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Definiç ão e Mensuração das Atividades Turística na Perspectiva da Economia Regional

Definiç ão e Mensuração das Atividades Turística na Perspectiva da Economia Regional. Carlos Águedo Paiva I Seminário Observatório do Turismo do Rio Grande do Sul 16/10/2014. Começando pelo Fim.

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Definiç ão e Mensuração das Atividades Turística na Perspectiva da Economia Regional

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Presentation Transcript


  1. Definição e Mensuração das AtividadesTurísticanaPerspectiva da Economia Regional Carlos Águedo Paiva I SeminárioObservatório do Turismo do Rio Grande do Sul 16/10/2014

  2. ComeçandopeloFim • Para a Economia, éturistatodo o agentequeadquire bens e serviçosofertadosnumterritório “T” qualqueratravés do dispêndio de recursosauferidosemoutroterritório. • Para a Economia, as atividadesturísticasnãosãodefinidaspelaqualidade particular dos seusprodutos, mas pelaorigem dos recursosmobilizadosemsuaaquisição. • Espetáculosteatrais, serviçosgastronômicos e pernoitesemhoteisoumoteispodemseradquiridosporagenteslocaiscujosrecursossãoauferidos no território,tantoquantoporvisitantes OU DOMICILIADOS cujosrecursosadvém de atividades e/oufontesexternas. • Para a Economia, estesserviçosnãosão “intrinsicamente” turísticos. Elesserãoserviçosturísticos SE E SOMENTE SE osrecursosmobilizadosnasuaaquisiçãotiveremorigemexterna.

  3. Turismo e Economia (1) • Muitoprovavelmentetemoseconomistaspresentes a estaexposição. E, muitoprovavelmente, algunsdestescolegas de profissãoestarão se perguntando se estaleituraexpressaminhaopinião particular, ou se elesdeixaram de fazeralgumaleituraobrigatóriaouassitiralguma aula nafaculdade. • A dúvidaépertinente. Afinal, as definiçõesapresentadasanteriormentesãodistintas das definiçõesdadaspelaOrganização Mundial do Comércio, queorientam a contabilidadepadrão ONU da contribuiçãoeconômica do Turismo. Elatambémnãocorresponderigorosamente (aindaque se aproximemais) da contabilizaçãopropostapeloConselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).

  4. Turismo e Economia (2) • Mas se a leituraapresentadaanteriormenteaindanãoestáconsensuadanaEconomia, elavemconquistandotamanhaadesão entre os pares, e numavelocidadetãoexpressiva, queousamosatribuir-lhe o estatuto de conceito. • E istoporqueelaé o desdobramentológico-necessário dos princípiosmaisfundamentais (e maisconsensuados) da Economia Regional contemporânea. • Senão, vejamos.

  5. Economia & Espaço (1) • Desdeseusprimórdios, a CiênciaEconômicatomou a naçãocomo a referência territorial estruturante de seusmodelos e reflexões. De Petty a Keynes, passandopor Smith, Ricardo, List, Marx, o tema central da Economia era osdeterminantes, as circunscrições e as possibilidades de expansão da “Riqueza das Nações” • Até (pelomenos) meados do séculopassado, osautoresque se voltavamaoestudo das desigualdadesregionais e seuenfrentamentoassumiamqueosmodelos e sistemasteóricosdesenvolvidosparapensar a naçãopodiamserutilizadossemqualquermediaçãoparainterpretar o desenvolvimento da região.

  6. Economia & Espaço (2) • Albert Hirschman e Douglass North, trabalhando de forma independente, denunciaram o equívocodestepressupostoemmeados dos anos 50. • Hirschman chamou a atençãoparaa distinção dos determinantes da competitividade regional e nacional. As naçõescontam com instrumentos de alavancagem da competitividade da produçãointernaqueestãoausentesnasregiões. Dentretodosestesinstrumentos, a taxa de câmbioé, de longe, o maisimportante.

  7. Economia & Espaço (3) • North parte da descoberta de Hirschman paraafirmarquequalquerregiãoémaisaberta a importações e exportações (das e para as demaisregiõesounações) e, porconsequência, maisespecializadanaproduçãointernaquequequalquernaçãode tamanho e capacidadeprodutiva similar. • Poiselasópodeproduzirdoistipos de bens e serviços: 1) aquelesemqueapresentavantagensabsolutas e quesãovendidosparaoutrasregiões; 2) aquelesqueelanãopodeimportar das demaisregiões (poisnãosãotransportáveis; nãosãotradables) e cujomercadointernoésuficientementegrandeparacomportarofertanteslocais.

  8. Economia & Espaço(4) • Há, contudo, um amploconjunto de serviçosque: 1) nãosãotransportáveis; e 2) nãopodemserproduzidos e ofertadosemqualquerterritório, sejaporqueelespressupõemumaescalamínimaelevada de demanda, sejaporqueelessão cultural e territorialmenteidiossincráticos. • O acesso a este AMPLO leque de serviçospor parte de demandantesdomiciliadosemterritóriosondeelesNÃO sãoobjeto de ofertapressupõe o deslocamento do demandante. Pressupõe o TURISMO no sentidoeconômico do termo. • Antes de avançarmossobreesteponto crucial, precisamosentendermelhor a teoria do Desenvolvimento Regional de North.

