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PALESTRA O profissional crítico: a busca da verdade e a formação de opinião Por Rodrigo Ratier

PALESTRA O profissional crítico: a busca da verdade e a formação de opinião Por Rodrigo Ratier www.reporterbrasil.com.br. MÍDIA. Conjunto dos meios de comunicação. Indústria fonográfica, cinema, literatura, teledramaturgia e. Meios jornalísticos (imprensa, rádio, TV, internet).

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PALESTRA O profissional crítico: a busca da verdade e a formação de opinião Por Rodrigo Ratier

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Presentation Transcript


  1. PALESTRA O profissional crítico: a busca da verdade e a formação de opinião Por Rodrigo Ratier www.reporterbrasil.com.br

  2. MÍDIA Conjunto dos meios de comunicação Indústria fonográfica, cinema, literatura, teledramaturgia e... Meios jornalísticos (imprensa, rádio, TV, internet)

  3. Jornalismo Notícia Fato VERDADE

  4. O que é a verdade? Parmênides (filósofo da Grécia Antiga)“A essência do ser é imutável” Só existe uma Verdade, com “V” maiúsculo. Heráclito (filósofo da Grécia Antiga)“Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio” Tudo é movimento e, portanto, instabilidade. O mundo muda, as pessoas mudam, as verdades mudam. Há 500 anos, negro não tinha alma, não era considerado um ser humano... Verdade como construção ideológica

  5. “Jura dizer toda a verdade, nada mais do que a verdade, somente a verdade?” Não! “Existem três verdades: a minha, a sua e a verdade mesma” (ditado popular) Os fatos não existem independentemente da interpretação que lhes damos, e toda interpretação pode ser questionada. Se eu pedir: “Escreva uma notícia sobre essa palestra” Teremos todos os textos absolutamente diferentes (e talvez todos verdadeiros. Verdade: fato mediado pela interpretação pessoal O que é a verdade?

  6. O discurso da mídia O mito da imparcialidade / objetividade “Julgar desapaixonadamente, de maneira reta e justa” (definição do dicionário Aurélio) A imprensa, de acordo com o mito da imparcialidade / objetividade, deveria colocar-se numa posição neutra e publicar tudo o que ocorresse, deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões. A batalha pelos corações e mentes ficaria restrita à página dos editoriais. Todo veículo se diz neutro, objetivo, imparcial, com compromisso apenas com a verdade. O que é a verdade?

  7. O discurso da mídia O mito da imparcialidade / objetividade Não existe objetividade absoluta no jornalismo. Ao redigir um texto e editá-lo, o jornalista toma uma série de decisões que são em larga medida subjetivas, influenciadas por suas posições pessoais, hábitos e emoções. (Manual de Redação da Folha de S. Paulo, 2a ed.) “Para a verdade sobre o que você lê abaixo, veja a página editorial” (Elmer Davies, falecido editor norte-americano) O que é a verdade?

  8. O que é a verdade? Capas de terça (07.03)

  9. Quer dizer que tudo é relativo? Não! “Quando não está em nosso poder discernir as opiniões mais verdadeiras, devemos seguir as mais prováveis, e considerá-las, na prática, como certas, porque a razão assim o determina” (Descartes) A verdade – e os valores – são precários e estão em constante mudança, mas são indispensáveis. Já que não tenho certeza de nada...Devo investigar com rigor as minhas dúvidas e defender uma a uma, através do argumento, todas as minhas conclusões provisórias. O que é a verdade?

  10. A lógica contra a mentira A mídia (jornal, revista, telejornal) mente? Sim. A mídia mente o tempo todo? Não. A mídia só divulga as idéias da classe dominante? Não – a manipulação não opera o tempo todo. Como não ser enganado pela mídia? Conhecendo o processo de comunicação. EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR

  11. A lógica contra a mentira Desde a antiguidade, o homem busca técnicas para se livrar das enganações e da mentira. No campo da linguagem e da lógica, várias ferramentas importantes. VAMOS CONHECER ALGUMAS DELAS!

  12. A lógica contra a mentira INDICAÇÕES DE LEITURA BERNARDO, Gustavo. Educação Pelo Argumento, capítulo 1, “A Premissa Maior”, p. 25 a 33, e capítulo 4, “A Preparação do Argumento”. Rio de Janeiro, Rocco, 2000. SAGAN, Carl. O Mundo Assombrado Pelos Demônios, capítulo 12, “A Arte Refinada de Detectar Mentiras”, p. 200 a 217. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.

