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MEMÓRIAS LITERÁRIAS – CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E ASPECTOS LINGUÍSTICOS

MEMÓRIAS LITERÁRIAS – CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E ASPECTOS LINGUÍSTICOS. 4º ENCONTRO – NOVEMBRO/2013. Se bem me lembro. Memórias Literárias. A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la. Gabriel García Márques.

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MEMÓRIAS LITERÁRIAS – CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E ASPECTOS LINGUÍSTICOS

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Presentation Transcript


  1. MEMÓRIAS LITERÁRIAS – CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E ASPECTOS LINGUÍSTICOS 4º ENCONTRO – NOVEMBRO/2013

  2. Se bem me lembro ... Memórias Literárias A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la. Gabriel García Márques

  3. É aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembrança; reminiscência. Relato que alguém faz, muitas vezes na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular.

  4. SEMELHANTES, PORÉM DIFERENTES

  5. MEMÓRIAS LITERÁRIAS E SUAS SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS

  6. MEMÓRIAS LITERÁRIAS – CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES

  7. CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E CONTEÚDO TEMÁTICO • Identificação da situação de comunicação

  8. PLANO GLOBAL DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Partes próprias da composição do gênero • Início, meio e fim bem demarcados. • O Início do texto é dedicado a situar o leitor no tempo e no espaço a serem rememorados. • Relato de fato(s) marcante(s), ao longo do texto, e os motivos que o tornam significativos. • O texto pode ser concluído com uma cena ou fato vivido pelo narrador em um momento passado. • As memórias também podem ser concluídas com o deslocamento do narrador para o tempo presente.

  9. PLANO GLOBAL DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Narrador • Narrador-personagem ou narrador-testemunha em 1ª pessoa. • Apesenta-se e manifesta-se como EU, falando daquilo que viveu sob, somente, o seu ponto de vista. • Uso dos pronomes pessoais e possessivos de primeira pessoa.

  10. PLANO GLOBAL DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Adequação da Linguagem • Uso da linguagem formal. • Havendo rompimento da norma padrão/culta, que o seja a serviço do sentido do texto. • Emprego de palavras e expressões que já não existem ou que se transformaram.

  11. A ENTREVISTA NA PRODUÇÃO DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • O entrevistado e o tema • A escolha do entrevistado – antigo morador. • Assuntos que provocam lembranças referentes ao tema: modos de viver do passado; transformações físicas da comunidade; origem da comunidade; antigos lugares de trabalho; profissões que desapareceram; eventos marcantes.

  12. A ENTREVISTA NA PRODUÇÃO DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Retextualização – da entrevista para as memórias literárias • Nessa atividade, devem ser consideradas as condições de produção, de circulação e de recepção dos textos. • Envolve estratégias de eliminação (por exemplo, de marcas interacionais, hesitações) e inserção (por exemplo, de pontuação), substituição (por exemplo, de uma forma mais coloquial para uma mais formal), seleção, acréscimo, reordenação, reformulação e condensação (por exemplo, agrupamento de ideias).

  13. A DESCRIÇÃO NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Motivações para a descrição • É importante reparar no objeto descrito, como se o olhasse pela primeira vez, e ter clareza de quem é o leitor ao qual se dirige, o que ele precisa saber a respeito dos fatos, dos lugares, das personagens e dos costumes abordados no texto.

  14. A DESCRIÇÃO NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Finalidade da descrição • A descrição pode ser utilizada como recurso para seduzir o leitor e aproximá-lo da experiência relatada pelo autor do texto – enfatizando-se determinadas cenas, características de lugares ou personagens, sensações, impressões e informações captadas pelos cheiros, sabores, cores, texturas, sons.

  15. A DESCRIÇÃO NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Descrição também na comparação ONTEM e HOJE • Através da descrição, além de se caracterizarem lugares, objetos e pessoas considerados importantes nas experiências vividas no passado, também se compara o tempo antigo com o atual, destacando, principalmente, as diferenças. O autor olha para o presente e enxerga o passado.

  16. A AUTORIA NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • As vozes do narrador • Pode haver mudança no plano global (com a mudança de tempo – ontem p/ hoje, e de voz do narrador, sem que haja quebra no relato. • Título Instigante

  17. OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Recursos linguísticos de expressividade (efeitos de sentido) • Nesse caso, o uso dessas expressões é intencional e adequado para o contexto.

