1 / 32

Caso clínico Calasar

Priscila Carvalho (Interna ESCS) Coordenação:Luciana Sugai Brasília, 17/5/2011 www.paulomargotto.com.br. Caso clínico Calasar. Identificação: A.A., masculino, 1 ano e seis meses, procedente de Paracatu-MG QP.: Febre há 8 dias

rachana
Download Presentation

Caso clínico Calasar

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Priscila Carvalho (Interna ESCS) Coordenação:Luciana Sugai Brasília, 17/5/2011 www.paulomargotto.com.br Caso clínicoCalasar

  2. Identificação: A.A., masculino, 1 ano e seis meses, procedente de Paracatu-MG QP.: Febre há 8 dias HDA: Mãe informa que há 8 dias criança iniciou quadro de febre aferida 38.5 a 39.5°C contínua que cede apenas com uso de Dipirona. Há 3 dias com tosse seca predominantemente noturna, coriza hialina e lesões na mucosa oral. Apetite diminuído, eliminações fisiológicas preservadas.

  3. Antecedentes: Nascido a termo de parto normal sem intercorrências neonatais Dieta atual sem restrições + leite materno. Vacinas em dia OMA aos 8 meses Episódio de sibilância há 1 mês. Viagem para Valparaizo-GO há 1 mês 2 irmãos com diagnóstico de Calazar há 1 ano

  4. Ao exame: P: 11,8Kg Ausência de linfonodomegalia Pele: sem manchas ou lesões ACV: RCR 2T BNF s/sopros ou desdobramentos AR: MVF s/ RA, sem esforço, FR: 28 (muito choroso ao exame) ABD:plano, flácido, fígado a 4cm RCD, baço a 2cm RCE, indolor, RHA + EXT: boa perfusão s/ edema

  5. Exames: BT 0,39 Ur 21, Cr 0.3 glic 98, K 4.3 LDH 991, gama-GT 11, TGO 45, TGP 14 Prot 7.3, alb 4.1, glob 3.2 HC: Hb 9.3, leuc 8600 (neut 20, bast 0, linf 71) , plaq 131.000, VHS 45 EAS: pH 6, prot +, Nit negativo, Hb negativo, CED 2 leuc 6, flora 1+ Teste rápido para Calazar: negativo

  6. 3°DIH-8°DIH: Permanece com picos diários de febre, aferida a 38-39°C; vômitos esporádicos; edeme em membros inferiores (1+/4+) 9°DIH: Abd: plano, RHA+, hipertimpânico, indolor a palpação, fígado a 4 cm do RCD, baço a 2cm do RCE. Exames laboratoriais: Hb 8,3 / Ht 24,5% / Plaq 26 mil / Leuco 5600 (0-0-0-0-2-17-79-2) NT=1008 / TGO 364 / TGP 82 / GGT 408 / Glicemia 120 / Na 134 / K 5,0 / Cl 96 Teste rápido para Calazar: positivo Iniciado Glucantime Após 20 doses de Glucantime, recebe alta em boas condições, com melhora clínica e laboratorial

  7. Calazar

  8. Etiologia Kala-azar Protozoose sistêmica febril Leishmania donovani Classe Mastigophora Transmitida por mosquito flebotomínio, Lutzomia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito-palha, birigui ou tatuquira Dimorfismo Reservatório: cão e raposa

  9. Epidemiologia Endêmico em 88 países 12 milhões de pessoas infectadas 1-2 milhões de novos casos/ano Maior parte: Índia, Bangladesh, Sudão e Brasil Brasil é responsável por 90% dos casos na Am. Latina Maior incidência no Nordeste: Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão Roraima, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, MG e RJ

  10. Am. Latina: Leishmania chagasi Índia, China e leste da África: Leishmania donovani Países do Mediterrâneo e norte da África: Leishmania infantum

  11. Ciclo evolutivo

  12. Período de incubação No homem: 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses. No cão: bastante variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses

  13. Resposta imunológica Pequena parcela dos indivíduos infectados desenvolve sinais e sintomas da doença (15-20%) Resposta Th1 eficaz, geralmente, é capaz de conter o processo infeccioso → formas assintomáticas ou oligossintomáticas Resposta Th1 frustrada → multiplicação dos parasitas nos macrófagos do sistema retículo-endotelial → hiperplasia reativa → hepato-esplenomegalia e pancitopenia

  14. Macrófagos → TNF α → febre e síndrome consumptiva Grande quantidade de antígenos → sistema imune humoral, linfócito Th2 → IL4 e IL10 → ativação linfócitos B → plasmocitose medular e hipergamaglobulinemia policlonal

  15. Quadro clínico Forma oligossintomática Sinais e sintomas inespecífico Febrícula, tosse seca, adinamia, diarréia, sudo- rese, discreta hepatomegalia 60-70% : resolução espontânea em 3-6 meses Restante evolui para Calazar clássico

  16. Forma aguda Febre alta, calafrios, diarréia, esplenomegalia de grande monta Hemograma com pancitopenia: Hg<10g/dL; leucometria entre 2.000-4.000/mm³; plaquetometria<200.000/mm³; não há eosinofilia DD: Síndromes febris agudas q cursam com esplenomegalia (Febre tifóide, Malária, Febre de Katayama da esquistossomose, Doença de Chagas aguda, Endocardite bacteriana...)