  13. A lógica contra a mentira Principais formas de manipulação(em trechos de textos) Alguns princípios de lógica nos ajudam a não sermos enganados na leitura de notícias

  14. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado Pobres são maioria entre os presos. Logo,a criminalidade é causada pelos pobres. A realidade é múltipla. Nem sempre captamos todas as causas de um fenômeno (fenômenos complexos, causas complexas)

  15. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- A camisinha não protege contra o vírus HIV. A epidemia de aids cresceu justamente porque se confia nessa proteção. (argumento da Igreja Católica) B- Nos anos 1970, o cientista Linus Pauling lançou a idéia de que vitamina C em doses altas melhoraria a imunidade, preveniria gripes, resfriados e até câncer. “A vitamina C não demonstrou qualquer eficácia na prevenção ou tratamento de gripes e resfriados, em nenhum estudo realizado”. (D. Varella, FSP, 04.02.06) Desconfie dos argumentos de autoridade. É preciso provar o que se diz. Exija confirmação dos fatos

  16. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- O candidato Lula não completou sequer o primeiro grau. Portanto, não precisamos levar a sério suas propostas para a educação. B- Não ouviremos as posições do antropólogo Luiz Mott sobre o casamento gay: ele é homossexual. Não se ataca o argumentador, mas sim o argumento

  17. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado “Nesta eleição, vamos escolher entre um Sartre e um encanador” (Ruth Escobar, atriz, às vésperas da eleição presidencial de 1994) Não se ridiculariza a posição contrária

  18. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- Devemos instituir a pena de morte para desencorajar o crime violento. B- Precisamos criminalizar o MST para conseguir a paz no campo. C- Se os militares estivessem no governo, a bandidagem não estaria tão abusada. Não se deve supor a resposta

  19. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- Av. Faria Lima, Águas Espraiadas, Imigrantes, Minhocão, rodovia dos Trabalhadores: alguém aí consegue imaginar São Paulo sem todas essas obras feitas pelo Maluf? B- Inflação controlada, risco-país em baixa, economia crescendo: o Brasil vai muito bem, obrigado. Não se deve contar os acertos e esquecer os fracassos

  20. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- Antes de as mulheres votarem, não havia bombas nucleares. B- Antes de o MST existir, não havia tanta violência no campo. Falsa relação de causa e conseqüência(Um fato que acontece depois do outro não necessariamente foi causado pelo primeiro!)

  21. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado Crianças que assistem a programas violentos na televisão tendem a ser mais violentas. OU Crianças que tendem a ser mais violentas assistem a programas violentos? Dilema de Tostines: às vezes, não dá para saber o que é causa e o que é conseqüência

  22. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- Brasil, ame-o ou deixe-o. B- Se você não é parte da solução, é parte do problema. C- Na guerra contra o terrorismo, se você não está do lado do bem, está alinhado com o mal. Não se exclui o meio termo

  23. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A- Não temos dinheiro para financiar programas que alimentem crianças mal nutridas e eduquem garotos em idade pré-escolar, mas precisamos pôr a polícia nas ruas para conter a criminalidade. B- Ou se dá o peixe ou se ensina a pescar. Não se opõe curto e longo prazo. Uma ação não invalida a outra(falsa oposição)

  24. A lógica contra a mentira  Algumas regrinhas que ajudam a não ser enganado A – A empresa avisou que precisará passar por um redimensionamento do quadro de empregados. B – O governo fará ajustes no orçamento para garantir o superávit de 4,25%. Não se deixe levar pelos eufemismos. Não existem palavras neutras.

  25. A lógica contra a mentira Principais formas de manipulação(em um texto completo) • Substituição da informação pela opinião • Ocultação do fato • Descontextualização

  26. A lógica contra a mentira Indicação de leitura O que é jornalismoClóvis Rossi Coleção Primeiros Passos Ed. Brasiliense, 1990

  27. A lógica contra a mentira Opinião no lugar da informação Substituição inteira ou parcial da informação pela opinião Nos meios jornalísticos há espaço para – opinião (editorial, artigo, carta ao leitor)– informação (matérias, entrevistas, reportagens, cobertura, noticiário) Na prática, mesmo com boa fé, essa distinção completa é impossível!

