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China: Dimensões Estratégicas

China: Dimensões Estratégicas. Gilberto Dulpas. Introdução. A China é um gigantesco fenômeno que, nos próximos trinta anos, tanto pode disputar a hegemonia mundial com os EUA como espalhar tremores intensos pelo mundo afora.

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China: Dimensões Estratégicas

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Presentation Transcript


  1. China: Dimensões Estratégicas Gilberto Dulpas

  2. Introdução • A China é um gigantesco fenômeno que, nos próximos trinta anos, tanto pode disputar a hegemonia mundial com os EUA como espalhar tremores intensos pelo mundo afora. • Com o estouro de parte da bolha imobiliária, que sustentava parte das altas taxas de consumo naquele país resta descobrir se a demanda endógena chinesa, somada à da Índia, será suficiente para manter elevado o crescimento mundial.

  3. Introdução • Até aqui o estonteante crescimento chinês foi benéfico para a economia mundial, em especial para os países da periferia condenados a exportar produtos básicos. • Permitiu um aumento das reservas internacionais de Argentina, Brasil e Venezuela ao redor de 200%, transformando vários países da América Latina de devedores em aplicadores líquidos de recursos no exterior. • Será que esse quadro continuará?

  4. Introdução • Há sérias dificuldades para China e Índia manterem as trajetórias atuais de altíssimo crescimento. • Se China e Índia pretendessem atingir, em dez anos, um padrão de vida medido na paridade do poder de compra (PPP) equivalente à média atual do Brasil e do México, países ainda pobres, seria necessário à economia global gerar nesse período um PIB adicional no período próximo do atual PIB dos EUA (vide Quadro 1).

  5. Introdução • Com relação às previsões sobre o futuro chinês, há de tudo. • Robert Fogel, diretor de centro de pesquisa da Universidade de Chicago, projeta seu cenário provável para 2040: PIB (em PPPs) da China em US$ 123 trilhões, dos EUA em US$ 42 trilhões e da União Européia em apenas US$ 15 trilhões. • O fato de o Banco Mundial e o FMI, a partir de 1991, fazerem suas medições baseados na PPP, praticamente triplicou o valor do PIB chinês. • Mas em 2005, inseguro quanto à metodologia utilizada, o próprio Banco Mundial reviu-a produzindo novos cálculos. • Em conseqüência disso, o PIB chinês foi reduzido para 5,3 trilhões contra a estimativa anterior de 8,9 trilhões.

  6. Introdução • No outro extremo, há céticos radicais que ainda consideram uma falácia as atuais estatísticas oficiais chinesas. • Lester Thurow, garante que o crescimento real da China tem sido entre 4,5 a 6%, e não de 10%. E conclui, com convicção, que somente o século XXII talvez seja o da China. • Organizações internacionais criticam o “arremedo de democracia” do país - comparada aos “padrões ocidentais”- e um Estado centralizador e autoritário.

  7. Introdução • a OECD afirma que o maior obstáculo para a China ser uma força global em ciência e tecnologia é o predomínio estatal em Pesquisa & Desenvolvimento. • Mas reconhece os impressionantes avanços desde os anos 1970 que dão aos chineses o segundo lugar em pesquisas inovadoras, apenas atrás dos EUA. • As análises sobre a China são bastante contraditórias e mostram ainda baixa compreensão sobre toda a complexidade do “milagre chinês”.

  8. O fator China • Novo fenômeno da economia global • Um país de altíssimas taxas de crescimento • É de longe o maior beneficiário da globalização • A ascensão média da renda dos seus pobres e miseráveis é sensível • Mercado interno em grande expansão • Em consequência, melhorando o desempenho global dos indicadores sociais do mundo todo.

  9. O fator China • No período 1981-2004, o número de miseráveis no globo - com renda diária menor que US$ 1,08 - decresceu 33,8% totalmente devido ao desempenho da China. • Se a retiramos da amostra, este número se mantém estável. • O mesmo fenômeno ocorre com o número absoluto de pobres (renda menor que US$ 2,15 por dia). Com a China, o seu crescimento é desprezível. • Retirando-se este país do total global, o número aumenta em 33% (vide Quadros 2 e 3).

  10. O fator China • Como conseqüência dessa elevação da massa de renda, as vendas no varejo têm crescido intensamente. • Já ocasionando significativa pressão inflacionária (vide Quadro 4). • Sensível elevação do comércio externo, tanto das exportações quanto das importações (Quadro 5).

  11. O fator China • É enorme o acúmulo de reservas (Quadro 6). • O investimento estrangeiro direto em seu território é crescente (Quadro 7). • Há redução da relação yuan X dólar (Quadro 8). • Os grandes parceiros comerciais da China são, pela ordem, UE, EUA, Japão, ASEAN, Hong Kong e Coréia do Sul (Quadro 9).

  12. O fator China • Seu PIB igualou o da França e do Reino Unido e está se aproximando da Alemanha. • Com sua mão-de-obra ainda extremamente barata e bem qualificada, a China transformou-se no grande produtor mundial de bens de consumo durável para as corporações mundiais. • Isso lhe gera superávit de US$ 200 bi anuais com os EUA. • A sua ciência e tecnologia, após 20 anos de reforma, começa a jogar importante papel na inovação, e não só na cópia.

