que determinada áreas de conhecimento científico estabelecem padrões de comportamento ou de funcionamento do organismo sadio ou da personalidade adaptada. Esses padrões ou normas referem-se a médias estatísticas do que se deve esperar do organismo ou da personalidade, enquanto funcionamento e expressão. • Essas idéias ou critérios de avaliação constroem-se a partir do desenvolvimento científico de uma determinada área do conhecimento e, também, a partir de dados da cultura e do comportamento do próprio observador ou especialista, que nesse momento avalia este indivíduo e diagnostica que ele é doente.

  4. O conceito de normal e patológico é extremamente relativo. Do ponto de vista cultural, o que numa sociedade é considerado normal, adequado, aceito ou mesmo valorizado, em outra sociedade ou em outro momento histórico pode ser considerado anormal, desviante ou patológico. • A questão da normalidade acaba por desvelar o poder que a ciência tem de, a partir do diagnóstico fornecido por um especialista, formular o destino do indivíduo rotulado. Isso pode significar não passar pela seleção de um emprego, perder o pátrio poder sobre os filhos, ser internado em um hospital psiquiátrico e, a partir disso, ter como identidade fundamental a de louco. • Falar em doença implica pensar em cura. A cura, no caso da doença mental, varia conforme a teoria ou o modelo explicativo usado como referencial e, desta forma, pode ser centrada no medicamento, na hospitalização, na psicoterapia. • Falar em doença implica pensar, também, em prevenção. A prevenção da doença mental significa criar estratégias para evitar o seu aparecimento. Por analogia, seria como dar a vacina anti-sarampo para que a criança não tenha a doença. A prevenção implica sempre ações localizadas no meio social, isto é, os dados de uma pesquisa podem demonstrar que determinadas condições de trabalho propiciam o aparecimento de um certo distúrbio de comportamento. Procura-se, então, interferir naquelas condições específicas de trabalho (no barulho, por exemplo), no sentido de evitar que outros indivíduos venham a apresentar o mesmo distúrbio.

  5. Falar em saúde, então, significa pensar e promoção da saúde mental, que implica pensar o homem como totalidade, isto é, como ser biológico, psicológico e sociológico e, ao mesmo tempo, em todas as condições de vida que visam propiciar-lhe bem-estar físico, mental e social. • Nessa perspectiva, significa pensar na pobreza, que determina condições de vida pouco propicias à satisfação das necessidades básicas dos indivíduos, e, ao mesmo tempo, pensar na violência urbana e no direito à segurança; no sistema educacional, que reproduz a competitividade da nossa sociedade; na desumanização crescente das relações humanas, que levam à coisificação do outro e de nós próprios. • Pensar tudo isso significa pensar na superação das condições que desencadeiam ou determinam a loucura. Como cidadãos, é preciso compreender que a saúde mental é, além de uma questão psicológica, uma questão política, e que interessa a todos os que estão comprometidos com a vida. • PSICOSSOMÁTICA • Psicossomática é uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde, é um campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma prática. • Hoje, o termo psicossomática está mais restrito à visão ideológica deste movimento e às pesquisas que se fazem destas idéias, ou seja, sobre a relação mente-corpo, sobre os mecanismos de produção de enfermidades, sobre os fenômenos de estresse.

  6. Hoje, a gama de atividades do que se chama Psicossomática abrange o ensino ou prática de todo tipo de fenômenos de saúde e de interações entre pessoas, como as relações profissionais-pacientes, as relações humanas dentro de uma família ou de uma instituição de saúde, a questão das doenças agudas e crônicas, o papel das reações adaptativas ao adoecer, à invalidez, à morte, os recursos terapêuticos extraordinários. • A Psicossomática, atualmente, traz para o pensamento médico-científico e para a prática essencial, a idéia de que o importante é tratar doentes e não doenças. • Impõe-se a noção de homem como unidade psicossomática. Assim, o paciente deve ser encarado não como simples máquina que precisa de reparo, mas como ser necessitado que pede ajuda e proteção. O que se chama de “quadro clínico” não é o retrato de um homem jogado no leito, é um quadro de um paciente rodeado pelo lar, pelo trabalho, pelos parentes, pelas alegrias, pelas mágoas, pelas esperanças e pelos temores. • O PROBLEMA DA DOR • A dor e o medo são provavelmente os mais primitivos sofrimentos do homem, diante dos quais, ao contrário do que ocorria com o frio e a fome, ele ficava totalmente impotente. • A doutrina dos cinco sentidos tal como conhecemos hoje, atribuída a Aristóteles, não faz menção à dor. Platão, antes dele, coloca a dor e o prazer lado a lado como paixões da alma.

  7. Nada estranho se considerarmos que ao contrário da visão, por exemplo, a dor não possui um órgão individualizado de percepção nem é restrita a uma parte do corpo, mas abrange-o na sua totalidade. • Vários estudiosos do século XX voltaram a considerar o componente psicológico ou reativo da sensação dolorosa, reconhecendo a emoção como fator importante da dor, mantendo, entretanto, a dualidade entre sensação e reação emocional. • De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor é uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, associada com lesão real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos dessa lesão. • Significa que, na ausência de lesão tecidual, o paciente com dor interpreta seu sofrimento como se houvesse aquela lesão. • Em outros termos: sempre existe dor quando alguém se queixa de dor. • A simbolização da dor ocorre em três níveis: • Ela constitui um sinal registrado pelo ego de que se acha em curso uma ameaça à integridade estrutural ou funcional do organismo. • Ao verificar-se que a experiência pode ser repartida, isto é, comunicada a outra pessoa, faz da dor um meio de pedir ajuda. • A dor não mais denota uma referência ao corpo, mas pode, isso sim, expressar queixa, ataque, aviso de perda iminente do objeto. A dor pode ser utilizada para manipular os outros, ou como forma de aliviar a culpa por alguma falta real ou imaginária.

  8. A dor pode ser uma forma de aviso, de alarme para o organismo, uma espécie de “algo está errado comigo”. • Quando alguém se apresenta ao médico queixando-se de dor, há, em princípio, 50% de probabilidade de que essa dor seja psicogênica, isto é, um tipo de dor que não depende de uma lesão tecidual, atual ou pregressa. • O tratamento das dores psicogênicas esbarra num primeiro obstáculo que é a incapacidade de o paciente aceitar que em sua queixa há participação de fatores emocionais. • Tal situação torna difícil o encaminhamento para o psicólogo, quando essa parece ser a atitude adequada, e deteriora a relação médico-paciente, pois o enfermo sente-se rejeitado e desprezado pela sugestão do clínico. • Por outra parte, se o médico, seja pela insistência do doente, seja pela sua própria insegurança diagnóstica, aceita a dor como orgânica e procura esgotar todos os meios semiológicos. • O mais importante, em primeiro lugar, acreditar que realmente o doente tem dor e que isso deve ser escutado pacientemente, ao tempo em que o clínico de forma imperceptível vai orientando a entrevista para os aspectos pessoais do enfermo.

  9. Questões • O sofrimento psíquico sempre reflete na vida social do individuo? Explique. • O que é doença psicossomática? • Qual a melhor forma de atender um paciente que se queixa de dor? • Explique a frase: “Devemos tratar o doente e não a doença”. • Em um ambiente hospitalar, em que o médico atende, o tempo todo, lesões graves e doenças aparentes, um paciente com uma doença psicogênica é visto como “alguém que atrapalha”. Se este profissional tratar o paciente desta forma, o que pode acontecer com este paciente?

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