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Contexto da proposta da pedagogia do hip hop

Marc L. Hill. “Beats, Rhymes, and classroom life: hip hop pedagogy and the politics of identity” “Batidas,rimas e vida em sala de aula: pedagogia do hip hop e a política de Identidade. Nova York: Teachers College Press, 2009. Contexto da proposta da pedagogia do hip hop

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Contexto da proposta da pedagogia do hip hop

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Presentation Transcript


  1. Marc L. Hill. “Beats, Rhymes, and classroom life: hip hop pedagogy and the politics of identity” “Batidas,rimas e vida em sala de aula: pedagogia do hip hop e a política de Identidade. Nova York: Teachers College Press, 2009. Contexto da proposta da pedagogia do hip hop Nos EUA, o hip hop, sendo caudatário de uma longa e extensa luta política dos afro-americanos pelos direitos civis e de afirmação étnica do movimento Black Power,promove uma uma nova forma de militância com ênfase na dimensão cultural, o que os coloca na dianteira, no campo, não apenas político, mas também acadêmico e educacional.

  2. Hi-Hop-Based Education (HHBE). • O que diferencia este livro de outros: • Utiliza o hip hop não apenas como estratégia educacional, mas tomar o próprio hip hop como objeto de estudo, concebendo-o antes de tudo como estratégia fundamental de desenvolvimento da identidade, de maneira a expandir o pensamento e a concepção de mundo dos alunos. • Inaugura uma pedagogia culturalmente relevante, que envolve: sucesso no aprendizado (academic achievement), competência cultural (no interior de sua própria cultura) e sócio-política (permitindo-lhes o desenvolvimento da consciência e encontrar respostas p/ suas inquietações e problemas concretos). • grande exemplo de “ensino culturalmente relevante”(p. IX). Ao invés de resgatá-los de suas comunidades de origem, trata-se de uma pedagogia que encontra exatamente na cultura dos estudantes a matéria e objeto de seus estudos. Portanto, propõe que os professores aprendam sobre a cultura dos estudantes e de suas comunidades para poder ensinar.

  3. Pedagogia do hip hop:Keep it real • Nesse sentido, leva a sério o lema do hip-hop “keep it real” no campo da educação: • manter-se vinculado à realidade dos afro-descendentes dos subúrbios das metrópoles, preservando seu caráter formador, de denúncia das desigualdades e de discriminação racial • como instrumento de afirmação étnica e social.

  4. No que consistiu seu trabalho em sala de aula? • Ao invés de escolher raps de sucesso, escolheu temas significativos que definissem a vida urbana e suas lutas; • Depois escolheu letras de música que dissessem respeito a esses temas, com o intuito de levar os estudantes a terem consciência do significado de serem “jovens negros com acesso limitado aos benefícios sociais da sociedade mais ampla”.

  5. Campo teórico • Em oposição a teorias que ressaltavam a indiferença, a privação cultural e a inferioridade intelectual da população pobre e negra; • sua experiência, como jovem negro que conhecia a comunidade de jovens negros pobres, apontava na verdade para uma lacuna entre os interesses destes jovens e o que a escola lhes oferecia.

  6. Conhecimento culturalmente significativo • Daí ter encaminhado seus estudos para os campos da antropologia, alfabetização, estudos culturais e pedagogia crítica. • Assumiu o “compromisso ético e político de realizar uma pesquisa que desse voz àqueles que se viam silenciados no interior da academia e da vida pública”, segundo Gloria Ladson –Billings, responsável pela cadeira de educação urbana na University of Wiscosin-Madison, que fez parte da campanha presidencial de Barack Obama.

  7. Rap Gangster x reação da Academia • De acordo com Hills, desde os anos 90: • Surgimento do rap “gangster” - o olhar acadêmico e educacional se voltou para a cultura do hip hop, ressaltando suas ligações com a alegada “patologia social” e com a incitação do caráter violento e sexualizado da identidade juvenil;

  8. Hip hop:sub gênero cultural? • O hip hop não é um sub-gênero cultural, mas é expressão de uma identidade libertadora e da afirmação dos jovens afro-americanos das periferias das grandes cidades dos EUA, que se estendeu às periferias das grandes cidades do mundo. • Propõe a Pedagogia Crítica do Hip Hop, como expressão de umapolítica da identidadepara esta população, por meio do qual é abordada: • a relação entre cultura, identidade e poder, que resulta do engajamento da juventude no movimento hip-hop.

  9. Vertente teórica • O autor se aproxima criticamente das leituras da Escola de Frankfurt, feitas pela Pedagogia Crítica que nela encontra inspiração, como a sustentada por Giroux, buscando abordar a cultura popular sob outro viés; • Rejeita a diferenciação entre alta cultura e baixa cultura, criando espaço para uma investigação da cultura popular como espaço de resistência e de dominação; • Adota uma abordagem multiperspectivista, procurando distinguir três níveis de leitura: cultura política, análise textual e a recepção (audiência).Uma leitura que permite analisar os momentos em que prevalecem na cultura popular perspectivas dominantes, assim como o rastreamento dos caminhos pelos quais a perspectiva dominante é reproduzida ou quando a ela resistem. • Salienta, no entanto, que até mesmo a pedagogia crítica tem tido muita dificuldade em adotar esta análise multiperspectiva, tendendo a assumir abordagens rígidas do ponto de vista textual, que se distanciam de sua leitura etnográfica multiperspectivista.

