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Aconteceu Na Semana Do Natal

Aconteceu Na Semana Do Natal. Baseado numa experiência psicanalítica real. Conto Ligeiro Por: Carlos Mendes. O Síndrome

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Aconteceu Na Semana Do Natal

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Presentation Transcript


  1. Aconteceu Na Semana Do Natal Baseado numa experiência psicanalítica real Conto Ligeiro Por: Carlos Mendes

  2. O Síndrome Natalí permaneceu deitada muito depois de ter acordado. Mágoa sem causa conhecida desde o despertar e remorso pelos maus-tratos cometidos contra a mãe que saiu do quarto, desapontada depois de tê-la chamado para o café da manhã, eram entretecidos pela fiandeira Maldade. ensinados pelos entendidos da Nova Era. Saiu do quarto, olhou para baixo, viu a mãe e a avó dando voltas ao redor da grande árvore de Natal armada no meio da sala e pensou: “Se purificam dos maus eflúvios...” Deu-se conta do mistério que tornava pelos entendidos da Nova Era.

  3. Desceu a escada e passou taciturna pela sala, desdenhando da cena que ela própria, por tantas vezes, já representara. “Oito anos, que idade mais sem graça a minha!”, pensou quando entrava na cozinha. Logo ouviu o gato Tom Mix arranhando a porta, o que fazia todas as manhãs quando pressentia a sua presença na cozinha. Natalí desprezou-o e não lhe abriu a porta. A mãe e a avó apareceram na cozinha quando ela tomava um iogurte gelado que parecia não agradá-la. -- Natalí - a voz aguda da mãe denotava preocupação, - até ao Tom Mix desprezas? O que te fizemos de mau?

  4. -- Fiquei desconfiada da bondade de todos... - respondeu a menina parecendo mais triste do que amuada. - Acordei com uma sensação ruim... -- Você teve algum pesadelo - tentou a avó explicar o mau humor da neta. Na hora do almoço o pai foi informado sobre o estado em que Natalí se encontrava e procurou convencê-la que a indisposição devia ter por causa algum pesadelo mesmo. Da sala ela olhava com desprezo para a árvore de Natal, até que acrescentou: -- Quantas mentiras penduradas na árvore e saindo pela boca das pessoas. -- Você teve algum pesadelo – tentou a avó explicar o mau humor da neta.

  5. Na hora do almoço o pai foi informado sobre o estado em que Natalí se encontrava e procurou convencê-la que a indisposição devia ter por causa algum pesadelo mesmo. -- Não tive pesadelo nenhum. O mundo é mau e vocês também são - disse Natalí. -- Dê um exemplo - pediu a avó desconfiando que falava dos Papai Noel pendurados juntos com outros gnomos. -- Tudo... Tudo e todos - respondeu Natalí. Suspeitando que a relação familiar estava incluída nessa categoria o pai perguntou: -- O nosso amor por você também é uma mentira? -- Eu acho que é - respondeu a menina. A mãe arregalou os olhos achando que os julgamentos da filha estavam desarranjados por alguma razão

  6. inconsciente muito séria. “Era assunto para psicoterapeuta”, pensou se lembrando da palestra que ouvira uma psicopedagoga proferir durante ma reunião de pais e mestres na escola onde Natalí estudava: “Por ser o veículo que comunica objetivamente as convicções da alma, a mente humana deve ser considerada como um templo. Podem ocorrer distúrbios funcionais na mente e em tais casos é preciso que um especialista trabalhe com ela considerando essa condição que lhe é peculiar”. Lembrava que a palestrante encerrou a palestra com uma reflexão que a maioria das mães e mestres presentes tinham posteriormente

  7. repudiado ao confrontá-la com o ponto de vista humanista que prevalecia entre eles: “Para bem conhecer os pensamentos que a estimulam, a mente precisa de um competente diretor de consciência na conhecida volta que o pensamento dá sobre si mesmo. Ao mundo cristão é dado possuir um diretor por excelência: O Evangelho de Jesus Cristo”. Depois que a filha dormiu ela falou com o marido sobre o assunto da palestra e acabaram concordando que Natalí devia se consultar com um psicoterapeuta indicado pela palestrante. * * * Verdadeiramente “o coração tem razões que a própria razão desconhece”,

