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Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Disciplina Psicologia da Personalidade III cód : 2207 Prof.

Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Disciplina Psicologia da Personalidade III cód : 2207 Prof. Dr. Fábio Jesus Miranda Unidade I. PERSONALIDADE O elemento estável da conduta de uma pessoa; sua maneira habitual de ser; aquilo que a distingue de outra.

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Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Disciplina Psicologia da Personalidade III cód : 2207 Prof.

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  1. Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Disciplina Psicologia da Personalidade III cód: 2207 Prof. Dr. Fábio Jesus Miranda Unidade I

  2. PERSONALIDADE • O elemento estável da conduta de uma pessoa; • sua maneira habitual de ser; • aquilo que a distingue de outra. • Não existe uma definição absoluta ou universalmente aceita do que seja personalidade. • A ênfase comum em vários conceitos de personalidade e que ela representa as propriedadesduradouras dos indivíduos que tendem a diferenciá-los dos demais indivíduos.

  3. Pensar Cognitivas Afetivas Volitivas Comportamentais Perceber A personalidade se relaciona a uma disposição estável, habitual e integrada das propriedades: Sentir Querer Agir

  4. A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. • A personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento pelas quais passa a criança desde a gestação. • Para a sua formação influem tanto os elementos geneticamente herdados como também os adquiridos do meio ambiente no qual a criança está inserida.

  5. O Estudo da personalidade envolve: • Os fatores determinantes da personalidade • As motivações que levam as pessoas a se comportarem de uma certa maneira • O funcionamento psicológico • Uma preocupação com o indivíduo como um todo, mas também com as diferençasindividuais.

  6. TEORIA • Uma teoria consiste num grupo de conceitos e pressupostos que buscam descrever descobertas empíricas ou conhecimentos especulativos. • Envolvem uma ordenaçãosistemáticadeidéias e uma abordagem planejadadepesquisa • ajudam a reunir nossos conhecimentos e sugerir como podemos descobrir o que ainda é desconhecido.

  7. Uma teoria da personalidade deve ser um conjunto de suposições relevantes que buscam uma compreensãodocomportamentohumano. • Uma teoria da personalidade deve ser descritiva e explanatória: • descrever o que ocorre e • sugerir explicações para o que está sendo observado.

  8. uma teoria é o que resulta de uma orientação da nossa “consciência-percepção” na investigação de um fenômeno ou objeto. • Deste modo é que: um mesmo objeto pode ser descrito de formas diferentes no interior de diferentes sistemas teóricos. • Podemos pensar a teoria como um ponto de vista que escolhemos para observar e descrever um objeto.

  9. À especificidade da orientação-percepção corresponde uma especificidade da descrição do objeto. • Os objetos serão descritos de formas diferentes segundo as formas de a consciência organizar-se (orientar-se) para conhecê-los. • Podemos dizer que a teoria psicanalítica é o conhecimento gerado pela aplicação de uma certa orientação-percepção ao ser humano e às suas produções.

  10. Nascimento em 6 de maio de 1856 • Seus pais eram judeus • Aos 4 anos, seu pai, comerciante de lãs, arruinado por uma crise econômica, mudou-se para Viena • Em Viena Freud recebeu toda a sua educação e lá viveu até os 82 anos de idade • Foi obrigado a sair de Viena em 1938 pela ameaça do nazismo, que desde 1933 queimava sua obras. Tropas Nazistas marchando em Viena

  11. Em 1873, Freud ingressou na universidade e diz ter experimentado desapontamentos consideráveis: “Antes de tudo, verifiquei que se esperava que eu me sentisse inferior e estranho porque era judeu. Recusei-me de maneira absoluta a fazer a primeira dessas coisas. Jamais fui capaz de compreender por que devo sentir-me envergonhado da minha ascendência ou, como as pessoas começavam a dizer, da minha ‘raça’.” • Em 1876 ingressa no laboratório de fisiologia de Ernst Brücke onde diz ter encontrado tranqüilidade e satisfação plena. • Em 1882, abandona o laboratório de fisiologia e ingressa no Hospital Geral como assistente clínico. • Promovido a médico estagiário ou interno, Freud trabalhou em vários departamentos do hospital • Meynert propôs a Freud que ele devia dedicar-se inteiramente à anatomia do cérebro e prometeu passar a ele suas atividades como conferencista

