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Olhar estrangeiro

Olhar estrangeiro. Aula 4 – Historia do Brasil Independente I – Marcos Napolitano. Viagem e narrativa. Os viajantes e cronistas estrangeiros, desda a colônia, construíram uma narrativa fundacional – visual e escrita - sobre o Brasil e tornaram-se referência para a elite pós-independência.

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Presentation Transcript


  1. Olhar estrangeiro Aula 4 – Historia do Brasil Independente I – Marcos Napolitano

  2. Viagem e narrativa • Os viajantes e cronistas estrangeiros, desda a colônia, construíram uma narrativa fundacional – visual e escrita - sobre o Brasil e tornaram-se referência para a elite pós-independência. • Tradição que remonta ao século XVI – Jean de Lery (Viagem à terra do Brasil), Pero Gandavo, Fernão Cardim, Antonil (Cultura e Opulência do Brasil pelas suas drogas e minas). • A narrativa literária pode ser tomada como uma cartografia (Flora Sussekind), um “mapa narrativo”.

  3. Matrizes intelectuais • Existem três matrizes básicas para os viajantes do Império: • Iluministas (A.Humbolt). • Românticos (Rosseau, Herder) • Utilitaristas/ Cientificistas (mais predominantes na segunda metade do XIX).

  4. Padrões narrativos • Padrão narrativo período colonial (conforme FRANÇA, Jean – UNESP): descrição da região litorânea (posto que estavam proibidos de irem ao interior); omissos ou pouco simpáticos aos índios; informações práticas sobre portos e riquezas potenciais, análise do mundo “físico e moral” que os portugueses estavam construindo na América. Padrão dual: “terra rica (mas perigosa e insalubre)” X “povo indolente e inculto (mas exótico)”. Era freqüente a interferência do imaginário das viagens ao oriente, desde Marco Polo, nas narrativas sobre as “índias ocidentais” até o século XVII: busca do paraíso terrestre (conforme cena bíblica – muitas árvores, águas, flores, clima agradável), olhar missionário-cristão, narrativas fabulosas, seres imaginários (homens acéfalos, amazonas, ciclopes, . • Depois de 1808: abertura dos portos (“o novo descobrimento” conforme Sérgio Buarque) – liberdade de expedições ao interior; mais diversificação nacional dos relatos. Padrão dual, entretanto, ainda permanecia. A partir do século XVIII (e XIX, sobretudo) a visão do paraiso de clima ameno, flora e fauna abundantes e terras férteis (“em se plantando tudo dá”) e passa a dar lugar ao “inferno tropical, quente e úmido” e das cidades-vilas caóticas.

  5. Expedição Spix & Martius • - Spix e Martius – Patrocinado pelo Rei José I, da Baviera, da Casa Real Brasileira e Metternich. 10 mil KM entre 1817-1820 em dois movimentos – SP-MG-BA-PE-PI-MA e, em seguida, pela Amazônia, via Belem, até a fronteira da Colombia. Coleta de material científico e material intelectual (relatos) – Reise in Brasilien (3 volumes, 1400 páginas), entre 1823-1831 com mapas, estampas, compendio musical) e a Flora Brasiliensis(40 volumes, reunindo equipe de 65 botânicos) – projeto do “conhecimento universal” enciclopédico (descrição, catalogação, sistematização, classificação da natureza para conhecer a humanidade). Inspiração em Carl Lineu e Alexandre v.Humbolt (América como exemplo vivo da comunhão humanidade e natureza, perdida na Europa). Tal herança “iluminista”, entretanto, era temperada pela “sensibilidade romântica” da época: sistematização analítica convivia com o sentimento e a emoção estética (Goethe ciência + poesia). Natureza como “quadro”

  6. Charles Ribeyrolles (republicano francês no Brasil como exilado entre 1858-1860) – visão original – elogio ao mulato, condenação mais veemente da escravidão. “morte da sociedade e das almas” – Brazil Pitoresco/BrésilPitoresque (em fascículos) – primeiro livro a utilizar fotografias e publicado no Brasil (1859-1861). Expostas na Primeira Exposição de História do Brasil, realizada em 1881, na Biblioteca Nacional. Busca de um olhar realista sobre o trabalho e o povo (escravos), na linha de GustavCourbet (pai do realismo na pintura).

  7. Campos de interferência do olhar estrangeiro • Quatro campos de atuação do olhar estrangeiro fundacional: • Artes - Missão francesa – Artes Visuais e Missão austríaca – Mùsica (atenção explorar diferenças). No II Império os fotógrafos tiveram um papel importante na construção da visualidade. • Literatura - Ferdinand Denis e Revista Niteroy • Historiografia – Robert Southey, 1810 e Von Martius, 1837-45 • Relatos de viagem – construção do outro e do mesmo. Base da idéia do “mesmo como outro” (ou, o brasileiro como “estrangeiro em sua própria terra”, de Sergio Buarque de Hollanda).

  8. Missão Francesa - 1816 • HOLLANDA, S.B. “A herança colonial” – HGCB volume 3 – Redescoberta do Brasil no período joanino – “De tão visto e sofrido pelos brasileiros, o país se tornara quase incapaz de excita-los. Hão de ser homens de outras terras, emboabas de olho azul e língua travada que vão se incubir do novo descobrimento do Brasil” (p. 17) • 1) Ilustração portuguesa – bases concentuais • 2)Missão francesa (1816) – bases estéticas • Chegada em 26/3/1816 – a convite do Conde da Barca e Mq. Marialva. J.Lebreton, o chefe da missão era inimigo do cônsul Maler (na Corte de D.João), dadas suas simpatias por Napoleão – Decreto de 12/8, Escola Real de Belas Artes, base da futura AIBA. Lebreton morre em 1819, sendo nomeado Henrique José da Silva, pintor português – este tentou provar que a “missão” era um agrupamento de exilados. No período houve uma polêmica sobre a “utilidade” do ensino de Belas Artes num país carente de técnicos.

  9. KAREN LISBOA (Olhares estrangeiros...IN MOTA): • Consenso entre os viajantes: “Nação brasileira surgiu com a vinda da Familia Real. • Ferdinand Denis e S.Hillaire – descompasso entre forma social e ideologia política: falta de sociedade e de sociabilidade cultivada. Em certo sentido, conforme Lisboa, os estrangeiros é que constroem conceitos como “unidade territorial”, caráter nacional, etc. • D.Pedro II – antítese do “mau colonizador” português. D.Pedro encarnaria o ‘espírito geral’ do Reino: conciliação, tolerância (exceção Max Leclerc) • Apesar de condenar a escravidão, muitos viajantes apontaram para o caráter ‘ameno e brando’ da escravidão brasileira, contribuindo para “civilizar os negros africanos’ (SpixMartius). • Lugar da miscigenação: positiva para os “ilustrados” (Martius, Ch.Ribeyrolles – elogio ao mulato); negativa (George Gardner, Agassiz, F. Denis, S.Hillaire – produz degeneração, amoralidade

  10. Cascatinha da Tijuca – Nicolas Taunay

  11. C.Heinzmann- Aves na Lagoa do São Francisco (Exped. Spix-Martius)

  12. J.B.Debret –Pano de Cena para a Coroação de Pedro I (c. 1822)

  13. J.B.Debret – Punição de escravo (c. 1834)

  14. J.M.Rugendas – Litoral da Bahia

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