  8. admitiram os pais e a avó de Natalí concordando destarte com o enunciado de Pascal. Muito falantes e sorridentes os membros da pequena família se reuniam ao redor da árvore de Natal e substituíam os Papai Noel e os outros gnomos por enfeites sem relação com fetiches. -- Ai, Natalí, tanto drama por causa de uma boneca de vitrine! - zombava a avó, principal figurante no drama encenado na mente da estremecida neta, enquanto esta se esbaldava de rir entre os muitos suspiros da alma aliviada. * * *

  9. A análise Depois de uma rápida reunião com Natalí e os seus pais o analista fica sozinho com a menina. Percebe a sua atitude confiante e lhe pergunta se pode repetir o sono daquela noite que antecedeu o seu perturbado despertar. -- Só o sono? - pergunta, e ele lhe responde que sim. -- Você não me fará sonhar o que não sonhei? O analista lhe diz que não fará isso e ela lhe pede garantia. Ele pega a Bíblia sobre a sua mesa, abre-a e lê: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Depois explica: - É Jesus quem nos garante isso que eu acabo de ler. Pois bem, no nome de Jesus eu lhe garanto que não farei

  10. nenhuma falsidade contra você. Notando a confiança de Natalí ele lhe pede que se deite no divã no meio da sala e vai se sentar ao lado dela. Com maneiras e palavras suaves ele lhe pede para fechar os olhos e imaginar que está no mesmo quarto onde dormiu o sono que vai agora repetir. Diz que ela nada deve temer porque, como por milagre, o mundo voltará a ser novamente muito bom e que ele vai contar regressivamente de dez a um e que enquanto ele estiver contando ela vai dormir e que mesmo dormindo vai poder falar com ele. Tão logo adormece Natalí começa a se remexer inquieta e o

  11. analista pede que lhe conte o que está acontecendo. -- Estou sentada numa das depressões do muro baixo e ondulado que existe ao lado da minha casa... Vejo que um bebê recém-nascido envolto num cobertor está deitado em outra depressão. Ele está vermelho de tanto chorar e remexer as perninhas e os bracinhos apertados pelo cobertor. Agita a cabeça, e a boca aberta mostra a garganta no choro interminável... Tem um mexicano sentado em outra depressão. Tranqüilo ele fuma um cigarro enquanto olha para as muitas pessoas que passam pela calçada em frente ao muro. Natalí começa a ofegar e o analista quer conhecer o motivo da aflição.

  12. -- O mexicano está me dizendo que o bebê está com uma doença incurável e que foi deixado ali para morrer... Ninguém socorre o bebê... - começa Natalí a repetir entre soluços angustiados e o analista manda que ela acorde. Insight e catarse Natalí desperta e vê o analista consultando as anotações que fez num pequeno bloco de papel que segura na mão esquerda. Depois o ouve falar: Agora você vai saber o que a estava enganando, fazendo-a pensar que o mundo é mau. A menina se levanta com animação e o analista lhe pede que volte a deitar-se. Aí lhe diz:

  13. -- Desta vez você não vai dormir. Em seguida ele faz a menina entender como o consciente e o inconsciente de uma pessoa funciona e se comunicam entre si. Depois ele descreve o pesadelo e acrescenta que aquela narrativa tem pelo menos uma palavra que agirá como uma chave que vai abrir a porta entre esses compartimentos da mente dela. De tal modo, acrescenta, que o seu consciente conseguirá ver o acontecimento verdadeiro que deu origem ao pesadelo e tanto a entristeceu. Então continua: -- Você vai fechar os olhos e ouvir cada uma das palavras que eu extraí do seu pesadelo. Vai procurar não pensar em nada e deixar que somente as palavras

