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Argumentação José Augusto dos Santos Diniz
“Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisiniou.” Othon Moacyr Garcia
Argumentação • Argumentação ≠ Dissertação; • Dissertação: explanar, explicar ou interpretar ideias; • Argumentação: convencer, persuadir ou influenciar o leitor; • Exemplo: Professor de Filosofia – Existencialismo ou Marxismo; Positivista – Comte (buscando influenciar seus alunos). Formar a opinião do leitor
Argumentação • Condições da argumentação: • Princípios da lógica; • Cuidado: desvirtuamento da lógica • Ad hominem– xingamento, insultos, ironias e sarcasmos; • Ad populum– exposição ao ridículo ou execração pública. • Não valem como argumentos: preconceitos, superstições ou generalizações. Juízo de simples inspeção
Argumentação • Consistência dos argumentos: • Evidência • “Critério da verdade” – Descartes; • Espécies: Evidência de razão – chega-se a uma certeza pelo raciocínio; Evidência de fato – chega-se a uma certeza pela apresentação dos fatos. Consistência do raciocínio + evidência de provas
Tipos de argumento: • Argumentação por causa/consequência: • Dizer os porquês que sustentam sua tese. • Exemplo: • Paulo Coelho vendeu 41 milhões em todo o mundo. Ele é o 5º escritor que mais vende no planeta. • No Brasil, o critério para assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras é ter escrito um livro. • Assim, nada mais justo que Paulo Coelho assuma uma cadeira. • Assim (conectivo de valor conclusivo) – 2 argumentos de natura causal: Venda grande + preenchimento do requisito.
Tipos de argumento: Falsa relação de causa e consequência – sofisma. A televisão transmite todos os dias cenas de violência nos telejornais, nos filmes e até mesmo nos desenhos animados. Nossa sociedade é violenta. Logo, a causa da violência é a televisão. Sofisma por confusão entre causa e efeito.
Tipos de argumento: • Argumentação por exemplificação: • exemplo traz força à argumentação; • Importante escolher exemplos fortes. • Exemplo: • Os três criminosos foram condenados a 124, 47 e 7 anos de prisão. No Brasil, no entanto, a pena máxima é de 30 anos. Sem contar que pode haver soltura antes desse prazo devido a bom comportamento, ou mesmo, após cumprir 1/6 da pena. Esses jovens que praticaram crimes tão selvagens podem voltar às ruas em cinco anos. • Mas o pior é o caso do quarto criminoso, conhecido por “Bolinha”. Embora já seja maior de idade agora, não o era à época do crime. Ele deverá ser solto da Febem em novembro próximo. • Essa proteção exagerada ao chamado “menor de idade” precisa ser discutida.
Tipos de argumento: • Argumentação por dados estatísticos • frutos de pesquisas; • é preciso mencionar a fonte; • é preciso cautela; • Exemplo: • O ensino médio no Brasil é muito deficiente, porque este ano, só no Rio de Janeiro, foram reprovados 3 mil candidatos às escolas superiores, segundo o Instituto Paulo Almeida (IPA). • 3 mil candidatos é um número expressivo? E se comparado a 30 mil?
Tipos de argumento: • Argumentação por testemunho de autoridade: • Forma de sustentação da argumentação – mostrar opiniões de pessoas consideradas autoridades no tema em questão. • citar a fonte; • tornar opinião mais convincente: escolher pessoa na área; • fazê-lo com aspas (citação direta), ou parafrasear; • Exemplo: • As principais empresas comercializadoras de soja ligadas à Associação Nacional das Empresas Exportadoras de Óleos Vegetais anunciaram hoje que não vão comprar a safra que tenha provocado desmatamento na Amazônia. • “ A indústria de soja está dando um exemplo de respeito à floresta e aos consumidores, que não querem ser coautores da destruição da Amazônia”, disse Paulo Adário, diretor da Campanha da Amazônia.
Tipos de argumento: • Argumentação por contra-argumentação: • Imaginar posicionamentos contrários e rebatê-los; • refutar com consistência; • Exemplo: • “(...) Olho as revistas povoadas de mulheres lindas... e sinto uma leve depressão, me sinto mais só, diante de tanta oferta impossível. Vejo que no Brasil o feminismo se vulgarizou numa liberdade de "objetos", produziu mulheres livres como coisas, livres como produtos perfeitos para o prazer.(...)Talvez este artigo seja moralista, talvez as uvas da inveja estejam verdes, mas eu olho as revistas de mulher nua e só vejo paisagens; não vejo pessoas com defeitos, medos.”
Cuidado: • Tautologia: erro lógico, consistindo em, aparentemente, demonstrar uma tese, repetindo-a com palavras diferentes. • Essa criança é mal-educada porque os pais não lhe deram educação. • Joaquim é um ladrão, pois subtraiu um carro.
Referências: FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 1999. FURTADO, Lilian; PEREIRA, Vinícius Carvalho. Técnicas de redação para concursos: teoria e questões. 3. ed. São Paulo: Método, 2012. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.