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Carlos Cortes, DVM

Carlos Cortes, DVM. Praia da vitória 25 Março 2011. MANEIO NUTRICIONAL EM VACAS LEITEIRAS.

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  1. Carlos Cortes, DVM Praia da vitória 25 Março 2011

  2. MANEIO NUTRICIONAL EM VACAS LEITEIRAS O maneio alimentar das vacas leiteiras é um dos factores com maior incidência na produção de leite. Isto é ainda mais importante se considerarmos que o custo alimentar incide pelo menos em 50% do custo total do litro de leite. Por outro lado, uma boa alimentação permite melhorar a produção láctea, a saúde e reprodução do gado leiteiro. As vacas devem ser alimentadas de acordo com as suas necessidades nutricionais, que variam consoante o peso vivo, nível de produção e fase da lactação em que se encontram. Todos estes aspectos devem ser tomados em consideração de modo a formular um arraçoamento óptimo, que contemple uma correcta proporção entre forragem e concentrado.

  3. BACTÉRIAS PROTOZOÁRIOS A alimentação de um ruminante começa pela nutrição da sua microflora

  4. Necessidades nutricionais das vacas leiteiras Um dos aspectos mais importantes a ter em conta na alimentação das vacas leiteiras é que estas consigam tirar o maior partido possível do consumo de alimento, de forma a maximizar a produção. Uma série de factores podem influenciar o consumo voluntário dos ruminantes, em geral, e das vacas leiteiras, em particular: - Características específicas do animal. - Características do alimento administrado. - Efeito do tipo de maneio utilizado. - Efeito das condições climáticas. O consumo é importante, uma vez que é através dele que os animais ingerem os nutrientes que precisam para viver, produzir, reproduzir-se e outros. Os principais nutrientes são: açúcares, proteína, gordura, água, minerais e vitaminas.

  5. 1. Características específicas do animal As características específicas do animal, em conjunto com as características da ração são os factores mais importantes e sobre os quais existe maior quantidade de informação. Em termos mais simples, poder-se-ia dizer que o animal está capacitado para realizar um determinado consumo potencial, que por sua vez é afectado por uma série de factores, tais como: - Peso do animal - Rendimento em potencial de leite. - Fase de lactação. - Digestibilidade do alimento consumido pelo animal.

  6. Peso do animal Os investigadores são unânimes quanto ao papel preponderante desempenhado pelo peso do animal. Contudo, este não é independente do rendimento do leite e da qualidade da dieta consumida. Por exemplo, se considerarmos duas vacas com pesos idênticos, mas diferentes níveis de produção, o consumo mais elevado registar-se-á na que possa produzir maior quantidade de leite. Rendimento potencial O rendimento potencial de leite de uma vaca é uma característica genética do animal, resultante da capacidade produtiva transmitida pelos progenitores. O rendimento potencial de leite só se expressará se a alimentação administrada for a adequada, tanto em termos de quantidade como de qualidade. Quanto maior for o nível de produtividade dos animais mais eficientes se tornam no tocante à utilização do alimento. As necessidades de matéria seca aumentam cerca de 0,2 a 0,4 kg por kg/leite/dia produzido comparativamente a 9.000 kg de leite produzidos durante toda a fase de lactação. Isto significa que esta situação deve ser tomada em conta aquando do cálculo das necessidades energéticas do animal.

  7. Fases da lactação Na Figura seguinte pode observar-se que a produção máxima de leite é atingida entre o 45º e o 60º dia após o parto. O criador deve tentar atingir realmente o ponto de produção máxima, uma vez que cada litro a menos que o animal revele em relação ao seu potencial, significa uma diminuição de 180 litros em termos de produção. Por outras palavras, se um animal tiver a capacidade de produzir potencialmente 25 litros no pico da lactação mas não for adequadamente alimentado e apenas produzir 20 litros, existem 5 l de diferença entre o valor potencial e o valor realmente obtido. O que implica que a vaca irá produzir 900 litros a menos em todo o período de lactação (180*5=900). É por este motivo que é fundamental que o animal expresse realmente todo o seu potencial produtivo, devendo o factor consumo de ração ser perfeitamente ajustado pelo lavrador.