  14. flutuem na sua mente, sabendo que num dado momento uma delas revelará o que de fato sucedeu, dando origem ao que você sonhou. Está pronta para começar? -- Estou - responde Natalí com firmeza. Mexicano... - Natalí ouve e não esboça uma reação. Então ele continua:- Muro... Ondulação... Enfermidade...Incompreensão... Multidão... Indiferença! Natalí escancara os olhos e se senta rápido, rosto iluminado por um bonito sorriso que logo se transforma em sonoras gargalhadas. O analista se levanta e chama os pais da menina. Quando os vê ela pula da cama, corre para eles, abraça as pernas de ambos e

  15. com a face voltada para cima fala emocionada: Mundo lindo, mãe!... Mundo bom, pai! Os pais a pegam nos braços e entre abraços e choros eles se beijam felizes. O psiquiatra convida-os a se assentarem à Supra-Terapia -- Vocês se lembram daquela boneca com rosto de cerâmica e corpo de pano que nós vimos na vitrine de uma loja quando fazíamos as compras para o Natal, ha três dias atrás? – Natalí pergunta aos pais e eles se lembram - Lembram do que a vovó disse? -- Tua avó ficou mal impressionada com ela. Mas o que ela disse? - pergunta-lhe o pai. -- “Puxa, que coisa horrível! Parece um bebê aleijado” - responde Natalí esforçando

  16. uma careta para imitar a expressão da avó ao falar. - Essa cena foi para o meu inconsciente como uma atitude má das pessoas que atulhavam as ruas do centro da cidade e olhavam indiferentes para um bebê que fora abandonado para morrer. Mas a que assumiu para mim o papel de um bebê verdadeiro abandonado ali para morrer por estar padecendo de moléstia incurável. -- Doutor, o que o senhor realizou deve ter preço elevado, mas eu quero dizer-lhe que esse feito sempre superará o valor que alguém lhe possa atribuir. -- Está bem, eu também aceito o pagamento de valor incomparável - começa o analista a responder, divertindo-se com o olhar precavido daquele pai - O recibo com o custo da terapia será remetido por correio,

  17. pois eu também não desejo desmerecer o que é digno de maior estima. Essa segunda dívida vocês poderão resgatar através de um compromisso que só lhes custará uma boa dose de boa vontade. -- Fale-nos desse compromisso ao qual o senhor nos indica - diz a mãe de Natalí. -- O compromisso é com a verdade pura e não com as especulações que sobre ela é costume fazer a título de verdade. Mas não pensem num compromisso formal. Vocês crêem na Bíblia? -- Nós a lemos regularmente - responde o pai. -- A Bíblia classifica a falsidade como semente maligna que germina no terreno que lhe é propício: a nossa natureza imperfeita - começa o analista a colocar

  18. os termos do compromisso -. Nós não temos recursos próprios para combater esse estado mau da personalidade. Contudo, pela fé em Jesus que é o recurso de Deus contra a mentira, formamos a nossa resistência. A Bíblia registra as seguintes palavras de Jesus: “Eu sou a verdade”. Considerem que essa definição é singular... – o analista arregala os olhos tentando dar maior consistência aos termos da consideração que acaba de propor. –. Em outra ocasião Jesus ora pelos que nele criam e pelos que ainda haveriam de crer e pede ao Pai: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Essa palavra é a Bíblia e ela nos revela que a verdade é Jesus. E onde está a verdade a mentira não tem mais poder. Assim, a

  19. verdade é o caminho de encontro com Deus. Por outro lado a Bíblia afirma que o diabo é o pai da mentira, e o primeiro truque da mentira consiste em levar o homem a duvidar que a mentira tem por pai o diabo. Como se vê não nos convém qualquer ligação com a mentira. Nem mesmo a que nos pareça de todo inofensiva. -- Esse é o preço que devemos pagar? - pergunta o pai de Natalí e o analista diz que sim. -- Negócio fechado, doutor - exclama ele e a mulher confirma: -- Negócio fechado! O analista olha para Natalí e ela levanta o dedão da mão direita numa animada aprovação.

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