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As Fun es Ps quicas e suas Altera es

Psicopatologia das Fun

amalia
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As Fun es Ps quicas e suas Altera es

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Presentation Transcript


    1. As Funções Psíquicas e suas Alterações Psicopatologia Prof. Érico Campos

    2. Psicopatologia das Funções Psíquicas O exame psíquico é fundamentado em uma teoria sobre as funções psíquicas e suas alterações Apesar do estudo das funções psíquicas e suas alterações constituir um fundamento absolutamente necessário para a psicopatologia, é preciso lembrar que não existem funções psíquicas isoladas ou alterações psicopatológicas compartimentalizadas desta ou daquela função Assim, é sempre a pessoa em sua totalidade que adoece Do mesmo modo, os transtornos psicopatológicos precisam ser compreendidos a partir de uma abordagem estrutural, uma vez que há uma relação dialética fundamental entre o conhecimento do elementar e do global

    3. Funções Psíquicas Elementares Consciência Atenção Orientação (vivências de tempo e espaço) Sensopercepção, Representação e Imaginação Memória Afetividade Vontade e Psicomotricidade Juízo de Realidade (delírio) Linguagem

    4. Consciência: Definições Neuropsicológica: o estado de estar desperto, acordado, vígil e lúcido, constituindo o que pode ser denominado nível de consciência Psicológica: soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado momento, constituindo o que se designa campo da consciência; é a dimensão propriamente subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade Ético-Filosófica: capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades concernentes a essa ética, constituindo a chamada consciência moral ou ética

    5. Campo da Consciência Ao voltar-se para a realidade, a consciência demarca um campo, no qual se pode delimitar: um foco: parte central mais iluminada da consciência e uma margem: periferia menos iluminada, mais nebulosa da consciência

    6. Alterações Normais da Consciência O sono normal é um estado especial da consciência, que ocorre de forma recorrente e cíclica nos organismos superiores A estrutura do sono compreende: Sono sincronizado não-REM (Estágios 1 a 4) Sono REM O sonho é um fenômeno associado ao sono considerado uma alteração normal da consciência São vivências predominantemente visuais e fenômenos psicológicos extremamente ricos e reveladores de desejos e temores, ainda que de forma disfarçada e indireta Pessoas com depressão grave e narcolepsia podem ter a arquitetura do sono invertida.Pessoas com depressão grave e narcolepsia podem ter a arquitetura do sono invertida.

    7. Alterações Patológicas da Consciência A consciência pode se alterar tanto por processo fisiológicos, normais, como por processos patológicos Os quadros patológicos são: Do ponto de vista quantitativo: rebaixamento do nível de consciência Graus: obnubilação, sopor e coma Síndromes patológicas associadas: delirium (síndromes confusionais agudas), estado onírico Do ponto de vista qualitativo: Estados crepusculares e estado segundo Dissociação da consciência Transe Estado hipnótico Experiência de quase-morte O termo amência era utilizado na psiquiatria clássica para designar quadros mas ou menos intensos de confusão mental por rebaixamento do nível de consciência, com excitação psicomotora, marcada incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios com aspecto de sonho (oniróide). Atualmente ela tende a ser designada pelo termo deliriumO termo amência era utilizado na psiquiatria clássica para designar quadros mas ou menos intensos de confusão mental por rebaixamento do nível de consciência, com excitação psicomotora, marcada incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios com aspecto de sonho (oniróide). Atualmente ela tende a ser designada pelo termo delirium

    8. Atenção: Definições A atenção pode ser definida como a direção da consciência ou o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto Refere-se ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas Pode-se discernir alguns tipos de atenção: Quanto à natureza: voluntária e espontânea Quanto à direção: externa e interna Quanto à amplitude: focal e dispersa Atualmente, subdivide-se a atenção nos seguintes aspectos básicos: Capacidade e foco de atenção Atenção seletiva Seleção de resposta e controle executivo Atenção constante e sustentada

    9. Anormalidades da Atenção As alterações da atenção podem ocorrer tanto em distúrbios neurológicos e neuropsicológicos como em transtornos mentais As principais alterações são: Hipoprosexia: alteração mais comum e menos específica da atenção, que envolve sua diminuição global Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção Hiperprosexia: estado da atenção exacerbada Distração: superconcentração ativa da atenção, com inibição de tudo mais Distraibilidade: estado de instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária Transtornos do humor (depressivo e bipolar), transtorno obsessivo-compulsivo, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são os que mais apresentam alterações da atenção. Transtornos do humor (depressivo e bipolar), transtorno obsessivo-compulsivo, esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são os que mais apresentam alterações da atenção.