  12. No laboratório de fisiologia de Ernst Brücke, Freud diz ter encontrado tranqüilidade e satisfação plena (ano de 1876) • Estudos de histologia do sistema nervoso • Em 1882, abandona o laboratório de fisiologia e ingressa no Hospital Geral como Aspirant [assistente clínico]. • Promovido a Sekundararzt [médico estagiário ou interno trabalhou em vários departamentos do hospital • Meynert propôs a Freud que ele devia dedicar-se inteiramente à anatomia do cérebro e prometeu passar a ele suas atividades como conferencista “Declinei dessa oferta, alarmado com a magnitude da tarefa; ... Do ponto de vista material, a anatomia do cérebro certamente não era melhor que a fisiologia, e, tendo em vista considerações pecuniárias, comecei a estudar as doenças nervosas.

  13. Em 1884, Freud obtem da Merck uma pequena quantidade do então pouco conhecido alcalóide cocaína para estudar sua ação fisiológica. • No meio deste trabalho surge a oportunidade de uma viagem a fim de visitar sua noiva, de quem ele estava afastado há dois anos. “ Rapidamente encerrei minha pesquisa da cocaína e contentei-me, em minha monografia sobre o assunto [1884e], em profetizar que logo seriam descobertos outros usos para ela. • Carl Koller, um oftalmologista amigo de Freud faz experimentos decisivos em olhos de animais e descobre o poder da anestesia local pela cocaína, que se torna importante para a cirurgia secundária. “(...) mas não guardo nenhum rancor de minha fiancée pela interrupção. “Posso agora retornar um pouco ao passado e explicar como foi a culpa de minha fiancée por eu ainda não ser famoso naquela jovem idade.”

  14. Em 1885, Freud é nomeado conferencista de neuropatologia. • Em seguida, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos, neste mesmo ano (1885) Freud empreende a viagem à Paris.

  15. Tornou-se aluno [élève] na Salpêtrière • Ofereceu-se para traduzir as conferências de Charcot para o alemão e passa a tomar parte integral em tudo que se passava na clínica • O que mais impressionou Freud foram as investigações de Charcot acerca da histeria. • Estas investigações contrapunha-se aos conceitos médicos correntes no final do século XIX.

  16. As investigações de charcot sobre a da histeria impressionaram Freud: “Ele provara, por exemplo, a autenticidade das manifestações histéricas e de sua obediência a leis, a ocorrência freqüente de histeria em homens, a produção de paralisias e contraturas histéricas por sugestão hipnótica e o fato de que tais produtos artificiais revelam, até em seus menores detalhes, as mesmas características que os acessos espontâneos, que eram muitas vezes provocados traumaticamente.” • A importância das idéias para a determinação deste sintomas (a etiologia “ideogênica”) o que fomenta o direito a um estudo psicológico deste distúrbio.

  17. Charcot induzia ou aliviava sintomas com a sugestão hipnótica. Freud percebeu que, na histeria, os pacientes exibem sintomas que são anatomicamente inviáveis. Na “anestesia de luva” uma pessoa não terá nenhuma sensibilidade na mão, mas terá sensações normais no pulso e no braço. Uma vez que os nervos tem um percurso contínuo do ombro até a mão, não pode haver nenhuma causa física para este sintoma. Haveria na histeria uma anatomia fantasmática.

