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Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira

Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. Profª. Neusa. Mário de Andrade. A escrava que não é Isaura (fragmentos)

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Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira

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Presentation Transcript


  1. Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira Profª. Neusa

  2. Mário de Andrade A escrava que não é Isaura (fragmentos) Inspiração: A impulsão lírica é livre, independente de nós, independente da nossa inteligência, Pode nascer de uma réstea de cebolas como de um amor perdido. (...) A inspiração surge provocada por um crepúsculo como por uma chaminé matarazziana, pelo corpo divino de uma Nize, como pelo divino corpo de um Cadilac. Todos os assuntos são vitais. Não há temas poéticos. (...) Leitor: É o leitor que deve elevar à sensibilidade do poeta, não é o poeta que se deve baixar à sensibilidade do leitor. (...) Verso livre: Continuar no verso medido é conservar-se na melodia quadrada e preferi-la à melodia infinita de que a música se utiliza sistematicamente desde a moda Wagner sem que ninguém a discuta mais. (...) O verso continua a existir. Mas corresponde aos dinamismos interiores sem preestabelecimento de métrica qualquer.

  3. Rima: E assim mesmo os poetas modernistas utilizam-se da rima, mas na grande maioria das vezes de que chamei “rima livre”, variada, imprevista, irregular, muitas vezes ocorrendo no interior do verso. (...) Mas a assonância principalmente, muito mais natural, muito mais rica, muito mais cósmica e utilizadíssima. (...) O poeta brinca. (...) Rapidez e síntese: Querem alguns filiar a rapidez do poeta à própria velocidade da vida hodierna.(...). Geralmente os poetas modernistas escrevem poemas curtos. Falta de inspiração? De força para Colombos imanes? Não. O que existe é uma necessidade de rapidez sintética que abandona pormenores inúteis. Nossa poesia é resumo, essência, substrato. (...)

  4. DOMINGO Missas de chegar tarde, em rendas,e dos olhares acrobáticos...Tantos telégrafos sem fio!Santa Cecília regorgita de corpos lavadose de sacrilégios picturais...Mas Jesus Cristo nos desertos,mas o sacerdote no “Confiteor”... Contrastar!-Futilidade, civilização... Hoje quem joga?... O PaulistanoPara o Jardim América das rosas e dos ponta-pés!Friedenreich fez goal! Corner! Que juiz!Gostar de Bianco? Adoro. Qual Bartô...E o meu xará maravilhoso!...-Futilidade, civilização...

  5. Mornamente em gasolinas... Trinta e cinco contos!Tens dez milreis? vamos ao corso...E filar cigarros a quinzena inteira...Ir ao corso é lei. Viste Marília?E Filis? Que vestido: pele só!Automóveis fechados... Figuras imóveis...O bocejo do luxo... Entêrro.E também as famílias dominicais por atacado,entre os convenientes perenemente...-Futilidade, civilização...

  6. Central. Drama de adultério.A Bertini arranca os cabellos e morre.Fugas... Tiros... Tom Mix!Amanhã fita alemã... de beiços...As meninas mordem os beiços pensando em fita alemã...As romas de Petronio...E o leito virginal... Tudo azul e branco!Descansar... Os anjos... imaculado!As meninas sonham masculinidades...-Futilidade, civilização... Paulicéia Desvairada

  7. Moça linda bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta: Um amor. Grã-fino do despudor, Esporte, ignorância e sexo, Burro como uma porta: Um coió. Mulher gordaça, filó De ouro por todos os poros Burra como uma porta: Paciência... Plutocrata sem consciência, Nada porta, terremoto Que a porta do pobre arromba: Uma bomba.

  8. Macunaíma No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu um criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: Ai! que preguiça!... e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns diz-que habitando a água-doce por lá. No mucambo si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se afastava.

  9. Perda da muiraquitã Ida para SP Luta com Venceslau Recuperação da muiraquitã Retorno ao Uraricoera Luta com Vei Macunaíma O herói sem nenhum caráter Vitória Derrota Aceitação dos próprios valores Sedução pelos valores estrangeiros

  10. Oswald de Andrade Epitáfio Eu sou redondo, redondo Redondo, redondo eu seiEu sou uma redond’ilha Das mulheres que beijei Por falecer do oh! amorDas mulheres da minh’ilha Minha caveira rirá ah! ah! ah!Pensando na redondilha

  11. Manifesto antropófago Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupy, or not tupy that is the question. (...) Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo. (...) Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.