  9. Economia & Espaço (5) • A ausência de barreirasregionaisàentradanados bens tradablesproduzidosemoutraspartes do país tem, comocontrapartida, a ausência de de barreirasàsaída de produtos e produtores de umaregiãoparaoutra. • Consequentemente (1), as regiõesquenãoapresentamvantagemprodutivaabsolutaemqualquerprodutoouserviço, tendem a serabandonadaspelosdomiciliadosçem especial pelosmaisbemqualificados. • Consequentemente(2), o mercadointerno regional sópodeexistircomo um REFLEXO daquelaprodução local que se destina a mercados e/oudemandantesexternosàregião.

  10. Economia & Espaço (6) • A distinção de North impôs o reconhecimento da centralidade do espaçopara a modelagem e análise da dinâmicaeconômica • Se tomamos a economia global porobjeto, a exportação (X) e a importação (M) simplesmentenãoexistem; sóexistemtrocas “internas”. • Ésóquandotomamos a naçãoporreferênciaqueemergem as “trocas com o exterior”. Mas estasvariáveissãocoadjuvantes. A dinâmicaéexplicadaessencialmentepeloinvestimento, pelosgastos do governo e peloconsumo. • Porém, quandonossofocoanalíticoé a região, X e M ganhamprotagonismo. Osinvestimentos, o consumo e osgastos do governopassam a sercoadjuvantes. Elescrescerão (oudecrescerão) emfunção do crescimento (ounão) da produção local voltadapara o atendimento de demandasexternas.

  11. North & Keynes ou North X Keynes? • OsKeynesianos (e seusdiscípuloscepalinosnaAmérica Latina: Prebisch, Furtado, Tavares, etc.) nãoreceberambem a leitura de North. Elapareciafazer a apologia da especialização e da exportação (de bens primários, no caso de regiõesperiféricas!) emdetrimento da diversificação, do investimento e do mercadointerno. • Mas estacríticaéequivocada. North jamaisnegou a centralidade da indústriae da produçãoINTERNA de bens de capital para o desenvolvimento da NAÇÃO. Apenasdiziaquenemtodas as regiõespodemterindústrias de bens de capital. • E mesmoaquelasque as tem não CRESCEM quando as firmasprodutoras de BK INVESTEM, mas quandoproduzemmais, atendendodemandas de outrasregiões. • Elascrescemquando EXPORTAM. E sóinvestem se as exportaçõescrescerem. Caxias e sua Ind. de Mat. Transp.

  12. AtividadesPropulsivas e Reflexas • O sistema de North nospermitedistinguirdoistipos de atividadeeconômica regional ou local • 1) as atividadespropulsivassãoaquelasresponsáveispeloingressoinicial(ou “básico”, comoprefere North) de recursosmonetários no território. São as atividadespelasquais as regiões se vinculamànação • 2) as atividadesreflexassãoaquelasque se voltamparao atendimento das demandaslocais. Elasdependem do ingresso “básico” paraemergirem. Mas aoemergirem, elas se retroalimentam, se multiplicam. • Exemplo: Santa Cruz do Sul e o Tabaco

  13. Atividadeturísticaétoda a atividadepropulsiva de tipo 2 • Hádoistipos de atividadespropulsivas • 1) atividadesquegeram bens tradables (transportáveis), quesão “exportados” parafora da região • 2) atividadesquegeram (bens e) serviçosnãotradables e não-ubíquos, pois a escalamínimaeficienteédemasiadoelevadaparaseremofertadosemespaçosrurais e cidades de pequenoporte. • No primeirocaso, a rendaprimáriaingressa no territóriopordepósitosbancáriosrealizadospelo comprador. No segundocaso, é o próprio comprador que se dirigeaoterritórioparaadquirir o (bemou) serviço.

  14. Santa Maria e Gramado • São, ambas, igualmentedependentes do e igualmentemovidaspelo “turismo”. O que as distingue étãosomente o tipo de demandaturísticaqueelasatendemprioritariamente. • O turismo de Gramadoé do tipo “convencional”, o turismoque, usualmente, osturismólogosestudame que se enraizanaspeculiaridades, nascaracterísticasúnicas do território. • O turismo de Santa Maria é um turismo de serviços e negóciosespecializados (saúde, educação, comércio de bens não-ubíquos, assistênciatécnica, jurídica, comercial, etc.).

  15. Triunfo, Santa Maria e Gramado • Osmunicípioscujapropulsãoestáassentadaemtradables, usualmente tem um PIB superior àrenda. Triunfoé o casoextremo no RS: seu PIB corresponde a menos de 3% da rendadisponíveldeclarada. • Osmunicípioscujarendabásicaadvém do deslocamento do usuário de seusserviçosapresentamrenda similar ou superior ao PIB. A rendaem Santa Maria corresponde a 120% do PIB.