    10. Orientação: Definições Diz respeito à capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente, constituindo um elemento básico da atividade mental Requer, de forma consistente, a integração das capacidades de atenção, percepção e memória É classificada em: Autopsíquica: orientação do indivíduo em relação a si mesmo, sua identidade Alopsíquica: capacidade de orientar-se em relação ao mundo, que envolve uma orientação Quanto ao espaço (orientação espacial) Quanto ao tempo (orientação temporal) Em relação à orientação espacial, a orientação temporal é mais fácil e rapidamente prejudicada pelos transtornos mentais e distúrbios neuropsicológicos e neurológicos, particularmente pelos que afetam a consciência.Em relação à orientação espacial, a orientação temporal é mais fácil e rapidamente prejudicada pelos transtornos mentais e distúrbios neuropsicológicos e neurológicos, particularmente pelos que afetam a consciência.

    11. Alterações da Orientação Os vários tipos de desorientação são diferenciados segundo a alteração de base que a condiciona: Redução do nível de consciência (torporosa ou confusa) Apática (abúlica) Delirante (comum a dupla orientação) Por déficit e memória imediata e recente (amnéstica) Por déficit intelectual (oligofrênica) Por dissociação (histérica) Por desagregação do pensamento Geralmente a desorientação ocorre, em primeiro lugar, em relação ao tempo. Só após o agravamento do transtorno, o indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, finalmente, quanto a si mesmo.Geralmente a desorientação ocorre, em primeiro lugar, em relação ao tempo. Só após o agravamento do transtorno, o indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, finalmente, quanto a si mesmo.

    12. Vivências do Tempo e do Espaço As vivências do tempo e do espaço constituem-se como dimensões fundamentais de todas as experiências humanas A dimensão temporal da experiência humana relaciona-se aos chamados ritmos biológicos A vivência do tempo pode ser qualitativamente distinta entre: Tempo subjetivo: interior ou pessoal Tempo objetivo: exterior, cronológico ou mensurável

    13. Anormalidades da Vivência do Tempo De modo geral, a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivos e rápida e acelerada nos estados maníacos. Outras alterações são: Ilusão sobre a duração do tempo: intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes, fases agudas e iniciais das psicoses e situação emocionais especiais e intensas Atomização do tempo: estado de exaltação e agitação maníaca Inibição da sensação de fluir do tempo: síndromes depressivas graves, esquizofrenia e pacientes ansiosos ou obsessivo-compulsivos

    14. Anormalidades da Vivência do Espaço A vivência de um estado de êxtase, marcado pela perda das fronteiras entre o eu e o mundo exterior, é comum em estados maníacos Nos quadros depressivos, o espaço exterior pode ser vivenciado como encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos outros Já o indivíduo com quadro paranóide vivencia o espaço interior como invadido por aspectos ameaçadores, perigosos e hostis do mundo Nos casos de agorafobia, por sua vez, o espaço exterior é percebido como sufocante, pesado, perigoso e potencialmente aniquilador

    15. Sensopercepção: Definições Sensação: fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. As diferentes formas de sensação são geradas por estímulos sensoriais específicos (visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos e cinestésicos). É considerada um fenômeno passivo. Percepção: tomada de consciência pelo indivíduo do estímulo sensorial. A percepção diz respeito à dimensão propriamente neuropsicológica e psicológica do processo. É considerada um fenômeno ativo

    16. Imagem e Representação O elemento básico do processo de sensopercepção é a imagem perceptiva real, ou simplesmente imagem A imagem é caracterizada pelas seguintes qualidades: nitidez, corporeidade, estabilidade, extrojeção, ininfluencibilidade voluntária, completude Já o fenômeno representação, ou, mais especificamente, imagem representativa ou mnêmica, se caracteriza por ser uma revivescência de uma imagem sensorial determinada, sem que esteja presente o objeto original que a produziu. É, portanto, a reapresentação de uma imagem na consciência, sem a presença real do objeto. A representação é caraterizada pelas seguintes qualidades: pouca nitidez, pouca corporeidade, instabilidade, introjeção, incompletude A imaginação é uma atividade psíquica, geralmente voluntária, que consiste na evocação de imagens percebidas no passado ou na criação de novas imagens (fantasia)

    17. Alterações da Sensopercepção Alterações quantitativas Hiperestesia: percepção aumentada em intensidade ou duração Hiperpatia: sensação desagradável produzida por um leve estímulo da pele Hipoestesia: percepção diminuída em intensidade ou duração Anestesias e analgesias: perdas sensoriais Parestesias e disestesias: alterações da sensopercepção Alterações qualitativas Ilusão: percepção deformada de um objeto real e presente (por rebaixamento do nível da consciência, fadiga ou inatenção graves e estados afetivos) Alucinação: percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real (comum em transtornos mentais graves). São, em geral, de caráter auditivo (principalmente esquizofrenia e transtornos de humor), visual (demências, esquizofrenia e intoxicações) e táteis (esquizofrenia, quadros histéricos e intoxicações) Alterações da imaginação: pseudo-alucinação e alucinação psíquica.Alterações da imaginação: pseudo-alucinação e alucinação psíquica.

