Sindicato da Educação Infantil CURRÍCULO E APRENDIZAGEM: Da Curiosidade Ingênua à Epistemológica

1. Sindicato da Educação Infantil CURRÍCULO E APRENDIZAGEM:Da Curiosidade Ingênua à Epistemológica Jayson Magno da Silva Mestre em Educação pela PUC-SP, Diretor de Escola da Rede Municipal de São Paulo, Integrante da Equipe de Formadores da PUC-SP no Programa UCA-BRASIL do MEC, Atua na Formação de Professores pela Fundação Padre Anchieta/TV Cultura.

2. De que lugar estamos falando?Para quem estamos falando?Por que estamos aqui? O que pretendemos? Momento para apresentação pessoal e do grupo

3. APPLE, Michael W. Educação e Poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. • APPLE, Michael W. Ideologia e Currículo. São Paulo: Cortez. Editora, 2006. • CANDAU, Vera; MOREIRA, Antonio Flávio. (2007) Indagações sobre o currículo - Currículo, Conhecimento e Cultura. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag3.pdf. Acesso em: 27 mar. 2012. • CORTELLA, Mario Sergio. A Escola e o Conhecimento: Fundamentos Políticos e Epistemológicos. 12.ed. São Paulo: Corte, 2008. • EISNER, Elliot. The Arts and the Creation of Mind. Connecticut:Yale University Press, 2002. • FORQUIN, Jean Claude. Sociologia da educação. Petrópolis: Editora Vozes, 1995. • FREIRE, Paulo. Educação na Cidade. 7.ed. São Paulo: Cortez, 2006. • FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. • FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 48.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. • GIMENO SACRISTÁN, José. Currículo e diversidade cultural. IN: SILVA, Tomaz Tadeu e MOREIRA, Antonio Flávio. (Orgs.).Territórios contestados. Petrópolis: Vozes, 1995 • GOOSON, Ivor. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Editora Vozes, 1995. • MARSH, Collin; WILLIS, George. Curriculum. NJ: Prentice Hall, 2007. • McKERNAN, James. Currículo e imaginação: teoria do processo, pedagogia e pesquisa-ação. Porto. Alegre: Artmed, 2009. • MCLAREN, Peter. Multiculturalismo crítico. São Paulo: Cortez, 1997. • MCLAREN, Peter. A vida nas escolas: uma introdução à pedagogia crítica nos fundamentos da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. • SAUL, Ana Maria. Currículo. In: STRECK, Danilo; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Orgs.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008. Bibliografia

4. 1ª. Parte Encontro em 18 de agosto de 2012

5. CURRÍCULO:O que é? Construindo o conceito coletivamente... Pensar, Discutir, Registrar!!!

6. Currículo são os conteúdos? Conteúdos válidos... √ Ideia da civilização √ Onde está a verdade? √ A ideia da verdade como descoberta é uma construção ideológica CORTELLA, Mario Sergio. A Escola e o Conhecimento: fundamentos políticos e epistemológicos. 12.ed. São Paulo: Cortez, 2008

7. Ideologia APPLE, Michael. Educação e Poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. (...) as ideologias não são apenas conjuntos globais de interesses, coisas impostas por um grupo sobre outro. Elas são constituídas por nossas práticas e significados de senso comum. Assim, se quisermos entender a ideologia em funcionamento nas escolas, devemos olhar para os aspectos concretos da vida curricular e pedagógica da mesma forma que fazemos com as declarações dos porta-vozes do estado ou da indústria.

8. Ideologia e Currículo √ Armadilhas √ Legitimação √ Reprodução √ Currículo Oculto

9. Visão econômica e política do currículo! Visão econômica do conhecimento “legítimo”... √ Currículo Prescrito √ Currículo Comprado √ Instrumento de dominação

10. GIMENO SACRISTAN, J. O Currículo: uma reflexão sobre a prática.3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000 (...) o currículo contido nas prescrições das políticas curriculares supõe a definição das aprendizagens esperadas a todos os estudantes e, portanto, é homogêneo para todas as escolas, e implica a expressão de um tipo de normalização cultural, de uma política cultural e de uma opção de integração social em torno de um cultura definida, ou válida para todos.

11. APPLE, Michael. Ideologia e Currículo. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. Ataca a racionalidade técnica... Os pacotes curriculares adocicados com o termo Orientações Curriculares está mais a serviço da manutenção do status quo, da preservação e recriação das desigualdades.