  16. O QuocienteLocacional (QL) e as atividadespropulsivas • O QL éumamedida de especialização. Eleé a razão de duaspercentagens: a percentagem da atividade X naeconomiafoco (município, região, etc.) divididapelapercentagem X naeconomia de referência (o Estado oupaís). • Exemplo: • Apercentagem dos ocupadosnaindústriacalçadistaem Novo Hamburgoé de 15% do total da populaçãoocupada no município. • A percentagem dos ocupadosnaindústriacalçadista no RS é de 2,5%. • O QL da indústriacalçadista de Novo Hamburgo com relaçãoao RS é de 15% / 2,5% = 6. Vale dizer: Novo Hamburgoéseisvezesmaisdedicadaàprodução de calçados do que o RS.

  17. QL e propulsão • A região de referênciapara o cálculo do QL devesersuficientementegrandee diversificadaparapermitir a manifestação da especializaçãoquecaracteriza a economia local/regional. Se, aoinvés de tomarmos o RS porreferência, tomássemos o Vale dos Sinos, o QL calçadista de NH seriamuitomenor. • Mas a região de referêncianãodevesertãogrande e tãodiversificadaculturalmente a ponto de viesar o resultadopelaintrodução de agentes com níveis de renda e padrões de consumomuitodistintos. Pois o QL sóéuma boa medida de especialização E VENDA PARA O MERCADO EXTERNO quando o padrão de consumo no interior da região de referênciaapresentaumadistribuição de tipo normal.

  18. Foz do Iguaçu (1) • Estouconcluindo um trabalho de pesquisacontratadopelaPrefeitura de Foz do Iguaçu paraavaliar a dimensão do turismoemsuaeconomia. • Aocalcularos QLs de todas as atividadeseconômicas do municípioregistradana RAIS-CNAE, me deparei com QLs excepcionalmenteelevadosematividadestaiscomo: • 1) instalação e manut de arcondicionado (3,2) • 2) serviços de cabeleireiro e manicure (2,2) • 3) serviçosodontológicos (2,8) • 4) serviços de táxiurbano (1,9)

  19. Foz do Iguaçu (2) • Malgradoexceções(felizmente, bastanteraras) QLs acima de 1,5 são um indíciomuitoclaro de que parte da demandaincidentesobre a atividadeéexternaaoterritóriofoco. • É de bomalvitreconfirmarestahipótese com empresários e trabalhadoresqueatuamnasatividades. • Segundo a maior parte dos motoristas de táxiqueentrevistei (enquantousufruía dos seusserviços), de 80% a 90% dos seuspassageirossãoturistas de lazer, comprasounegócios. • Osprestadores de serviçosodontológicosinformaramque 60% de seuspacientessãoparaguaios • Oscabeleireirosinformaramque 30% dos seusclientessãodomiciliadosem Ciudad del Este e aproximadamente 10% sãoturistas de passagem • Empresários de firmas de instalação e manutenção de arcondicionadocalculamque a hotelariarespondapor, pelomenos, 70% da demanda. • Excetuado o serviço de táxiurbano, as demaisatividadesnãosãocontabilizados no padrão ONU.

  20. Foz do Iguaçu e Santa Maria (1) • QLs significativamentesuperioresàunidaderevelam a incidência de demandaexterna. • A expressãodestademandadeveseravaliada com pesquisaprimária. • Comprovada a incidência, a avaliação da expressãoeconômica do turismopressupõe a atribuição do empregoextraordinário EM TODOS OS SETORES QUE APRESENTA QL ACIMA DA UNIDADE àconta do turismo. • Aofazermosisto, paraFozfoipossíveldemonstrarque 50% da economia do municípioémobilizadapeloTurismo. • A despeito de distintas, as demandasturísticassãoaltamentesolidárias. Como regrageral a expansão da demandaturísticaéfunção: 1) da qualificação e diversificação dos serviços e atrativosurbanos; 2) da expansão da rendaprimária dos demandantes de serviçosespecializados.

  21. Foz do Iguaçu e Santa Maria (2) • Aoidentificar a importância da demandaparaguaia e oestinasobreosseusserviços, o CODEFOZ definiu um Plano de DesenvolvimentoEconômicoquecontemplaestasduasestratégias. • O Corede Central demandouumaconsultoria similar. Osresultadosforamapresentadosàcomunidade civil e política da região, emreuniõesrealizadasem Santa Maria, Tupanciertã, Faxinal do Soturno e Itaara. • Apontamospara a urgência da estruturação de estratégiasintegradas de apoioàagropecuária regional (fonte da rendaprimária e da demandasobreosserviços de SM) e de um plano regional de turismointegrandoosatrativosurbanos de SM e suburbanos da QuartaColônia e Itaara. • No últimocontato com lideranças do território, fuiinformadoquea estratégia de desenvolvimento de SM estábaseadanaatração de indústriasde altatecnologia, com ênfase no setorbélico. Como diz o Sr. Lerina: “Então, tá!”

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