  18. OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Marcas linguísticas de passado VERBOS NO PASSADO PERFEITO DO INDICATIVO IMPERFEITO DO INDICATIVO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO MODIFICADORES ASPECTUAIS PALAVRAS E EXPRESSÕES ORAÇÕES SUBORDINADAS PALAVRAS/EXPRESSÕES ANTIGAS OU EM DESUSO

  19. OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Sinais de pontuação no texto

  20. OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS • Sinais de pontuação no texto

  21. EXEMPLIFICANDO COM TEXTOS

  22. A criança que ainda vive em mim NÃO SITUA O LUGAR ESPECIFICAMENTE. TÍTULO INSTIGANTE. Quando criança, vivia altas aventuras. Acordava cedinho, junto com o sol, merendava e ia correndo aonde o vento me levasse. Seguia a brisa, não me importava para onde ela fosse. Entrava a mata a dentro sem medo do que ia enfrentar. Cada dia era uma nova aventura, uma grande descoberta. Sempre que eu podia, dava uma escapadinha para o açude me divertir. Tantos peixes, tanta alegria, tanta emoção! Chegava em casa tarde, sempre com aquela bronca me esperando, mas minha alegria era tanta que nem me importava. No dia seguinte eu ia de novo para novas descobertas. Hoje, quando volto àquele lugar, me lembro sempre daquelas grandes aventuras. É quando batem no peito a saudade e a tristeza, pois aquela mata que me alegrava tanto foi destruída. Agora só há casas e prédios. O açude, que tantos peixes tinha, hoje nem água tem. O meu coração chora em saber que tudo aquilo se foi. Mas nunca nem ninguém vai tirar o lugar em que vivi de dentro de mim. NARRADO EM 1ª PESSOA – NARRADOR-PERSONAGEM COMPARAÇÃO ENTRE PASSADO E PRESENTE USO DE LINGUAGEM FIGURADA (EFEITO DE SENTIDO) TEXTO DESCLASSIFICADO, POIS, APESAR DO ADEQUADO USO DOS RECURSOS LINGUÍSTICOS, NÃO SE TRATA DO GÊNERO MEMÓRIAS LITERÁRIAS, MAS SIM DE RELATO PESSOAL.

  23. Páginas de minha vida Tenho 86 anos de idade e sou conhecido como senhor Souza. Deus me deu a oportunidade de ter uma vida maravilhosa, cercado por pessoas inigualáveis. Durante minha vida, morei em muitos locais: Mossoró, Apodi, Sobral e, por fim, Fortaleza. Lembro-me bem da infância maravilhosa que tive em cada um desses lugares. Como esquecer o calor de Mossoró? Como posso me esquecer de um bairro onde morei em Apodi chamado Apanha Peixe? Na verdade, é assim chamado, porque nele há uma lagoa tão grande que mal dá para ver seu fim e, quando alguém ia pescar, as redes vinhas lotadas de tanto peixe, daí o nome. Mais tarde, eu me mudei um vilarejo de dez casas de taipa que ficavam a uma distância de 150 metros umas das outras. Apesar da simplicidade, era um local ótimo de se morar. Eu me sentia feliz em meio a tantas vacas, ovelhas, galinhas e outros bichos. Tempos depois, partimos para Sobral. A cidade com aqueles prédios centenários, casas do século XVII e uma igreja tão linda! Nosso destino era o vilarejo chamado Triângulo. Lá era fantástico! Havia grandes árvores, rios e uma barragem enorme para represar água por conta da seca. Como tudo que é bom dura pouco, mais uma vez tivemos de vir embora para Fortaleza, onde nasci. Chegando a Fortaleza, quase não a reconheci, pois estava muito diferente da que tinha deixado há três anos. APESAR DE APRESENTAR ALGUMAS REMINISCÊNCIAS, O TEXTO É, PREDOMINATEMENTE, AUTOBIOGRÁFICO.

  24. Muitas coisas tinham mudado: a rodoviária, as casas, ruas e avenidas, muitos prédios tinham sido construídos. Nossa família instalou-se num bairro de nome Parangaba, onde passei o resto de minha infância e vida. Na mesma rua, residia uma umbandista amiga de minha mãe. Esse foi o meu primeiro contato com alguma religião. Gostava de participar dos cultos, achava muito linda a forma como os mesmos eram feitos, as vestimentas, as músicas, as imagens dos santos africanos, tudo aquilo me fascinava, eu achava magnífico. Em frente de casa havia uma praça e uma igreja. Na época de festas juninas, o lugar se enchia de alegria. Nós crianças ficávamos fascinadas com o parque de diversões. Era um prazer subir na roda-gigante, no alto da qual dava para se ver as luzes da cidade. Havia também um carrossel, um tiro ao alvo para ganharmos prémios tão cobiçados. Divertíamo-nos assistindo às tradicionais quadrilhas e ao casamento matuto. Porém, minha vida em Fortaleza não era bem o que eu queria, apesar de ter parque de diversões, fantástico para uma criança deslumbrada como eu. Quando você é uma criança, tudo lhe fascina. Você pensa que o mundo é de uma forma até você crescer, estudar e descobrir que seu pais não é o mundo como pensa, até descobrir que existe egoísmo, pessoas que desmatam as floretas por pura ambição, matam animais para o comércio. Quantos animais que estão em extinção hoje! Na minha época, não existia essa coisa que se chama aquecimento global. Revendo tudo, fico triste demais, pois hoje tudo está sendo destruído: as florestas, os animais, rios e lagoas, cachoeiras e tantos outros tesouros preciosos da terra.