  18. “Muitas das demonstrações de Charcot começaram por provocar em mim e em outros visitantes um sentimento de assombro e uma inclinação para o ceticismo, que tentávamos justificar recorrendo a uma das teorias do dia. Ele se mostrava sempre amistoso e paciente ao lidar com tais dúvidas, mas era também muito resoluto; foi numa dessas discussões que (falando de teoria) ele observou: ‘Ça n’empêche pas d’exister‘ Um mot que deixou indelével marca em meu espírito.” • Antes de partir de Paris, Freud propôs a Charcot um plano para um estudo comparativo das paralisias histéricas e orgânicas. “Desejava estabelecer a tese de que na histeria as paralisias e anestesias das várias partes do corpo se acham demarcadas de acordo com a idéia popular dos seus limites e não em conformidade com fatos anatômicos.” • Este trabalho tinha interesse em penetrar mais profundamente na psicologia das neuroses.

  19. Em 1886, Freud retorna à Viena, estabelece-se como especialista em doenças nervosas e casa-se com Martha Bernays. • Freud apresenta seu relatório sobre o que vira e aprendera com Charcot perante a Sociedade de Medicina de Viena. • Seu relatório tem má recepção. Pessoas de autoridade, como o presidente (Bamberger, o médico), declararam que o que ele disse era inacreditável. • Meynert o desafiou a encontrar alguns casos em Viena semelhantes àqueles que ele descrevera e a apresentá-los perante a sociedade. “Mas, meu caro senhor, como pode dizer tal tolice? Hysteron (sic) significa o útero. Assim como pode um homem ser histérico?”

  20. Logo depois Freud foi excluído do laboratório de anatomia cerebral • Afastou-se da vida acadêmica • e deixou de freqüentar as sociedades eruditas de medicina.

  21. Psicanálise: Breve colocação da questão • A psicanálise tem uma proeminêncianacultura de nossa sociedade. • Inventada no final do Séc. XIX, a psicanálise como escola de pensamento que alia um saber clínico a uma teoria e a um movimento institucional. Est[a implantada em vários países (dados de 1997,41). • O país que mais possui psicanalistas por habitante é a França, seguida pela Argentina, a Suíça, os Estados Unidos e o Brasil. No Brasil, em 1927, Durval Marcondes tomou a iniciativa de fundar uma Sociedade Brasileira de Psicanálise que foi, sem dúvida nenhuma, a primeira instituição psicanalítica criada na América Latina.

  22. A psicanálise desenvolveu do trabalhointenso com indivíduos e, por sua vez, foi aplicada eles. • Representa um exemplo de uma teoriapsicodinâmica da personalidade • O comportamento humano é o resultado de um complexo jogodeforças • O comportamento é visto como resultado de luta entre motivos, impulsos, necessidades e conflitos. • Freud desenvolveu a primeira teoria sistemática da personalidade, e em muitos aspectos todos os teóricos subseqüentes apresentaram reações à sua posição.

  23. A produção mais original de Freud é o conceito de inconsciente, que vai resultar no reconhecimento de uma clivagem do psiquismo. • A necessidade do conceito de inconsciente surge no cenário psicopatológico em virtude do confronto com uma série de fenômenos que ultrapassam o imediato da consciência (como p. ex., a sugestão hipnótica) • A tentativa de descrição desses fenômenos levaram Freud a propor a existência de uma atividade mental inconsciente. • Até então, sob o ponto de vista epistemológico, desde Descartes, a consciência foi constituída e transformada em referencialcentral e às vezes exclusivo para o conhecimento da verdade e do verdadeiro conhecimento. “Cogito ergo sum”

  24. O cogito afirma a universalidade da consciência. • A verdade habita a consciência: é o que proclamam racionalistas e empiristas. • As descobertas de Freud inauguram um novo campo do saber. • Para Freud, a Psicanálise, vai se constituir na terceira grande ferida narcísica sofrida pelo saber ocidental, derrubando a razão e a consciência do lugar sagrado em que se encontravam.