12. Quais currículos existem e co-existem? Da prescrição à construção crítica... √ Inputs / Outputs (fordismo) – Pedagogia Bancária √ Neutralidade √ Politicidade √ Criticidade Paulo Freire Michael Apple Henry Girous

13. O que o currículo tem a oferecer aos sujeitos? Trajetórias possíveis e limites... CORTELLA, Mario Sergio. A Escola e o Conhecimento: fundamentos políticos e epistemológicos. 12.ed. São Paulo: Cortez, 2008

14. O Currículo vai além dos conteúdos? √ Ação cultural √ Ação social √ Ação política

15. Dimensões do Currículo √ Filosófica/Sociológica/Política: Que ser humano queremos formar? Qual é a sociedade que se quer? √ Psicológica: quem é o nosso aluno? √ Pedagógica: como se dá o ensino-aprendizagem?

16. De qual Currículo iremos falar? Nossa opção/posição: É a vida mesma da escola, o que nela se faz ou não se faz. (FREIRE, Paulo. Educação na Cidade. 7.ed. São Paulo: Cortez, 2006) O Currículo Crítico-Libertador... a teoria, a política e a prática do que-fazer na sala de aula, na escola e fora dela. (SAUL, Ana Maria. Currículo.(Verbete). In: STRECK, D. R.; REDIN, E. & ZITKOSKI, J. J. Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2008)

17. Qual é o ponto de partida para a construção do Currículo Crítico-Libertador? Para quê? Para quem? A favor de quê? A favor de quem? Contra quê? Contra quem?

18. Que trajetória toma o Currículo Crítico-Libertador? Parte da VOZ dos sujeitos (professor e aluno)... Participação ativa e democrática... Teoria, Política, Pedagogia e Prática enquanto dimensões indissociáveis...

19. Qual é a condição para a construção do Currículo Crítico-Libertador? DIÁLOGO, fundante... enquanto prática rigorosa, metodológica e epistemológica da ação político-pedagógica para a libertação dos oprimidos... Ele se instala na busca do conteúdo programático. (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 48.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005)

20. DIÁLOGO FREIREANO Condição... Fé nos Homens, Amor, Confiança, Esperança, Comunicação Democrática (A com B), Humildade, Pronuncia do Mundo, Denúncia e Anúncio... Prática Libertadora na relação Oprimido-Opressor-Hospedeiro... Favorece o exercício da Curiosidade...

21. EDUCAÇÃO CRÍTICO-LIBERTADORA √ Consiste na força criadora do aprender, a dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita. √ Descoberta, Criatividade e Curiosidade são dimensões implicadas na construção do Currículo Crítico-Libertador. (FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessárias à prática educativa. 37.ed. São Paulo: Paz e Terra: 2008).

22. Análise da Intersecção O que a figura nos diz??? Participação ESCOLA Currículo Crítico-Libertador Aprendizagem

23. O que dizem os diferentes teóricos, sobre currículo?

24. O Currículo são disciplinas permanentes como gramática, leitura, lógica, retórica, matemática e os melhores livros do mundo ocidental que melhor reúnem o conhecimento essencial. Um exemplo é o do Currículo Nacional encontrado no Reino Unido, com três disciplinas essenciais e sete fundamentais, incluindo conteúdo e objetivos específicos para realizações dos alunos em cada disciplina (MARSH; WILLIS, 2007).

25. Currículo é o conjunto daquilo que se ensina e daquilo que se aprende, de acordo com uma ordem de progressão determinada, no quadro de um dado ciclo de estudos. Um currículo é um programa de estudos ou um programa de formação, mas considerado em sua globalidade, em sua coerência didática e em sua continuidade temporal, isto é, de acordo com a organização sequencial das situações e das atividades de aprendizagem às quais dá lugar (FORQUIN, 1996).

26. O Currículo de uma escola – ou de um curso ou de uma sala de aula – pode ser concebido como uma série de eventos planejados que pretendem ter consequências educacionais para um ou mais alunos (EISNER, 2002).

27. O currículo tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série de processos, mais que como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois implantar; aquilo que é, na realidade, a cultura nas salas de aula, fica configurado em uma série de processos: as decisões prévias acerca do que se vai fazer no ensino, as tarefas acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a vida interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se vinculam com o mundo exterior, as relações grupais, o uso e o aproveitamento de materiais, as práticas de avaliação etc (GIMENO SACRISTÁN, 1995).

28. (...) as experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que contribuem para a construção das identidades de nossos/as estudantes (CANDAU & MOREIRA, 2007).

29. O currículo é, na acepção freireana, a política, a teoria e a prática do que-fazer na educação, no espaço escolar, e nas ações que acontecem fora desse espaço, numa perspectiva crítico-transformadora (SAUL, 2008).

30. O currículo representa muito mais do que um programa de estudos, um texto em sala de aula ou o vocabulário de um curso. Mais do que isso, ele representa a introdução de uma forma particular de vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes para posições dominantes ou subordinadas na sociedade existente. O currículo favorece certas formas de conhecimento sobre outras e afirma os sonhos, desejos e valores de grupos seletos de estudantes sobre outros grupos, com frequência discriminando certos grupos raciais, de classe ou gênero (McLAREN, 1977).