  8. LACTAÇÃO Produção de leite, consumo e peso vivo durante a lactação

  9. Na figura anterior constata-se que o consumo máximo está desfasado em relação à produção de leite. Por outras palavras, nos 2 primeiros meses de lactação a vaca encontra-se num período de balanço energético negativo. Face a esta situação, o animal “defende-se” mobilizando gordura corporal com o objectivo de suprir o défice de energia. Em geral, este comportamento regista-se em todas as vacas leiteiras, no entanto é possível “manipular” o ponto de produção máxima através de medidas de maneio alimentar. É assim que a utilização de rações permite antecipar o nível de “máxima produção láctea”. Ao observar a figura é bem patente que as necessidades nutricionais das vacas leiteiras variam em função da fase de lactação em que se encontrem. O consumo de proteína expresso como percentagem da dosagem total para o 1º, 2º e 3º terço da lactação deve ser 17, 15 e 13%, respectivamente, enquanto que o teor energético deve ser da ordem de 2,9 a 2,7 Mcal de energia metabolizável por kg de matéria seca.

  10. Como atrás foi referido o 1º terço é o período mais exigente em termos da alimentação da vaca leiteira, e a fase que requer maior esforço por parte do criador para suprir as necessidades nutricionais dos animais. É nesta fase que a vaca produz cerca de 45% do volume total de leite da lactação. No 2º e 3º terço vai produzir 32% e 23%, respectivamente. Ou seja, uma vaca de 6000 litros de leite na lactação produzirá 27 - 19,2 - 13,8 l/dia no 1º, 2º e 3º terço da lactação, respectivamente, por kg de matéria seca. As recomendações de consumo de matéria seca por kg de peso vivo durante as diferentes fases da lactação são as seguintes: 1º terço da lactação - 3,6% do peso vivo 2º terço da lactação - 3,0% do peso vivo 3º terço da lactação - 2,5% do peso vivo

  11. Em termos práticos significa que um animal com 500 kg de peso deve consumir 18 kg, 15 kg e 12.5 kg de matéria seca durante a 1ª, 2ª e 3ª fase da lactação, respectivamente. Designa-se por «matéria seca» “o que subsiste depois de se extrair a água de um determinado alimento”. É uma unidade utilizada para comparar o teor das diferentes forragens ou concentrados.

  12. A perda de peso em vacas leiteiras é inevitável. Contudo, a dimensão desta perda vai depender entre outros factores da alimentação pré-parto, grau de acumulação de reservas corporais, nível de produção da vaca e dieta administrada no início da lactação. Considera-se normal que uma vaca adulta perca cerca de 10% do seu peso durante os primeiros meses após o parto, aceitando-se como média 1,0 a 1,2 kg/dia. Portanto, do 2º ao 5º mês o animal deve manter o peso. Finalmente, a partir do 5º até ao 10º mês, deverá começar a aumentar, chegando ao momento de ser secada com um peso idêntico ao que apresentava pós parto. A partir daí, a vaca começa a aumentar de peso em consequência do crescimento do feto, chegando a ganhar cerca de 60 kg devido à gestação. É necessário referir que, do ponto de vista reprodutivo, enquanto a vaca perder peso dificilmente ficará prenhe. Por isso, é extremamente importante minimizar a perda e o período durante o qual a vaca leiteira perde peso.

  13. Características do alimento administrado às vacas. As vacas leiteiras caracterizam-se por serem muito selectivas quanto à alimentação. Por outro lado, uma vez que cortam a forragem com a língua precisam que o pasto tenha, no mínimo, 12 cm de altura, ou em caso contrário terão de caminhar bastante para obter o seu próprio alimento. De igual forma, as vacas conseguem distinguir quais são as forragens de melhor qualidade, e em relação à mesma planta, darão preferência às folhas sobre os talos. Sabe-se também que do total de forragem disponível administrada às vacas leiteiras, os animais apenas comerão cerca de 65%. Como é lógico, se diminuir a disponibilidade de forragem o consumo ressentir-se-á.