  25. “Ao enfatizar desta maneira o inconsciente na vida mental, contudo, conjuramos a maior parte dos maus espíritos da crítica contrário à psicanálise. Não se surpreendam com isso, e não suponham que a resistência contra nós se baseia tão-somente na compreensível dificuldade que constitui o inconsciente ou na relativa inacessibilidade das experiências que proporcionam provas do mesmo. A origem dessa resistência, segundo penso, situa-se em algo mais profundo. No transcorrer dos séculos, o ingênuo amor-próprio dos homens teve de submeter-se a dois grandes golpes desferidos pela ciência.

  26. O primeiro foi quando souberam que a nossa Terra não era o centro do universo, mas o diminuto fragmento de um sistema cósmico de uma vastidão que mal se pode imaginar. Isto estabelece conexão, em nossas mentes, com o nome de Copérnico, embora algo semelhante já tivesse sido afirmado pela ciência de Alexandria. O segundo golpe foi dado quando a investigação biológica destruiu o lugar supostamente privilegiado do homem na criação, e provou sua descendência do reino animal e sua inextirpável natureza animal. Esta nova avaliação foi realizada em nossos dias, por Darwin, Wallace e seus predecessores, embora não sem a mais violenta oposição contemporânea.

  27. Mas a megalomania humana terá sofrido seu terceiro golpe, o mais violento, a partir da pesquisa psicológica da época atual, que procura provar ao ego que ele não é senhor nem mesmo em sua própria casa, devendo, porém, contentar-se com escassas informações acerca do que acontece inconscientemente em sua mente. Os psicanalistas não foram os primeiros e nem os únicos que fizeram essa invocação à introspecção; todavia, parece ser nosso destino conferir-lhe expressão mais vigorosa e apoiá-la com material empírico que é encontrado em todas as pessoas. Em conseqüência, surge a revolta geral contra nossa ciência, o desrespeito a todas as considerações de civilidade acadêmica e a oposição se desvencilha de todas as barreiras da lógica imparcial.”

  28. Freud deu várias definições de psicanálise. Uma das mais explícitas encontra-se no início do artigo Dois Verbetes de Enciclopédia (1923 [1922]): Psicanálise é o nome: • (1) de um método para a investigação de processos mentais de outro modo quase inacessíveis; • (2) de um método (baseado nessa investigação) para o tratamento de desordens neuróticas; • (3) de uma série de concepções psicológicas obtidas por este meio e que se vão juntando umas às outras para formarem progressivamente uma nova disciplina científica.

  29. A característica principal da psicanálise é tratar através da fala (Talking Cure), e unicamente através da fala, as “doenças da alma”, excluindo de sua técnica qualquer outra forma de intervenção. • Em relação às outras psicoterapias também fundamentadas no tratamento pela fala a psicanálise se diferencia por ser a única a recorrer: (1) exclusivamente ao sistema de pensamento freudiano • orientar-se por uma concepção do psiquismo em que entram em jogo as definições freudianas do inconsciente e da sexualidade. (2) empregar uma técnica de tratamento e de transformação baseada na transferência, • A psicanálise é e sempre será uma transferência a Freud. A teoria freudiana constitui-se o alicerce fundamental desse campo de estudo teórico.

  30. A Concepção Freudiana sobre a Ciência Teoria e Métodos de Pesquisa • Freud se comprometeu com uma perspectiva científica na tentativa de conhecimento. • Treinado em técnicas médicas no laboratório de fisiologia e anatomia patológica, Freud achava que a tarefacientífica consiste na observação e na formulação de hipóteses que conduzem à ordenar e elucidar os fenômenos. “O início real da atividade científica consiste em descrever os fenômenos e posteriormente agrupá-los, classificá-los e correlacioná-los. Mesmo no estágio da descrição não é possível evitar aplicar-se certas idéias abstratas ao material em mãos...” (Freud, 1925)