  25. Outros tempos ótimos de minha vida foram vividos intensamente. Segui meu rumo, passei pela adolescência, vivi a juventude em boa parte na faculdade. Anos depois, conheci uma linda jovem com quem casei e assumi minha fase adulta. Minha esposa não pôde ter nenhum filho, mas sempre me deu muita alegria e compensou essa falta com sua presença afetuosa. Infelizmente, vinte anos depois que nos casamos, ela veio a falecer. Depois disso, eu me dediquei a cuidar de minha mãe, pois ela já não tinha mais tanta vitalidade, falecendo com pouco mais de cem anos.   Fui um homem bem sucedido no trabalho, tive ótimas amizades e me tornei esse senhor solitário que sou agora. Atualmente minha única companhia são alguns animais que crio, meus amáveis gatos e cachorros, sem contar com a companhia de minhas plantas. Hoje, ao completar 86 anos, sou um senhor muito agradecido a Deus pela intensa vida que tive, agradeço por tudo que me fez e fico aguardando o momento em que todas essas e tantas outras lembranças restem apenas em papéis escritos no livro de minha vida.

  26. Os velhos tempos Aqui era muito bom nos velhos tempos, as casas eram simples e as pessoas eram mais unidas. Todo santo dia as pessoas iam de manhã bem cedo tomar café na casa da Dona Verônica. Nós adorávamos os seus bolos. Muitas crianças deixavam de tomar seu lanche só para poder apreciar os doces da vizinha mais querida da rua. Era um verdadeiro mundo de açúcar, doces, bolos coloridos, de formas e tamanhos variados. Que saudade! O de brigadeiro era divino, vocês iriam adorar, se apaixonar, seria a melhor palavra para dimensionar a nossa admiração. Uma pena hoje não ser mais assim, ninguém tem amigos como antigamente, atualmente as pessoas são mal educadas e também falsas, na verdade, nem todos, mas a sua maioria,   As pessoas podiam ser mais humildes e menos mal educadas. Mas isso é coisa de agora, e o que importa no momento são as boas lembranças do meu lugar. O cheiro de terra molhada, por exemplo, que quase não sentimos mais, isso quando chove. São duas raridades, as chuvas e a terra. A primeira por estarmos no nordeste e a segunda porque na minha rua só tem asfalto. O asfalto tornou minha rua muito quente. Na verdade, hoje sobra calor no chão e falta calor humano. APESAR DE MENCIONAR BREVENMENTE UM LUGAR (NÃO ESPECIFICADO), PREVALECE O RELATO DOS COSTUMES DE UMA ÉPOCA.

  27. Outra saudade dos velhos tempos é o costume de sentarmos na calçada para uma conversa no final da tarde. Minha avó e toda a vizinhança ficavam horas batendo papo, jogando conversa fora, esperando o tempo passar até meu pai chegar da escola e ela entrar para cuidar de seu jantar. Hoje, quase ninguém faz isso, por causa dos assaltos e também das brigas, todos nós temos medo da morte, por isso quase ninguém senta mais nas calçadas, os tiros e as brigas de gangues invadiram nosso lugar.   É muito triste a realidade da minha rua atualmente. Percebemos que o ontem já envelheceu e está muito doente, assim como eu, e estão mais velhos ainda os hábitos e os costumes que ficaram num passado que infelizmente não volta mais.