  28. A lógica contra a mentira Ocultação de um fato Silencio deliberado sobre determinada realidade Quando as empresas de mídia não querem noticiar um fato, dizem que não se trata de um “fato jornalístico”. Com isso, há chance de que o leitor tome conhecimento de sua existência e, muitas vezes, o fato deixa de existir para a maioria das pessoas EXEMPLO: – Tudo o que não faz parte da “agenda” da grande imprensa: economia solidária, a maioria dos movimentos sociais etc.

  29. A lógica contra a mentira Descontextualização Seleção de aspectos isolados de um fato A informação perde todo seu significado original, criando uma outra realidade artificial. EXEMPLO: – matérias que não ouvem o “outro lado” (ou, quando ouvem, dão peso desigual aos dois lados)

  30. Estudo de Caso – Revista Veja O discurso publicitário: Assine a mais lida e comentada revista brasileira e entenda melhor todos os fatos da semana, no Brasil e no mundo. (...) Informação confiável e imparcial. (descrição da revista no site www.assineabril.com.br) Veja: Imparcial e Apartidária (slogan da revista na década de 1990)

  31. Estudo de Caso – Revista Veja O discurso patronal: PSC On-line (dez. 05)- Qual é a posição da Veja? Ela tem que ter uma posição? Roberto Civita, proprietário da Editora Abril - Eu não acredito na isenção de seres humanos. Objetividade total é impossível. Acho hipócrita qualquer órgão de imprensa afirmar que ele é objetivo. O que dá para fazer é se empenhar na busca da objetividade e do equilíbrio (...) Mas não significa não tomar posições. No caso específico de VEJA, os leitores já conhecem o ponto de vista da revista sobre quase tudo. Ela é absolutamente clara no que acredita.

  32. Estudo de Caso – Revista Veja Set. 05

  33. Estudo de Caso – Revista Veja Jan. 01

  34. Estudo de Caso – Revista Veja Jan. 06

  35. Estudo de Caso – Revista Veja Set. 00

  36. Estudo de caso – revista Veja “Quem é dono de seu próprio negócio tem a impressão que vai ficar muito mais difícil trabalhar se Lula ganhar a eleição. Quem tem uma casa para alugar pergunta o que lhes pode acontecer. Profissionais bem-sucedidos têm medo de perder o emprego.” Veja – novembro de 1989 (3 semanas antes do 2º turno)

  37. Estudo de caso – revista Veja Em setembro de 1994, a revista Exame fez um a reportagem de 14 páginas com o título: “Nunca foi tão fácil fazer a opção certa”. Na capa, cravou: “Por que Fernando Henrique é melhor”

  38. Estudo de Caso – Revista Veja Set. 05

  39. Estudo de Caso – Revista Veja Jun. 02

  40. Estudo de Caso – Revista Veja Set. 98

  41. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Ago. 97

  42. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Ago. 97

  43. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Jul. 98

  44. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Mai. 00

  45. A lógica contra a mentira Alguns casos famosos de manipulação “O agente James Bond, da série 007, tinha licença para matar. Estava autorizado a cometer crimes sem ser punido. O MST, chefiado por João Pedro Stédile (aqui numa montagem sobre foto de James Bond), também se sente autorizados a cometer crimes durantes suas ações” Veja – maio de 2000

  46. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Jun. 03

  47. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Estudo de caso Veja 18.06.2003 O RETORNO DA UDRAssociação dos fazendeiros se diz favorável a uma reforma agrária que gere eficiência e acabe com a favelização do campo

  48. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Estudo de caso Veja 18.06.2003 A INSEGURANÇA NAS FAZENDASFazendeiro armado no Pontal: a tática agora é usar familiares e empregados na defesa das fazendas e não mais contratar pistoleiros para fazer as patrulhas

  49. Estudo de Caso – Revista Veja e o MST Estudo de caso Veja 18.06.2003 A REAÇÃO AO MASSACREMilitantes com espingardas em Eldorado dos Carajás, onde os sem-terra foram massacrados em 1996

  50. Estudo de Caso – Revista Veja Por que a Veja é assim - Pauta enviesada. Sugestão deve vir acompanhada de uma tese. - Hierarquia rígida. Repórter  editor  editor- executivo  redator-chefe  diretor de redação  dono da Abril - Controle patronal. Roberto Civita (proprietário da ed. Abril) desce para aprovar as capas - Homogeneidade social da equipe. Olhar de classe média-alta sobre a pauta. - Pouco contato com a realidade. Direção vai pouco à rua.

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