  31. “ …Quando, certa vez, me dispus a fazer-lhe perguntas sobre esse ponto e argumentar que isso contrariava a teoria da hemianopsia, ele saiu-se com este excelente comentário: “La théorie c’est bon; mais ça n’empêche pa d’exister”.” “Aprendi a controlar as tendências especulativas e a seguir o conselho não esquecido de meu mestre, Charcot: olhar as mesmas coisas repetidas vezes até que elas comecem a falar por si mesmas. • As observações de Freud basearam-se em grande parte na análisedeseuspacientes e, de um modo geral, ele não fez uso de tentativas para verificar em laboratório os princípios psicanalíticos. • Rozenweig escreveu a Freud para relatar seus estudos experimentais sobre os conceitos psicanalíticos de repressão, Freud lhe respondeu que os conceitos psicanalíticos basearam-se na riqueza de observações clínicas fidedignas e por isso não necessitavam de verificação experimental independente.

  32. Freud estava satisfeito com o estudo clínico intensivo de casos individuais. • Método de pesquisa: estudo de caso • Registro fragmentos de dados • Formula princípios para ordenar e organizar os dados • Estes princípio são verificados através de observações extensivas feitas no decorrer da análise. • As observações de um paciente são comparadas com de outros e as verificações de um analista verificadas com a de outro

  33. A Clínica Médica de Freud Anuncio do novo endereço clínico de Freud

  34. Com o rótulo de histeria pouco se altera, portanto, a situação do doente, enquanto que para o médico tudo se modifica. Pode-se observar que este se comporta para com o histérico de modo completamente diverso que para com o que sofre de uma doença orgânica. Nega-se a conceder ao primeiro o mesmo interesse que dá ao segundo, pois não obstante as aparências, o mal daquele é muito menos grave. Mas acresce outra circunstância: o médico, que, por seus estudos, adquiriu tantos conhecimentos vedados aos leigos, pode formar uma idéia da etiologia das doenças e de suas lesões, como, por exemplo, nos casos de apoplexia ou de tumor cerebral, idéia que até certo ponto deve ser exata, pois lhe permite compreender os pormenores do quadro mórbido. Em face, porém, das particularidades dos fenômenos histéricos, todo o seu saber e todo o seu preparo em anatomia, fisiologia e patologia deixam-no desamparado. Não pode compreender a histeria, diante da qual se sente como um leigo, posição nada agradável a quem tenha em alta estima o próprio saber. Os histéricos ficam, assim, privados de sua simpatia. Ele os considera como transgressores das leis de sua ciência, tal como os crentes consideram os hereges: julga-os capazes de todo mal, acusa-os de exagero e de simulação, e pune-os com lhes retirar seu interesse (Freud, 1909).

  35. ESTUDOS SOBRE A HISTERIA Josef Breuer e Sigmund Freud(1893-1895) SIGMUND FREUD EM 1891

  36. NOTAS SOBRE OS ESTUDOS • Os Estudos sobre a Histeria costumam ser considerados como o pontodepartida da psicanálise. • O livro foi publicado em 1895. • Composto por: • Comunicação Preliminar (Breuer e Freud), • Considerações teóricas (Breuer) • A Psicoterapia da Histeria (Freud) • Cinco Casos Clinicos • O livro foi recebido desfavoravelmente nos círculos médicos alemães. Passaram mais de dez anos antes que houvesse um pedido de segunda edição do livro.

  37. O tratamento da Srta. Anna O. por Breuer, no qual se baseou toda a obra, ocorreu entre 1880 e 1882. • Naquela ocasião, Josef Breuer (1842-1925) já gozava de alta reputação em Viena • médico com grande clínica • realizações científicas. • Sigmund Freud (1856-1939) apenas acabara de formar-se em medicina. • Freud e Breuer já eram amigos há vários anos. • Freud relata que enquanto ainda trabalhava no laboratório de Brücke, travara conhecimento com o Dr. Josef Breuer. • Naquela época, Freud tinha seus principais interesses concentrados na anatomia do sistemanervoso.