  12. Manifesto da Poesia Pau - brasil A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. § § § Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil. (...) Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias.             A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos

  13. A descobertaSeguimos nosso caminho por este mar de longoAté a oitava da PáscoaTopamos avesE houvemos vista de terra

  14. Vício na falaPara dizerem milho dizem mioPara melhor dizem mióPara pior pióPara telha dizem teiaPara telhado dizem teiadoE vão fazendo telhados

  15. O capoeira— Qué apanhá sordado?— O quê?— Qué apanhá?Pernas e cabeças na calçada.

  16. RELICÁRIO No baile da CorteFoi o Conde d'Eu quem dissePra Dona BenvindaQue farinha de SuruíPinga de ParatiFumo de BaependiÉ comê bebê pitá e caí

  17. SENHOR FEUDAL Se Pedro SegundoVier aquiCom históriaEu boto ele na cadeia

  18. A europa curvou-se ante o Brasil 7 a 2 3 a 1 A injustiça de cette 4 a 0 2 a 1 3 a 1 E meia dúzia na cabeça dos portugueses

  19. Canto de regresso à pátria Minha terra tem palmaresOnde gorjeia o marOs passarinhos daquiNão cantam como os de lá Ouro terra amor e rosasEu quero tudo de láNão permita Deus que eu morraSem que volte para lá Minha terra tem mais rosasE quase que mais amoresMinha terra tem mais ouroMinha terra tem mais terra Não permita Deus que eu morraSem que volte pra São PauloSem que veja a Rua 15E o progresso de São Paulo.

  20. Adolescência Aquele amornem me fale

  21. AMORHumor

  22. Características Humor, ironia, neologismo Paródia (Nacionalismo crítico) Linguagem coloquial Prosaísmo (valorização do cotidiano) Versos livres Síntese, rapidez Poema-pílula (“Obter em comprimidos, minutos de poesia”)

  23. Memórias sentimentais de João Miramar 44. MONT – CENIS O alpinista de alpenstock desceu nos Alpes 75. NATAL Minha sogra ficou avó. 90. PARTICIPAÇÃO “O conde José Chelinini Della Robbia Grecca e Dona Gabriela Miguela da Cunha participaram a V. Exa. o seu casamento. Nice.”

  24. Características Marco da prosa modernista (ruptura com os romances tradicionais) 163 episódios (flashes) Análise crítica da burguesia capitalista Misto de prosa e poesia Linguagem telegráfica e técnica cinematográfica Incorporação das vanguardas (Cubismo/ Futurismo)

  25. Manuel Bandeira Estrela da vida inteira Temas: Doença / Morte Terra Natal (Recife)/ Infância/ Família Entes queridos Seres marginalizados

  26. 1ª FASE Epígrafe Sou bem-nascido. Menino,Fui, como os demais, feliz.Depois, veio o mau destinoE fez de mim o que quis. Veio o mau gênio da vida,Rompeu em meu coração,Levou tudo de vencida,Rugiu como um furacão, Turbou, partiu, abateu,Queimou sem razão nem dó -Ah, que dor!Magoado e só,- Só! - meu coração ardeu: Ardeu em gritos dementesNa sua paixão sombria...E dessas horas ardentesFicou esta cinza fria. - Esta pouca cinza fria. A cinza das horas

  27. - Influência parnasiana e simbolista Penumbrismo = névoa Tristeza, solidão e desencanto Fantasma da tuberculose Morte

  28. 2ª FASE Não sei dançar Uns tomam éter outros tomam cocaína. Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria. Tenho todos os motivos menos um de ser triste. Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria.... Abaixo Amiel! E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff. Sim, já perdi pai, mãe, irmãos. Perdi a saúde também. É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band.

  29. PneumotóraxFebre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.A vida inteira que podia ter sido e que não foi.Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico:- Diga trinta e três.- Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .- Respire.................................................................................. - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

  30. Poema do beco Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? - O que eu vejo é o beco. Estrela da manhã MADRIGAL TÃO ENGRAÇADINHOTeresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha vida, inclusive o porquinho-da-índia que me deram quando eu tinha seis anos. Libertinagem

  31. - Ligação com os preceitos modernistas Rejeição à tristeza da fase anterior Liberdade formal e temática Valorização do cotidiano Coloquialidade Versos livres Expressões antipoéticas Poema-piada, bom humor, ironia Mistura entre prosa e poesia

  32. 3ª FASE Soneto Italiano Frescuras das sereias e do orvalho, Graça dos brancos pés dos pequeninos, Voz das anhãs cantando pelos sinos, Rosa mais alta no mais alto galho: De quem me valerei, se não me valho De ti, que tens a chave dos destinos Em que arderam meus sonhos cristalinos Feitos cinza que em pranto ao vento espalho?

  33. Também te vi chorar... Também sofreste A dor de ver secarem pela estrada As fontes da esperança... E não cedeste! Antes, pobre, despida e trespassada, Soubeste dar à vida, em que morreste, Tudo - à vida, que nunca te deu nada!

  34. Distante do ideário modernista • Culto do soneto • Versos tradicionais • Erotismo • Morte • Amor (semelhança com o amor trovadoresco)

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