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Reunião Técnica: Considerações técnico-científicas para subsidiar a formulação de políticas florestais (Ênfase Reserva Legal). Sistemas agroflorestais como alternativa para recomposição e uso sustentável das reservas legais. Tatiana Parreiras Martins.
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Reunião Técnica: Considerações técnico-científicas para subsidiar a formulação de políticas florestais (Ênfase Reserva Legal) Sistemas agroflorestais como alternativa para recomposição e uso sustentável das reservas legais Tatiana Parreiras Martins Programa de pós-graduação em ciências da engenharia ambiental Escola de Engenharia de São Carlos / Universidade de São Paulo
Objetivo: Abordar nos aspectos teórico e prático a possibilidade de uso de SAF para recomposição e uso sustentável das RL • Parte 1: Os sistemas agroflorestais constituem alternativa adequada para compor as reservas legais? Quais SAF possibilitam o cumprimento das funções dessas áreas protegidas? • Parte 2: É possível concretizar o cumprimento simultâneo das funções da reserva legal? Como? Quais são as metas para restauração e uso sustentável dessa área protegida? • Parte 3: conjunto de indicadores para avaliar e monitorar a sustentabilidade ecológica/ambiental de SAF para recomposição e uso sustentável das RL, em áreas de fisionomia florestal (tropical) Metodologia: revisão bibliográfica
Parte 1 Os sistemas agroflorestais constituem alternativa adequada para comporem as reservas legais? Quais SAF possibilitam o cumprimento das funções dessas áreas protegidas?
34 dos 43 estudos investigados, comparando a riqueza ou diversidade de espécies entre SAF e florestas adjacentes, apresentaram menor riqueza de espécies nos SAF (SCALES; MARSDEN, 2008) Propósito primário das áreas protegidas: proteção dos elementos silvestres da natureza, dos processos e habitats dos quais eles dependem O emprego de SAF em áreas protegidas é questionável; o potencial desses sistemas para cumprirem com objetivos de conservação é duvidoso
Seminário realizado em 2004 • Rede Brasileira Agroflorestal (REBRAF) • Secretaria de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente • Instituto Internacional de Educação do Brasil • Centro Mundial Agroflorestal (ICRAF) Conclusão: a maioria dos SAF praticados não apresenta nível suficiente de diversidade biológica interna para que esta opção possa ser autorizada para os objetivos de recuperação ambiental e uso sustentável das RL (MMA; REBRAF, 2005)
A sustentabilidade, os benefícios e o potencial dos SAF para conservação dependem: • da diversidade e estrutura do sistema • da paisagem onde está inserido • do manejo do sistema (podas, uso de insumos, retirada de produtos, etc.) Os SAF de mais elevado potencial para a conservação são: • mais próximos de habitatsintactos • mais diversificados • mais similares estrutural e funcionalmente aos ecossistemas naturais (BHAGWAT et al., 2008; JOSE, 2009, 2011, 2012; UMRANI; JAIN, 2010)
Apenas os sistemas agroflorestais complexos apresentam elevado potencial para a conservação em regiões florestais tropicais (MMA; REBRAF, 2005; SCHROTH et al. 2004) Sistemas agroflorestais complexos Caracterizados por estrutura similar a de florestas naturais, expressiva diversidade florística e um forte embasamento em princípios ecológicos, como a sucessão natural • SAF complexos atualmente adéquam-se e são conduzidos por pequenos produtores
Mesmo os SAF de elevada biodiversidade são pobres substitutos para as florestas naturais devido à falta ou baixa representação de muitas espécies dependentes de floresta (SCHROTH et al. 2004) Portanto • SAF, ainda que complexos, não devem ser promovidos em detrimento da vegetação natural remanescente • Devem constituir uma ferramenta complementar aos esforços de conservação, na restauração de ecossistemas e áreas degradadas
Parte 2 É possível concretizar o cumprimento simultâneo das funções da reserva legal? Como? Quais são as metas para restauração e uso sustentável dessa área protegida?
A conciliação da proteção ambiental ao desenvolvimento socioeconômico permanece um objetivo polêmico e questionável • Conciliação: Cloughet al. (2011), Ellis e Porter-Bolland (2008), Galvin e Haller (2008), Nautiyal e Kaechele (2007), Queiroz (2005) • Nãoconciliação: Alkanet al. (2010), Cortina-Villaret al. (2012), Gungor (2007), Niemeläet al. (2005), Phalanet al. (2011), Scales e Marsden (2008) • A busca e aprimoramento de práticas de desenvolvimento sustentável devem ocorrer fora das áreas protegidas (DUDLEY et al., 2010; LOCKE; DEARDEN, 2005)
A legislação brasileira propõe diversas funções para as reservas legais, mas não orienta como concretizar simultaneamente tais objetivos (IPEF et al. 2012) • É necessário definir critérios e metas claras para restauração e uso sustentável das RL nas diversas dimensões, preservando a flexibilidade para adequação às especificidades dos distintos contextos
Parte 3 Indicadores para avaliação e monitoramento da sustentabilidade ecológica/ambiental de SAF como alternativa para recomposição e uso sustentável das RL, em áreas cuja fisionomia é florestal (tropical)
Bases condutoras • Funções dadas pela Lei nº 12.651/2012 acerca das RL • Proteção da biodiversidade e processos ecológicos • Representação de informações chaves acerca da estrutura, composição e função do ecossistema • Fundamentação nos princípios e teoria de SAF complexos
Para o contexto da restauração: observação do nível de complexificação do ambiente demandado pelas espécies a serem implantadas no SAF
Pontos chaves • SAF não devem substituir remanescentes de vegetação natural • SAF constituem ferramenta promissora para restauração de ecossistemas • SAF complexos são aqueles que se aproximam de cumprir com objetivos de conservação e princípios da sustentabilidade • SAF complexos atualmente adéquam-se e são conduzidos por pequenos produtores • É necessário definir critérios e metas claras para restauração e uso sustentável das RL nas diversas dimensões, preservando a flexibilidade para adequação às especificidades de cada contexto • Espera-se que o conjunto de indicadores proposto adequadamente os SAF, de forma que se possa verificar a sustentabilidade ecológica/ambiental desses sistemas e sua adequação aos objetivos da RL
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Obrigada. Contato Tatiana Parreiras Martins tatiana.martins1@gmail.com