  38. Freud ficou muito impressionado com o relato de Breuer sobre o tratamento de Anna O. . • Cerca de três anos depois, quando estava estudando em Paris sob a orientação de Charcot, deu-lhe conhecimento do caso. “Mas o grande homem não mostrou nenhum interesse por meu primeiro esboço do assunto, de modo que jamais voltei ao tema e deixei que saísse de minha mente.” (Freud, 1925) • Os estudos de Freud sob a orientação de Charcot tinham-se concentrado, em grande parte, na histeria. • Quando Freud voltou a Viena em 1886 e ali se fixou para estabelecer uma clínica de doenças nervosas, a histeria forneceu uma grande proporção de sua clientela.

  39. No início, Freud se baseou nos métodos de tratamento então correntemente recomendados: • a hidroterapia • a eletroterapia • massagens • e a cura pelo repouso. “Qualquer um que deseje ganhar para subsistência com o tratamento de pacientes nervosos deve ser claramente capaz de fazer algo para ajudá-los.” • O “arsenal terapêutico” continha principalmente duas armas, a hidroterapia e a eletro terapia. Sugeri que ela se separasse das duas filhas, que têm governanta, e se internasse numa casa de saúde, onde eu poderia vê-la todos os dias. Concordou com isso sem levantar a menor objeção. Ordenei que lhe dessem banhos quentes e lhe aplicarei massagens por todo o corpo duas vezes ao dia (ESB, II, p.81)..

  40. O conhecimento de eletroterapia provinha do manual de W. Erb [1882], o qual proporcionava instruções detalhadas para o tratamento de todos os sintomas de doenças nervosas. “ Infelizmente, logo fui impelido a ver que seguir essas instruções não era absolutamente de qualquer valia e que o que eu tomara por um compêndio de observações exatas era meramente a construção de fantasia. Foi penosa a compreensão de que a obra do maior nome da neuropatologia alemã não tinha maior relação com a realidade ... Assim, pus de lado meu aparelho elétrico.” (Freud, 1925) • Quando os métodos tradicionais revelaram-se insatisfatórios, Freud se voltou para outra área: “Nessas últimas semanas atirei-me à hipnose e logrei toda espécie de sucessos pequeninos, mas dignos de nota” (Freud, 1950a, Carta 2 à Fliess em 28 de dezembro de 1887).

  41. Assim, nos primeiros anos da atividade como médico, o principal instrumento de trabalho foi a sugestão hipnótica. “havia algo de positivamente sedutor em trabalhar com o hipnotismo. Pela primeira vez havia um sentimento de haver superado o próprio desamparo, e era altamente lisonjeiro desfrutar da reputação de ser fazedor de milagres.”

  42. UM CASO DE CURA PELO HIPNOTISMO (1892-93) Extratos de Sugestão Hipnótica Utilizei a sugestão para contestar todos os temores dela e os sentimentos em que esses temores se baseavam: “Não tenha receio! Você vai poder cuidar muito bem do seu bebê, ele vai crescer forte. O seu estômago está perfeitamente calmo, o seu apetite está excelente, você já está na expectativa da próxima refeição etc.” A paciente continuou dormindo, o que permiti por alguns minutos, e, depois que a despertei, ela revelou amnésia para o que ocorrera. Nem bem a comida lhe foi trazida e logo sua indisposição voltou; os vômitos começaram antes mesmo de ela tocar no alimento. Foi impossível colocar o bebê ao seio e todos os sinais objetivos eram os mesmos de quando eu chegara, na noitinha anterior. Não consegui nenhum resultado com minha argumentação de que a batalha já estava quase ganha, de que agora ela estaria convencida de que o problema podia desaparecer e que de fato havia desaparecido durante meio dia.