    18. Memória: Definições Capacidade de registrar, manter e evocar as experiência e os fatos já ocorridos Tipos: cognitiva (psicológica), genética (genótipo), imunológica, coletiva (cultural) A memória psicológica é a de maior interesse psicopatológico, sendo composta de três fases ou elementos básicos: Registro (percepção, gerenciamento e início da fixação) Conservação (retenção) Evocação (recuperação ou recordação) Processo temporal de aquisição e evocação dos elementos mnêmicos: Imediata ou de curtíssimo prazo (até 3min) Recente ou de curto prazo (até 3-6 horas) Remota ou de longo prazo (de meses até anos) Tipos específicos de memória Explícita e implícita / Desclarativa e não-declarativa Trabalho Episódica Semântica Procedimentos

    19. Alterações da Memória Alterações quantitativas Hipermnésias: aceleração geral do ritmo psíquico Amnésias ou hipomnésias: disfunção da memória, podendo ser anterógrada ou retrógrada Alterações qualitativas (paramnésias): disfunção no processo de evocação de conteúdos mnêmicos Ilusões mnêmicas (falseamentos da memória) Alucinações mnêmicas (material básico para formação de delírios) Outros: fabulações, criptomnésias, ecmnésia, lembrança obsessiva e alterações de reconhecimento

    20. Afetividade: Definições Afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas Humor ou estado de ânimo: estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em determinado momento Emoção: estado afetivo intenso de curta duração, originado geralmente como reação a certas excitações Sentimento: comumente associado a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos Afeto: qualidade e tônus emocional que acompanha uma idéia ou representação mental Paixão: estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica como um todo, captando a atenção do indivíduo em uma única direção A vida afetiva ocorre sempre em um contexto de relações do eu com o mundo e com as pessoas, variando de um momento para outro à medida que os eventos e as circunstâncias da vida se sucedem

    21. Alterações da Afetividade Alterações do humor Distimia: alteração básica do humor, tanto no sentido de inibição como no de exaltação Depressão: tristeza patológica (antiga distimia hipotímica ou melancólica) Disforia: distimia acompanhada de tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada Euforia: alegria patológica (antiga distimia hipertímica ou maníaca) Elação: expansão do Eu Puerilidade: aspecto infantil, simplório e regredido Moria: alegria muito pueril, ingênua, boba Êxtase: beatitude e dissolução do Eu no todo Irritabilidade patológica: hiper-reatividade desagradável e hostil a estímulos exteriores

    22. Alterações da Afetividade Alterações das emoções e dos sentimentos Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva causado hiporreatividade (“tanto faz”) Hipomodulação: incapacidade de modular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial Inadequação ou paratimia: contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva Distanciamento ou empobrecimento: perda progressiva e patológica das vivências afetivas Embotamento ou devastação: perda profunda de todo tipo de vivência afetiva, incluindo aspectos observáveis como a mímica, postura e atitude Falta de sentimento: incapacidade para sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo paciente Andonia: incapacidade total ou parcial de sentir prazer com atividades da vida Indiferença: frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que apresenta (“bela” indiferença) Labilidade e incontinência: mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos e emoções Ambivalência: sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou objeto Neotimia: sentimentos e experiências afetivas inteiramente novos (esquizoforia)

    23. Ansiedade, Angústia e Medo A ansiedade é definida como estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável, incluindo manifestações somáticas e fisiológicas Do ponto de vista existencial, a angústia tem significado mais marcante, é algo que define a condição humana, é um tipo de vivência mais “pesada”, mais fundamental que a experiência de ansiedade Já o medo é caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso, diferenciando-se, assim, da ansiedade e da angústia, que são mais inespecíficas Fobias: medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidade de perigo real oferecidas pelos desencadeantes Pânico: reação de medo intenso (pavor) relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou excitação

    24. Vontade e Psicomotricidade: Definições A vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas instintiva, afetiva e intelectiva A psicologia classicamente utiliza o constructo motivação para estudar a vontade O ato volitivo se dá, de forma geral, como um processo, o chamado processo volitivo, no qual se distinguem os seguintes estágios sucessivos: Fase de intenção ou propósito: esboço das tendências básicas do indivíduo Fase de deliberação: ponderação consciente Fase de decisão: instante que demarca o começo da ação Fase de execução: execução dos atos psicomotores