  28. EM TODO CORPO DO TEXTO, PERCEBEM-SE INDÍCIOS DA REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA COM ALGUM ANTIGO MORADOR DO LUGAR RETRATADO. ACENTUADO USO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES PRÓPRIAS DO FALAR LOCAL. O almoço dos trabalhadores era feito na casa-grande e logo de manhã cedo os jumentos encostavam-se ao engenho, trazendo em caçuás as enormes panelas cheias de comida, geralmente a carne dos porcos que eram criados na fazenda. Enquanto alguns mexiam os tachos, outros sentavam no chão para pegar o de comer. À tardinha esfriavam os corpos para irem banhar-se no açude. De longe ouviam-se os gritos das maritacas misturados à algazarra dos trabalhadores, que pareciam crianças brincando de pega-pega. Ceavam na casa-grande... E vinham chegando, no corpo traziam o cheiro gostoso do sabonete Alma de Flores, considerado um luxo naquela época, cabelos limpos, cheios de brilhantina, que espelhavam de longe. Depois da ceia, sentavam em redes ou tamboretes, iluminados pelo clarão da lamparina, e contavam histórias reais ou de trancoso. O café era servido, e o canivete, retirado da cintura, para cortar o fumo de rolo com o qual faziam um cigarro grosso, enrolado com palha de milho seco que pegavam na tolda, o isqueiro de metal a querosene rodava de mão em mão para acender os cigarros. Alguns resolviam ir namorar, mesmo que o pai da moça ficasse no meio dos dois. EMPREGO ADEQUADO DOS TEMPOS VERBAIS. USO DE RECURSOS DE LINGUAGEM ADEQUADO AO CARÁTER LITERÁRIO. RETRATAÇÃO DE HÁBITOS E DE PRODUTOS DA ÉPOCA.

  29. LEMBRANÇAS DE UM ANTIGO MORADOR. O mundo encantado do engenho Aluna: Isabela Kethyes Bezerra Bessa SENTIMENTOS, IMPRESSÕES E APRECIAÇÕES QUE ENREDAM O LEITOR. Sentado aqui no alpendre da casa-grande, olhando em volta desse mundo silencioso em que hoje vivo, me lembro de cada momento que passei neste lugar. O rodopiar dos ventos no canavial, o cheiro da cana verde misturado ao ar puro das águas cristalinas do açude, o barulho dos animais, as vozes dos trabalhadores... Tudo isso está guardado na minha memória. Era época de fartura, o engenho acolhia de braços abertos todos os que ali iam chegando. Meu pai, homem forte, comandava com braveza e ao mesmo tempo com humildade os trabalhadores que rudemente transformavam com habilidade a cana em rapadura. Dentro e fora do engenho ouvia-se o lepe-lepe das palhetas, mexendo o tacho fervente de mel. A moenda subia e descia com um ranger musical, esmagando a cana e soltando uma garapa esverdeada. Jumentos iam e vinham, trazendo nos lombos cangalhas cheias de cana, cujas folhas se arrastavam pelo chão e pareciam cantar uma canção, alegrando nossos ouvidos. O cheiro vindo da gamela da rapadura, ora com mistura de cravo e erva-doce, ora de coco, fazia com que aguçasse o paladar de quem passava. As mulheres esparramavam o mel na pedra para começar o puxa-puxa do alfenim, seus corpos moviam-se sem parar, pareciam bailarinas ou... borboletas Título instigante. MEMÓRIAS ASSUMIDAS EM PRIMEIRA PESSOA. REFERÊNCIA A OBJETOS, LUGARES, MODOS DE VIDA, PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE TRANSPORTAM O LEITOR PARA A ÉPOCA E LUGAR MENCIONADO.

  30. COMPARAÇÃO ENTRE O PASSADO E O PRESENTE Naquele tempo tudo era diferente, as pessoas eram mais amigas umas das outras e viviam mais felizes. Hoje, o engenho está de pé, bem conservado, as pessoas sempre vêm para tirar retratos e ouvir histórias de como funcionava tudo aquilo, mas nunca vão entender como funcionava o coração, a amizade de cada pessoa que ali vivia, pois essa máquina de tirar retrato jamais vai retratar as lembranças, as saudades e a história real do mundo encantado do engenho. (Texto baseado na entrevista feita com o senhor José Enias Bessa.) O LUGAR É BEM CARACTERIZADO, SABENDO-SE EXATAMENTE DE ONDE SÃO AS MEMÓRIAS. O TEXTO RETRATA DE MODO PRÓPRIO E ORIGINAL AS LEMBRANÇAS DO ANTIGO MORADOR ENTREVISTADO - AUTORIA. GLOSSÁRIO Cangalha – armação feita de madeira, colocada em animais, para carregar coisas, objetos. Caçuás – espécie de bolsa de couro, colocada no jumento, para levar objetos. Brilhantina – espécie de gel perfumado que os homens usavam nos cabelos nas décadas passadas. Tolda – terreno adubado para plantar milho.

  31. A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la. Gabriel García Márques Obrigada!

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