  17. Forma crônica- Calazar clássico Predomina em crianças < 10 anos e imunocomprome-tidos Curso prolongado e insidioso Febre persistente ou intermitente irregular, tosse seca, mal-estar, astenia, sintomas gastrointestinais (anorexia, diarréia, disenteria, constipação), perda ponderal Ao exame: palidez cutâneo-mucosa, desnutrição, cabelos quebradiços, pele de coloração pardacenta ou de cera vermelha, abdome volumoso (hepato-esplenomegalia)

  18. Complicações da pancitopenia: astenia, dispnéia, insuf. cardíaca (anemia); infecções bacterianas, septicemia (neutropenia); epistaxe/gengivorragia (plaquetopenia) Infecção bacteriana potencialmente fatal Achados laboratoriais: (1) Pancitopenia; (2) VHS elevado; (3) Hipoalbuminemia+Hipergamaglobulinemia policlonal-Inversão da relação Alb/Glb; (4) Discreta elevação das transaminases e raramente das bilirrubinas

  19. Quadro clínico no cão Aparente estado sadio a severo estágio final Cães assintomáticos: s/ sinais clínicos • Cães oligossintomáticos: adenopatia linfóide, onicogrivose, pequena perda de peso e pêlo opaco • Cães sintomáticos: todos ou alguns sinais mais comuns da doença como as alterações cutâneas (alopecia, eczema furfuráceo, úlceras, hiperqueratose), emagrecimento, ceratoconjuntivite e paresia dos membros posteriores.

  20. Principais diagnósticos diferenciais Febre tifóide: anemia e esplenomegalia menos proeminentes Malária: Acessos febris com calafrios e suderese profusa Endocardite infecciosa: anemia e esplenomegalia menos proeminentes; geralmente, leucocitose c/ desvio p/ esq., doença cardíaca prévia de risco e alterações cutâneas características

  21. Enterobacteriose septicêmica prolongada; lobo esq. do fígado é maior q. o direito; hemograma c/ leucocitose Doenças hematológicas: febre e prostração menos proeminentes ˗ Síndromes mieloproliferativas crônicas: LMC, metaplasia mielóide agnogênica, fase avançada da policitemia vera) ˗Doenças linfoproliferativas: leucemia de cels pilosas, LLC, linfomas, mieloma múltiplo)

  22. Confirmação diagnóstica Detecção do parasita: Esfregaço do sg periférico→30% de positividade →50% na co-infecção Leishmania-HIV Aspirado de medula óssea→70% Aspirado esplênico→95% (padrão ouro) Requisitos: esplenomegalia ˃3cm; atividade de protrombina ˃60%; plaquetopenia˃40.000/mm³ Cultura

  23. Exames sorológicos: ELISA Reatividade cruzada: doença de Chagas, tuberculose, lepra, leishmaniose tegumentar e histoplasmose Resultado→confirmar por pesquisa parasitária Pacientes co-infectados pelo HIV, testes sorológicos costumam ser negativos

  24. Teste intradérmico de Montenegro Sempre negativo durante a fase ativa Permanece positivo por longos anos

  25. Tratamento Internar Uréia, creatinina sérica, amilasemia, eletrólitos, eletrocardiograma e RX de tórax Antimoniais Pentavalentes: 1ª escolha 20mg/Kg 1ˣ/dia, IV ou IM, por 20-30dias Preparações do mercado: Antimoniato de N-metil-glucamina (Glucantime); Estibogluconato de sódio (Pentostan)

  26. Refratariedade aos antimoniais: → Mais comum nas formas graves e avançadas de Calazar (esplenomegalia˃10cm; hepatomegalia˃8cm; leucometria<3.000/mm³ e/ou plaquetometria <40.000/mm³ → Falha terapêutica: não melhora clínica e parasitológica após 20 dias de antimônio

  27. Efeitos colaterais dos antimoniais →Artralgias, mialgias, dor abdominal, náuseas e vômitos →Aumento da amilase e lipase, anemia, leucopenia, trombocitopenia, hematúria e elevação das transaminases →ECG c/ alterações da repolarização ventricular: achatamento ou inversão da onda T e aumento do intervalo QT →Morte súbita

  28. Anfotericina B: 2ª escolha →Desoxicolato: 0,5-1mg/Kg/dia até dose cumulativa de 20-30mg/Kg, durante 40-60 dias →Lipossomal: 2-3mg/Kg/dia, por 10-21 dias

  29. Profilaxia Detecção ativa e passiva de casos suspeitos Detecção e eliminação de reservatórios infectados Controle dos vetores flebotomínios

  30. Bibliografia Cecil. Tratado de medicina interna. 22°edição. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral/ Ministério da Saúde, 2003. Marconde, Eduardo. Pediatria básica volume 2. Editora sarvier 1994.

  31. Obrigada

More Related