  14. A disponibilidade é afectada pelo número de animais por unidade de superfície (carga animal) e velocidade de crescimento das plantas que compõem o pasto. Por outras palavras, quanto maior for a quantidade de animais por unidade de superfície mais se ressentirá o consumo, uma vez que a cada um deles corresponderá menor quantidade de forragem. O crescimento das forragens varia em função da espécie e consoante a época do ano. Na Primavera-Verão, os pastos produzem cerca de 70% do volume total de forragem anual, o que implica que durante essa época o crescimento é muito rápido, sendo por isso o momento adequado para proceder à sua conservação sob a forma de ensilagem e/ou feno.

  15. Efeito das condições climáticas Os fenómenos meteorológicos com influência no consumo são: a temperatura, a humidade, o vento, a radiação, a chuva e a altitude. Os efeitos do clima sobre a produção animal podem ser directos ou indirectos. Directos porque afectam as necessidades energéticas dos animais. Indirectos, uma vez que têm influência na disponibilidade de forragem. Um dos factores mais importantes é a acção da temperatura. É sabido que influencia o consumo do alimento, de água , a produção e composição do leite, a taxa de gestações, etc. A produção máxima de leite é obtida com uma temperatura situada entre 14-21ºC. O principal problema climático é constituído pela associação chuva/vento. Todos os criadores de gado leiteiro terão tido ocasião de observar que quando existe chuva e vento os animais deixam de comer, o que implica uma queda da produção de leite. Face a esta situação é aconselhável que durante o Inverno os animais permaneçam estabulados durante todo o dia, ou pelo menos, durante a noite.

  16. ALIMENTAÇÃO DAS VACAS LEITEIRAS EM REGIME DE PASTOREIO Os sistemas produtivos de cerrados constituem o principal recurso forrageiro. A produção de leite em pastoreio é mais barata do que em sistemas com os animais estabulados durante todo o ano. A grande vantagem do regime de pastoreio consiste em que é a vaca a colher o seu próprio alimento. Contudo, o maior contra é que nessas condições não é possível estimar o consumo individual por cabeça, nem a variação individual, nem sequer o consumo de toda a manada. Como não se sabe qual é o consumo de energia e de outros elementos nutricionais, não é fácil administrar através do concentrado as quantidades adequadas de nutrientes para proporcionar uma dieta equilibrada.

  17. Num regime de pastagem é necessário ter em consideração a disponibilidade de forragem existente no campo. A colocação dos animais deve ser feita quando se verifique uma disponibilidade entre 2.000-2.500 kg de matéria seca por ha, o que corresponde aproximadamente na Primavera com uma altura de cerca de 15 cm. Este valor vai depender da densidade da pastagem e do período do ano em causa. Na Primavera a matéria seca da pastagem pode atingir 18-20%. Os dias em que as vacas leiteiras poderão pastar no cerrado vai depender de factores como a disponibilidade, número e peso dos animais, consumo de matéria seca (MS), período da lactação, entre outros. Consideremos o caso de um criador com as seguintes características: Número de vacas : 50 Disponibilidade de forragem : 2.500 kg. de matéria seca por hectare Percentagem de utilização : 65 % Peso das vacas : 500 kg. Consumo MS 1º terço : 3,6% do peso vivo

  18. Para calcular os dias que os animais poderão pastar, realiza-se o seguinte cálculo: Disponibilidade real de forragem de acordo com a percentagem de utilização 2000*0.65= 1300 kg de matéria seca. Consumo de matéria seca por animal = 500*0.036= 18 kg de MS Consumo das 50 vacas da manada = 50* 18 kg. MS = 900 kg de MS Dias de pastagem = 1300/900= 1,5 dias de pastagem nesse campo com todo o rebanho. Como norma de maneio é aconselhável em seguida à 1ª utilização, usar a mesma pastagem com animais de menor produção, gestantes ou em crescimento, uma vez que estes são menos selectivos e portanto ingerirão a forragem remanescente. Em relação aos diferentes níveis de necessidades dos animais, o criador de vacas leiteiras deve pelo menos dois grupos de animais, se bem que o ideal seja 3. Nestes grupos devem manter-se animais em fases de lactação semelhantes ou com níveis similares de produção.

