1 / 30

O ATENEU RAUL POMPÉIA (1888)

O ATENEU RAUL POMPÉIA (1888). O ATENEU AUTOR: RAUL POMPÉIA ESCOLA LITERÁRIA: NATURALISMO ANO DE PUBLICAÇÃO: 1888 GÊNERO: ROMANCE MEMORIALlSTA TEMA: A CORRUPÇÃO NO INTERNATO DIVISÃO DA OBRA: 12 CAPÍTULOS LOCAL: RIO DE JANEIRO NARRAÇÃO: 1ª PESSOA - SÉRGIO (PERSONAGEM-­NARRADOR).

hastin
Download Presentation

O ATENEU RAUL POMPÉIA (1888)

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. O ATENEU RAUL POMPÉIA (1888)

  2. O ATENEU AUTOR: RAUL POMPÉIA ESCOLA LITERÁRIA: NATURALISMO ANO DE PUBLICAÇÃO: 1888 GÊNERO: ROMANCE MEMORIALlSTA TEMA: A CORRUPÇÃO NO INTERNATO DIVISÃO DA OBRA: 12 CAPÍTULOS LOCAL: RIO DE JANEIRO NARRAÇÃO: 1ª PESSOA - SÉRGIO (PERSONAGEM-­NARRADOR)

  3. O AUTOR Raul de Ávila Pompéia Quando? 12 de Abril de 1863 Onde? Jacuecanga , Angra dos Reis, RJ. Destino: Rio de Janeiro, aos 10 anos Estudos: - Colégio Interno Abílio, onde se destacou pelo gosto da leitura, redigiu e ilustrou o jornalzinho "O Archote". - Colégio Pedra 11, 2º grau em 1879. 1º livro: Uma tragédia no Amazonas - 1880 - Fac. de Direito do Largo de São Francisco Participa de movimentos abolicionistas e republicanos. - Recife, em 1885, termina o Curso de Direito.

  4. O AUTOR 1888 - ano da abolição da escravatura - "O Ateneu“ Trabalho: - professor de Mitologia da Escola Nacional de Belas Artes, após a Proclamação da República. - diretor da Biblioteca Nacional em 1894, cargo do qual foi deposto um ano depois, acusado de desacato ao Presidente da República. Polêmico: - marcou um duelo de espadas com Olavo Bilac. - foi ofendido por Luís Murat, num artigo com insinuações que manchavam sua honra. Conseqüência: suicídio, em 1895, aos 32 anos de idade, no dia de Natal. Antes de morrer, porém, escreveu: "À Notícia (um jornal da época) e ao Brasil, declaro que sou um homem de honra."

  5. OBRAS Romance - Uma tragédia no Amazonas (1880); - As jóias da Coroa (1882); - O Ateneu (1888). Conto - Microscópicos (1881) Poema - Canções sem Metro (1990)

  6. A ESCOLA LITERÁRIA - NATURALISMO A sociedade brasileira passa por modificações: - a abolição da escravatura, - a proclamação da República, - a vinda dos imigrantes europeus para o Brasil, - a luta de classes, - a segunda fase da Revolução Industrial, - influências das teorias do Positivismo, de Taine, e do Evolucionismo, de Darvin. Essas mudanças refletiram na literatura, que mudou seu perfil romântico e passou a ser realista e naturalista. O novo estilo iniciou-se em 1881 com a publicação de duas obras: "O mulato", de Aluísio Azevedo, de tendência naturalista, e "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, de tendência realista.

  7. CARACTERÍSTICAS Determinismo: personagem condicionado pelos fatores: raça-meio-momento. Cíentificismo: aplicação do método experimental à literatura. O Patológico: as doenças começam a fazer parte de seus personagens. Quanto à forma: Linguagem simples; Clareza, equilíbrio e harmonia na composição; Preocupação com detalhes; Descrição e narrativa lenta; Impessoalidade.

  8. CARACTERÍSTICAS Quanto ao conteúdo: Determinismo; Objetivismo científico; Temas de patologia social (destaque às situações e personagens anormais, doentios e desequilibrados, mórbidos); Observação e análise da realidade; Zoomorfismo; “Despreocupação com a moral“; Literatura engajada.

  9. PERSONAGENS CENTRAIS Sérgio: - narrador-protagonista da história; - no momento da narrativa, Sérgio é um adulto e escreve suas recordações desde o momento em que fora para o colégio interno aos 11 anos de idade; - enquanto conta a história, o garoto vai perdendo sua ingenuidade e torna-se um adulto cético, pessimista, irônico e amargo (pode-se dizer que é Raul Pompéia que fala de sua própria vida).

  10. PERSONAGENS CENTRAIS Aristarco: - é o grande pesadelo da vida de Sérgio; - mesquinho, autoritário, corrupto e dinheirista. - é o diretor do Ateneu; - etimologicamente, seu nome significa (aristos = ótimo; arqué = governo)  o governo dos bons ou ótimo governante. Ele acreditava nisso, afinal era de origem nobre,parente de um Visconde do Norte.