  13. O fator China • A China detém 75% da produção mundial de brinquedos, 58% do vestuário e cerca de 29% de todos os telefones celulares. • Seu mercado interno absorveu rapidamente 330 milhões de telefones celulares, 22 milhões de PCs e a utilização da Internet subiu de 620.000 usuários em 1997 para 94 milhões em 2004. • Há possibilidades de que o país venha a desenvolver suas próprias normas de controle da world wide web em concorrência direta com os EUA.

  14. O fator China • Em 2008 a China substituirá a Alemanha como campeã mundial de exportações. No entanto, as empresas estrangeiras só cobrem 13% do mercado interno chinês. • Em 2006 a China foi o terceiro maior produtor mundial de automóveis, irá ultrapassar a Alemanha e certamente estabelecerá uma larga base de produção global.

  15. O fator China • Mas, ao lado desse espetacular desempenho, há imensos problemas. • A enorme reserva de mão-de-obra rural chinesa, disposta a trabalhar a preços irrisórios, foi uma das condições essenciais para o atual modelo de crescimento do país. • A enorme demanda urbana de mão-de-obra nos parques industriais, na construção civil e nos serviços tenta abrigar um fluxo anual de 10 milhões de pessoas que migram a cada ano do campo para as cidades. • Dando origem a núcleos periféricos que - além de “cidades-dormitório”

  16. O fator China • Porém, uma das conseqüências desse processo é a fragilização dos laços entre o cidadão e seu município. • Com isso, já existe um exército de cerca de 80 milhões de chineses miseráveis dispostos a trabalhar pelo país afora como semi-escravos em tarefas informais de baixíssima remuneração.

  17. O fator China • Isso é ainda mais agravado pelo fato de que a China precisa alimentar 25% da população mundial com apenas 7% das terras aráveis; • Seu déficit energético é imenso; • É necessário produzir uma dezena de milhões de novos empregos por ano, num quadro de imensa desigualdade de rendas. • Isso exige uma enorme competência de governança, o grande desafio para esta nova geração de dirigentes do PCC, num país onde o papel do Estado ainda é muito maior que o do mercado.

  18. O fator China • O governo chinês coloca-se diante de três grandes desafios estratégicos: • Ultrapassar o modelo de industrialização baseado em alto consumo de energia, grande poluição e elevado investimento por outro baseado em tecnologia, baixo consumo de recursos naturais e reduzido impacto ambiental; • Superar a rota do conflito ideológico como forma de ascensão; • Construir uma sociedade socialista harmoniosa e democrática.

  19. A China e a OMC • Há cerca de 10 anos, quando a China ainda lutava por seu ingresso, os EUA resistiam alegando desrespeito chinês aos direitos humanos. • A lógica das cadeias produtivas globais faz dos EUA e da China verdadeiros irmãos siameses. • Os produtos de empresas norte-americanas – ou chinesas - fabricados a preços baixos na China mantêm a inflação dos EUA sob controle, mas são responsáveis por 30% do seu gigantesco déficit comercial de US$ 700 bi. • Em contrapartida os chineses destinam boa parte desse saldo para a compra de títulos do Tesouro norte-americano, ajudando a financiar seu rombo.

  20. A China e a OMC • Na OMC, os chineses desenvolvem pelo menos cinco estratégias simultâneas: • São abertos em tudo que lhes convém, haja vista terem se transformado no “chão de fábrica” das grandes corporações globais. • Mas também são altamente fechados no que lhes interessa. • Tecnologias de ponta intensamente desenvolvidas nos cerca de 60 centros de pesquisa criados a partir de 1988 pelo programa Torch; • Com seus 1.500 bilhões de reservas, para ganhar tempo a China compra pacotes tecnológicos inteiros no exterior, como fez com a área de lap-tops da IBM. • Ao mesmo tempo, o país continua sendo o maior “copiador” do mundo.

  21. A presença heterodoxa da China na OMC, com seu enorme peso e os interesses mundiais nela envolvidos, pode abrir novos espaços para os países da periferia.

  22. Conclusão • A China tem, portanto, uma dimensão estratégica fundamental associada aos caminhos futuros da lógica global. • A China tem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, é potência nuclear desde 1964 e ingressou no círculo das potências espaciais há bastante tempo. • Seu orçamento militar cresce a taxas de dois dígitos • Lidera uma crescente zona de influência regional no sudeste asiático e na Ásia central.

  23. Conclusão • Segunda maior reserva de divisas do mundo e o receptor do maior volume de investimentos estrangeiros diretos. • Sua dinâmica de crescimento induz de forma determinante todo o desempenho mundial. Enquanto que as projeções da ONU para 2008 apontam para um crescimento dos EUA entre -0,1 e 2,0% e da Zona do Euro entre 1,0 e 2,5%, para a China elas apontam um número entre 8,0 e 10,1% (vide Quadro 10).

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