  10. Objetivos • Encontrar na pedagogia do hip hop, o seu caráter heurístico, que conteria em sua vertente pedagógica, dinâmicas não-hegemônicas e práticas diversas de construção da subjetividade juvenil.

  11. Pesquisa em ação • O relato deste trabalho envolve uma experiência de pesquisa feita em sala de aula junto com um professor de inglês de uma escola de ensino médio, durante o ano escolar. • O curso foi oferecido no programa “Twilight”, um programa de educação de jovens e adultos no período noturno, em uma escola no sul da Filadélfia, com um corpo discente relativamente diversificado para os padrões norte-americanos: 41,5% de negros, 26,8% americanos de origem asiática, 24,4% brancos e 6,9% de “latinos” (p. 13). A classe onde o curso foi ministrado era composta por estudantes que ali estavam por vontade própria e outros por que queriam evitar a violência escolar e seria bom frequentar aulas de hip hop( faixa etária 15-23 anos). • Basicamente, a proposta de Hill consistia em estimular a escrita de um diário que provocasse diálogos entre estudantes e educadores, que fomentasse projetos e que produzisse um projeto final com base em leituras críticas das letras de hip hop. • Dividiu o curso em 06 unidades temáticas: raízes do hip hop e literatura; amor; família, the hood; política e desespero/desesperança.

  12. Proposta pedagógica • A proposta envolvia diversos momentos método storytelling(compartilhar histórias), com o compromisso de que o que fosse relatado ali não saísse daquele espaço, nem fosse acompanhado de qualquer comentário maldoso ou ofensivo, seguindo os seguintes passos: • Journal writing- todo começo de aula, cada respondia individualmente a algumas questões; • Journal sharing, compartilhamento oral; • group readings; • readers responses (discussão sobre o sentido do texto); • units projects, que consistia em estimulá-los por tema, a escrever algo que dialogasse com a proposição de cada rap: construir um história usando metáforas; escrever algo que expresse sua visão do amor; escrever uma carta respondendo a uma música como se fosse o filho ou o pai de um rapper; construir um discurso p/ campanha de presidente; escrever uma coluna com conselhos.

  13. Wounded healers(O sofrimento que cura ou Curadores de feridas) • história de Chiron, um Deus da mitologia grega, metade homem,metade animal, conhecido por seus dotes de professor, médico e curandeiro. Tendo sido atingido acidentalmente por uma flecha de Hercules, com o sangue de Hydra, teve que continuar praticando a cura suportando a dor de sua ferida. Por isso ficou conhecido como “wounded healer”.

  14. Pedagogia da cura • Pedagogia do “wounded healer” : • não apenas a dimensão terapêutica do compartilhamento de histórias pessoais e coletivas; • mas também o engajamento crítico da narrativa particular de cada um com narrativas mais amplas, que expõe e produz novas possibilidades para cada um dos envolvidos.

  15. Teaching as wounded healers or not? • Fica a pergunta para nós educadores : • Devemos compartilhar nossas próprias histórias com os educandos, e permitir que elas se entrelacem, se cruzem, como, muitas vezes, ocorreu com os alunos de Hill, ou devemos tomar um lugar mais distante, contemplativo, como faz Mr. Columbo, a quem Hill chama de “voyeur”? • Ou nem um nem outro, ou seja, sem tocar longamente em assuntos pessoais, os educadores podem demonstrar quão tocados estão com as questões trazidas pelos alunos, vestindo sua pele, sem com eles se confundir. • Outra questão que fica é se para que se desenvolva um ensino significativo para os alunos, se devemos propiciar um espaço para que exponham seus problemas e ideias de modo profundo e íntimo. • Outra questão é como devemos lidar com as ausências dos alunos: se precisamos constrangê-los a explicar em detalhes os seus problemas para justificar suas faltas ou simplesmente devemos tratar esta questão de maneira objetiva e deixar que cada um se responsabilize por certo número de faltas, como se faz na faculdade. • Ou, cf. a idade dos alunos, devemos criar com eles um espaço de co-responsabilização por tarefas, freqüência, etc, para evitar situações constrangedoras de exposição de sua intimidade ao professor devido a uma questão regimental.

  16. Posição do autor: • “Finalmente, as idéias deste capítulo nos obrigam a repensar a sala de aula como um espaço em que professores e alunos podem "arriscar a si mesmos”, contando suas histórias individuais e coletivas. Embora se tenha posto em prática tal como a teoria da composição e a teoria crítica racial defendem o uso da narração de histórias, há ainda a necessidade de se desenvolver a teoria e a prática que nos preparem para os benefícios, desafios e conseqüências do uso da abertura pessoal dentro da sala de aula. Como este capítulo mostra, a falha em não se levar tais considerações seriamente prejudicam severamente a nossa capacidade de transformar a sala de aula em um espaço mais seguro, democrático, produtivo e culturalmente mais apto a responder às indagações que nos circundam "(p. 97, a tradução de Puttini).

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