  11. Aristarco descrito por Sérgio: “Osgestos, calmos, soberanos, eram de um rei - o autocrata excelso dos silabários; a pausa hierática do andar deixava sentir o esforço, a cada passo, que ele fazia para levar adiante, de empurrão, o progresso do ensino público; o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral. Retorça-se sobre tudo isto um par de bigodes, volutas maciças de fios alvos, torneadas a capricho. Em suma, um personagem que, ao primeiro exame, produzia-nos a impressão de um enfermo, desta enfermidade atroz e estranha." (cap.l)

  12. PERSONAGENS CENTRAIS Ema: - mulher de Aristarco; - tem dois filhos: Jorge, um garoto rebelde de 15 anos que se recusa a beijar a mão da princesa ("Era republicano o pirralho”, e uma moça chamada Amália, noiva de um dos estudantes do colégio, Rômulo; - etimologicamente, Ema é o anagrama de mãe, e ela exerce esse papel entre os meninos do internato; mas também habita os sonhos dos garotos, já que é uma das únicas mulheres que povoam seu universo.

  13. Ema descrita por Sérgio: "Bela mulher em plena forma prosperidade dos trinta anos de Balzac, formas alongadas por graciosa magreza, erigindo, porém, o tronco sobre quadris amplos, fortes como a maternidade; olhos negros, pupilas retinas, de uma cor s6, que pareciam encher o talho folgado das pálpebras; de um moreno rosa que algumas formosuras possuem, e que seria também a cor do jambo, se jambo fosse rigorosamente o fruto proibido." (cap.l)

  14. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Ângela: criada de Aristarco. "Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que parecem conformados expressamente para esposas da multidão.” (cap. V) Os rapazes do internato: Rebelo - Sanches - Bento Alves - Egbert Franco - Rômulo - Nearco da Fonseca - Silvino

  15. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Os rapazes do internato: Rebelo: - garoto honrado e estudioso; - único que não se deixava levar pela questão da homossexualidade; - é ele quem alerta Sérgio sobre os perigos do Ateneu. Sanches: - rapaz de mau caráter; - ajuda Sérgio nos estudos, mas tem intenções de trocar carícias com o garoto.

  16. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Os rapazes do internato: Bento Alves: - garoto que trabalha na biblioteca e apaixona-se por Sérgio; - possui desvio de conduta; - ao se ver abandonado pelo amigo, chama-lhe para uma luta corpo-a-corpo; - abandona o internato após a briga. Egbert: - amigo verdadeiro de Sérgio; - Sérgio o admirava tanto que, pela descrição, não se sabe se é amor de irmão ou de amante.

  17. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Os rapazes do internato: Franco: - é o "bode expiatório" do colégio; - largado pelo pai que, como tantos outros, acreditava que o colégio daria um corretivo no filho; - é constantemente humilhado pelos professores e vive de castigo; - morre doente, praticamente abandonado, no internato. Rômulo: - candidato a genro de Aristarco; - rico e gordo; - garoto desprezível e corrompido pelo sistema.

  18. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS Os rapazes do internato: Nearco da Fonseca: - garoto rico, de excelente estirpe; - grande ginasta; - inteligente, foi membro representante do "Grêmio Literário Amor ao Saber". Silvino: - inspetor corrupto do Ateneu.

  19. ENREDO • Obra publicada originalmente em folhetins, no jornal • Gazeta de Notícias, a partir de abril de 1888. • Obra considerada memorialista. • O personagem-narrador, Sérgio, adulto, mostra suas • memórias de infância e adolescência num internato para • meninos de nome Ateneu, local em que entrara aos 11 • anos de idade e no qual passara dois anos de sua vida. • O colégio é dirigido por Aristarco Argolo Ramos, da • conhecida família do Visconde de Ramos, um déspota • que se mostra muito mais comerciante do que pedagogo • e recolhe alunos provenientes de famílias respeitáveis • de todo o Brasil.

  20. ENREDO • O Ateneu era conhecido como um colégio rigoroso, que • não tolerava a imoralidade de forma alguma. Mas, • quando Sérgio entra nesta instituição, descobre a dura • realidade de um sistema marcado por distinções • financeiras e políticas. • Sérgio, ao entrar no internato, é apresentado à • corrupção e à imoralidade que impera no lugar. • Através de suas memórias, ele relembra fatos que • gostaria de ter sido esquecido: são lembranças de seus • amigos que vivenciaram junto com ele a falsidade, o • despotismo, o homossexualismo, a deformação de • caráter, as tentativas de homicídios, o ódio, enfim, • situações que não combinavam com a oratória • convincente de Aristarco.