31. (...) Concebo o currículo como um processo complexo e contínuo de planejamento ambiental. Assim, o currículo não é pensado como uma “coisa”, como um programa ou curso de estudos. Ele é considerado como um ambiente simbólico, material e humano que é constantemente reconstruído. Este processo de planejamento envolve não apenas o técnico mas o estético, o ético e o político, se quisermos que ele responda plenamente tanto ao nível pessoal quanto ao social (APPLE, 1997).

32. E agora, o que é CURRÍCULO? Registrar!!!

33. 2ª. Parte Encontro em 25 de agosto de 2012

34. Retomando... Caminhos percorridos: √ Construção da ideia de CURRÍCULO √ Ideologias √ A ideia da verdade como descoberta √ Armadilhas

35. Retomando... Caminhos percorridos: √ Currículo Oculto √ Currículo Comprado √ Currículo Prescrito

36. Retomando... Caminhos percorridos: √ Diferentes Concepções de Currículo √ O Currículo Crítico-Libertador √ A Reconstrução do Conceito de Currículo

37. Construção / ReconstruçãoConceito de Currículo Algumas ideias que emergiram dos cursistas √ São os conteúdos √ O que o indivíduo traz consigo (bagagem cultural) √ O que vai ser ensinado na escola √ É tudo aquele que se aprende na escola

38. Construção / ReconstruçãoConceito de Currículo Algumas ideias que emergiram dos cursistas √ Ação cultural, política e social √ Está ligado à aprendizagem √ O que transmito aos meus alunos √ Vai além dos conteúdos escolares

39. Construção / ReconstruçãoConceito de Currículo Algumas ideias que emergiram dos cursistas √ Conteúdo historicamente organizado √ Habilidades e Competências √ É a oportunidade do aluno mostrar o que aprendeu √ É tudo o que podemos transmitir ao aluno

40. Uma outra questão: O que é aprendizagem? Construindo o conceito coletivamente... Pensar, Discutir, Registrar!!!

41. Uma compreensão epistemológica da aprendizagem Algumas ideias freireanas sobre o ato de aprender... http://www.youtube.com/watch?v=Ul90heSRYfE http://www.youtube.com/watch?v=zwri7pO8UHU

42. Aprendizagem na voz de Paulo Freire √ Repudia a aprendizagem numa perspectiva bancária √ Se dá na dialogicidade (A com B) √ Ato de conhecer, é a dúvida rebelde não facilmente satisfeita √ Processo de criação, de autoria √ É inserção crítica na realidade

43. Aprendizagem na voz de Paulo Freire √ É transformação, conscientização √ Tarefa coletiva (relação eu-tu) √ Ato social, cultural e político √ É dizer a sua palavra no mundo, com o mundo e sobre o mundo √ Certezas provisórias

44. Aprendizagem na voz de Paulo Freire √ Criação e recriação da sua própria história √ Requer o desenvolvimento da rigorosidade metódica √ É tomada de distância do objeto √ Exercício da curiosidade, enquanto necessidade ontológica √ Superação da curiosidade ingênua à promoção da curiosidade epistemológica

45. Toda concepção de Currículo carrega teorias de ensino e aprendizagem, concepções filosóficas, antropológicas, sociológicas, e psicológicas. Está molhada das visões de mundo e práticas estabelecidas por homens e mulheres; de seus valores, hábitos e crenças. • Por isso, mudar o currículo não é um trabalho fácil! Exige enfrentar estruturas autoritárias, educar os medos e superar dificuldades. Currículo & Aprendizagem: território em conflito

46. Assunção da escola como espaço de constrrução de saberes. • Ancoragem sócio-histórica dos conhecimentos. • Problematização da suposta neutralidade, relacionando os conteúdos curriculares às identidades culturais dos educandos e a realidade concreta. Alguns princípios para uma proposta de construção curricular

47. Desvelamento, identificação e subversão de interesses ocultos. • Inserção, no currículo, dos saberes e vozes das culturas negadas e silenciadas, com a perspectiva de superar a invisibilidade de diferenças e afirmar uma imagem positiva dos grupos oprimidos, destacando avanços, conquistas e formas de luta desses grupos. • Compromisso com os oprimidos, desestabilizando o modo como o outro é identificado e representado. Alguns princípios para uma proposta de construção curricular

48. Posicionamento político dos profissionais da Educação. Situar-se frente aos problemas econômicos, sócio-políticos, culturais e ambientais que hoje nos desafiam. • Comprometimento em tornar o Currículo um espaço de estudos e de pesquisas (aprendizagem = conhecimento epistemológico). Alguns princípios para uma proposta de construção curricular

49. jaysonmagnodasilva@yahoo.com.br Muito obrigado!