  43. Produzi então a segunda hipnose, que a levou ao estado de sonambulismo, tão rapidamente como da primeira vez, e agi com maior energia e confiança. Disse à paciente que, cinco minutos depois de minha saída, ela iria zangar-se com sua família e dizer com aspereza: o que tinha acontecido com o jantar dela? será que pretendiam deixá-la passar fome? como poderia ela amamentar a criança, se ela mesma não tinha nada para comer? e assim por diante. Na terceira tarde, quando retornei, a paciente recusou-se a prosseguir qualquer tratamento. Já não havia mais nenhum problema, disse ela: tinha um excelente apetite e muito leite para o bebê, não havia a menor dificuldade quando este era posto a mamar etc. Seu marido achou muito estranho que, depois de minha saída, na véspera, ela tivesse reclamado violentamente, exigindo comida, e tivesse censurado a mãe de um modo que não lhe era habitual. Todavia, acrescentou ele, tudo tinha estado muito bem desde então.

  44. Nessa época o interesse de Freud pela sugestão hipnótica tornou-se acentuado: • traduziu um dos livros de Bernheim em 1888 e outro em 1892 • Com a idéia de aperfeiçoar a técnica hipnótica, Freud empreendeu uma viagem de algumas semanas às clínicas de Liébeault e Bernheim em Nancy, no verão de 1889. • Como expectador dos experimentos de Bernheim em seus pacientes do hospital, Freud teve a mais profunda impressão da possibilidade de que poderia haver poderosos processos mentais que, não obstante, permaneciam escondidos da consciência dos homens.

  45. Freud relata que havia alguns pontos passíveis de queixa: • ele não era capaz de hipnotizar todos os pacientes • era incapaz de pôr os pacientes num estado tão profundo de hipnose como teria desejado. • Alguns pacientes recaíam após breve tempo

  46. O caso da Sra. Emmy von N. foi o primeiro que Freud tratou pelo método catártico. • Nessa fase inicial, Freud vinha constantemente empregando a hipnose na forma convencional: • para dar sugestões terapêuticas diretas: Eu também havia eliminado suas dores gástricas durante a hipnose, tocando-a levemente no abdome, e lhe disse que, embora ela esperasse pelo retorno da dor depois do almoço, isso não aconteceria. (ESB, II, p. 84)

  47. Outra técnica empregada por Freud foi o métodocatártico, que constitui o tema do trabalho clínico apresentado nos Estudos sobre a Histeria. • Além dos casos de Anna O. e da Sra. Emmy Von N., os estudos apresentam o caso da Srta. Elisabeth von R., que teve início no outono de 1892 e descrito por Freud como sua “primeira análise integral de uma histeria”. • Foi logo seguido pelo de Miss Lucy R., que começou no fim do mesmo ano. • Não se atribui nenhuma data ao de Katharina.

  48. No intervalo entre 1889 e 1892, Freud teve experiência com outros casos. • Em particular, houve o da Srta. Cäcilie M., “[Freud relata que] veio a conhecer de forma muito mais completa do que qualquer das outras pacientes mencionadas nestes estudos”, mas cujo caso não pôde ser descrito em detalhes em virtude de “considerações pessoais”. • Esse caso é freqüentemente mencionada por Freud, bem como por Breuer, • Sabe-se por Freud que: “foi o estudo desse caso, feito em conjunto com Breuer, que levou diretamente à publicação da “Comunicação Preliminar”.

  49. RELAÇÃO DOS ESTUDOS COM A PSICANÁLISE • A mais importante das realizações de Freud talvez tenha sido sua invenção do primeiro instrumento para o exame científico da mente humana. • Um dos principais atrativos dos Estudos é que ele nos permite rastrear os primeiros passos do desenvolvimento desse instrumento. • O que Freud nos relata não é simplesmente a história da superação de uma série de obstáculos, mas tambem, a história da descoberta de uma série de obstáculos a serem superados.

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