  21. ENREDO • Sérgio, como forma de vingança de toda essa • humilhação, por raiva de ainda lembrar coisas ruins, põe • fogo no Ateneu, para que tudo se pagasse de sua • memória. • Com o Ateneu em chamas, a vingança se concretiza: • Aristarco perde seu domínio e seu império entra • ainda mais em ruínas quando a própria mulher o • abandona. Agora o tirano está sozinho em seu trono! • “Do interior do prédio, como das estradas de um animal que morre, exalava-se um rugido surdo e vasto. Pelas janelas, sem batentes, sem bandeiras, sem vidraça, estaladas, carbonizadas, via-se arder o teto; desmembrava-se o telhado, furando-se bocas hiantes para a noite. Os barrotes, acima de invisíveis braseiros, como animados pela dor, recurvavam crispações terríveis precipitando-se no sumidouro.” (cap.XII)

  22. A ESTRUTURA • Romance narrado em primeira pessoa, pelo personagem • Sérgio. • Romance classificado pelo próprio autor de “crônica de • saudades”. • Para expor suas memórias, a obra apresenta-se dividida em 12 capítulos, os quais podem ser agrupados em quatro partes: • 1ª – O Ateneu visto antes da entrada de Sérgio (cap. I) • 2ª – O primeiro ano de Sérgio no internato (cap. II a VII) • 3ª – O segundo ano do protagonista no Ateneu (cap. XIII ao XI) • 4ª – O incêndio que ocasionou a queda do Ateneu (cap. XII)

  23. A ESTRUTURA • O Ateneu nos leva a duas leituras: • A primeira: de cunho biográfico, traz a vida do próprio • Raul Pompéia à tona. • Comprovação da primeira leitura: • Coincidência de personagens fictícios com de vida • real: • - O Ateneu – colégio Abílio (internato em que • Raul Pompéia estudou durante cinco anos). • - Sérgio – Raul Pompéia • - Aristarco – D. Abílio César Borges • - Dr. Cláudio – Raul Pompéia (as idéias)

  24. A ESTRUTURA • O Ateneu nos leva a duas leituras: • A segunda, de ordem político-social, representando a • queda da monarquia, na figura de Aristarco Argolo de • Ramos. • Comprovação da segunda leitura do romance: • Raul Pompéia era republicano e abolicionista e passa • a idéia de desejo de liberdade para sua obra.

  25. A TEMÁTICA • A escola: • É vista como um meio hostil em que os alunos vivem • situações embaraçosas, como as humilhações, a • exposição à deslealdade, à corrupção, ao • homossexualismo e às amizades perigosas. • Crítica feita pelo autor à sociedade: “Não é o internato • que faz a sociedade; o internato a reflete.”(cap. XI) • A escola é vista pelos pais como um reformatório, um • local onde os meninos são depositados e preparados • para enfrentar a sociedade como homens.

  26. A TEMÁTICA • O homossexualismo: • Era comum os meninos mais frágeis sentirem atração • pelos mais fortes, os mais inteligentes, os mais • poderosos. • Sérgio tem aproximação direta com Sanches (porém, ao • sentir a intenções deste, ele rompe a relação). Com • Bento Alves ( o garoto que cuidava da biblioteca), ele • mantém uma relação de namorados, chegando até a • receber um buquê de flores. Em Egbert, ele encontra a • verdadeira “amizade”. • Habitantes de um mundo quase que exclusivamente • masculino, os meninos também tinham seus sonhos com • Ângela e Ema. Esta última, a mulher do diretor, era vista • por Sérgio com confusões de sentido: ora amor • platônico, ora amor de mãe.

  27. A TEMÁTICA • Os habitantes do Ateneu: • Os garotos do internato eram de famílias de posse; • chegavam crianças (Sergio tinha 1 anos) e saíam • “preparados” para a vida. • Longe dos pais e da família, eles buscavam em Aristarco • a figura paterna (porém, este não possuía esta • preocupação, já que era egocêntrico e só pensava nos • lucros) e em Ema, a imagem perdida de mãe. • No Ateneu, o normal era se tornar frustrado, • complexado, e homossexual. Em suas lembranças, • Sérgio descreve a figura dos amigos, às vezes, chegando • a enxergar na caricatura grotesca que faz de cada um • deles (características do Expressionismo).

  28. A TEMÁTICA • A corrupção: • O caráter de Aristarco era o mais duvidoso possível. Ao • contrário do que pregava em seus discursos, apresenta- • se como um ser imoral e corrupto. Dizia-se um grande • pedagogo, mas revela-se um preocupado comerciante. À • sua imagem e semelhança, mesmo que indiretamente, os • alunos se apresentam: eles entram com um caráter e • saem com outro. • A Linguagem: • Linguagem culta, com obediência total às normas • gramaticais. • Figuras de linguagem: comparação; personificação; • hipérbole; metáforas.

  29. A TEMÁTICA • O Estilo Literário: • Romance Naturalista, por suas características: • especialmente o modo com que aborda temas como • homossexualidade, traição, adultério. • Zoomorficação (atribuição de características animais ao • homem. • Tom descritivo. • Teoria do determinismo, de Taine, de que o homem é • determinado pela raça, pelo meio e pelo momento em • que vive.

  30. A TEMÁTICA “O Ateneu” também entra na linha do realismo: - crítica ferina e caricatural dos personagens e da instituição; - maior preocupação do autor com a análise dos fatos e dos personagens que com o enredo; - análise psicológica dos personagens; - o casamento aparece como instituição falida; - a mulher é vista como o demônio da sociedade.

More Related