  19. ALIMENTAÇÃO DE VACAS ESTABULADAS Numa perspectiva teórica, a alimentação das vacas estabuladas afigura-se mais fácil. Contudo, em termos do trabalho que requer é mais complicado e oneroso. Tal como em condições de pastoreio, os animais devem ser separados por grupos de acordo com a fase de lactação e nível de produção. Para realizar uma boa alimentação no período de Inverno, é fundamental realizar amostragens das silagens e fenos, remetidas a um laboratório especializado para análise. Devem ser determinados os níveis de matéria seca, proteína bruta e teor de energia metabolizável. O maneio alimentar invernal pode ser feito de duas formas: Administração de forragens e concentrados por separado. Utilização de alimentos completos. Na primeira alternativa, considera-se a administração de silagem, feno e ração, em comedouros instalados no recinto de estabulação ou na sala de ordenha.

  20. Com base no nível produtivo das vacas e composição das forragens pode ser determinada a quantidade de silagem ou feno e tipo de ração a administrar. De modo geral, a qualidade dos fenos e silagens produzidos na região varia em qualidade, ao longo do ano. O que implica a necessidade de formular rações em termos energéticos ou proteicos adequados e específicos relativamente à situação e contrariamente ao conceito antiquado de formulação genérica.

  21. O sistema de alimentação à base alimentos completos (unifeed) consiste na mistura proporcional de todos os ingredientes de modo que cada kg de ração apresente o mesmo teor proteico e concentração energética. Este sistema comporta uma série de vantagens : Não existe selecção entre os diferentes componentes do alimento. Quando se administra um nível adequado das forragens e ração é possível evitar uma eventual redução da matéria gorda do leite. Como desvantagens poder-se-á mencionar: Não permite a armazenagem. Uma vez feita a mistura tem de ser consumida. Requer «unifeeds», o que pressupõe um custo elevado. Contudo, pode ser realizado manualmente mas implica muito tempo. É indicado para manadas grandes. Não deve ser aplicável em período de pastoreio Para utilizar este sistema é necessário aplicar um número considerável de cálculos aritméticos, especialmente se se utilizar silagem, rolo de erva, ração ou outros na preparação.

  22. QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA A água é o nutriente que a vaca requer em maior quantidade e é extremamente importante para a produção de leite; A produção de leite diminui imediatamente se o nível de água for deficiente ou não for disponibilizada em quantidade ou qualidade suficientes  A vaca leiteira deve ter a possibilidade de regular o seu próprio consumo de água, em qualquer altura. ☞ Principais factores que influenciam a quantidade de água ingerida:  Ingestão de matéria seca  Produção de leite  Temperatura ambiental  Ingestão de sal Regra geral, a vaca lactante bebe 3.5 a 5.5 kg de água por kg de matéria seca ingerida. Por exemplo: uma vaca que coma 12 kg de matéria seca consome 12 x 4.5 = 54 kg de água/dia no mínimo.

  23. CONCLUSÕES As vacas leiteiras devem ser alimentadas de acordo com a fase de lactação em que se encontram. São particularmente importantes os primeiros 100 dias, período durante o qual o animal produz 45% do volume total de leite produzido durante toda a fase de lactação. É importante promover o máximo consumo de matéria seca nas vacas leiteiras, de forma a que os animais possam revelar todo o seu potencial produtivo.

  24. TRANSFORMANDO DESAFIOS EM OPORTUNIDADES

  25. MUITO OBRIGADO

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