    25. Alterações da Vontade Hipobulia e abulia: diminuição e abulição da atividade volitiva (quando intencional, ataraxia) Atos impulsivos: espécie de curto circuito do ato voluntário, no qual predominam as ações psicomotoras automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévias, de tipo instantâneo ou explosivo. São caracterizados pela incoercibilidade e pela forma egossintônica. Atos compulsivos: difere do ato impulsivo por ser reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. Ocorrem freqüentemente associados a idéias obsessivas e trazem sensação de alívio quando realizados

    26. Tipos de Impulsos e Compulsões Patológicas Agressivas auto ou heterodirigidas: automutilação, frangofilia (destruição de objetos), piromania e atos suicidas Relacionados à ingestão de substâncias ou alimentos: dipsomania (álcool), bulimia (alimentos), potomania (água) Relacionados ao desejo e comportamento sexual: fetichismo, exibicionismo, voyeurismo, pedofilia e pederastia, gerontofilia, zoofilia ou bestialismo, necrofilia ou vampirismo, coprofilia, ninfomania e satiríase, etc. Outros: poriomania (andar a esmo), cleptomania (roubo patológico), jogo patológico, compulsão por comprar, compulsão por internet ou videogame, negativismo e obediência automática, fenômenos em eco (ecopraxia, ecolalia, ecomimia, ecografia) e automatismos (psicomotores e psíquicos)

    27. Alterações da Psicomotricidade Assim como o ato motor é o comportamento final do ato volitivo, as alteração da psicomotricidade freqüentemente são a expressão final de alterações da volição Tipos de alterações Agitação, lentificação e inibição psicomotora Estupor: perda de toda atividade espontânea Catalepsia e flexibilidade cerácea: alterações exageradas no tônus postural Cataplexia: perda abrupta do tônus muscular Estereotipias, maneirismo e tiques motores: repetições automáticas e uniformes de determinado ato motor complexo Conversão: surgimento abrupto de sintomas físicos com origem psicogênica Alterações da marcha Hiperventilação psicogênica Apragmatismos e apraxias

    28. Pensamento: Definições Os elementos propriamente intelectivos do pensamento são: Conceitos: não apresentam elementos de sensorialidade e têm caráter geral, sendo puramente cognitivos e intelectivos Juízo: consiste na afirmação de uma relação entre dois conceitos Raciocínio: função que relaciona progressivamente os juízos e conceitos No processo de pensar distinguem-se: o curso, a forma ou estrutura e o conteúdo ou temática

    29. Alterações do Pensamento Elementos constitutivos Desintegração e condensação de conceitos Juízo deficiente (prejudicado) e alterações do juízo de realidade (delírio) Alterações do raciocínio e do estilo de pensar: Pensamento mágico e dereístico Pensamento concreto ou concretismo Pensamento inibido, vago e prolixo Pensamento deficitário (oligofrênico), demencial, confusional, desagregado e obsessivo Alterações do processo de pensar: Curso: aceleração, lentificação, bloqueio e roubo Forma: fuga, dissociação, afrouxamento, descarrilhamento e desagregação Conteúdo: persecutórios, depreciativos, religiosos, sexuais, poder ou grandeza, ruína ou culpa, hipocondríacos

    30. Juízo de Realidade: Definições Na psicopatologia do juízo, a primeira distinção a se fazer é entre o erro não determinado por processos mórbidos e as diversas formas de juízos falsos determinados por transtornos mentais Os erros são psicologicamente compreensíveis, enquanto o juízo delirante tem como característica principal a incompreensibilidade Da mesma forma, as crenças culturalmente sancionadas não devem ser confundidas com os sintomas psicopatológicos

    31. Alterações do Juízo de Realidade São, basicamente, de duas naturezas: Idéia prevalente ou sobrevalorada: são idéias que, por conta da importância afetiva que têm para o indivíduo, adquirem predominância enorme sobre os demais pensamentos. São egossintônicas e fazem sentido para o paciente (ex: juízos na anorexia e na hipocondria). Idéias delirantes ou delírio: são juízos patologicamente falsos. Dessa forma, é um erro do ajuizar que tem origem na doença mental. Seus principais indícios são: Convicção extraordinária (certeza subjetiva) Impossibilidade de modificação pela experiência (irremovível) Conteúdo impossível ou falso Produção idiossincrática em relação ao grupo cultural

    32. Dimensões do Delírio Grau de convicção: até que ponto o paciente está convencido da realidade de suas idéias delirantes Extensão: extensão com que as idéias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente Bizarrice ou implausibilidade: grau em que as crenças delirantes se distanciam das convicções culturalmente compartilhadas pelo grupo social Desorganização: até que ponto as idéias delirantes têm consistência interna (lógica própria e grau de sistematização) Pressão ou preocupação: o quanto o indivíduo está envolvido com suas crenças delirantes e se sente pressionado por elas Resposta afetiva: o quanto as crenças delirantes abalam ou tocam afetivamente o paciente Comportamento desviante: o quanto o paciente pratica atos estranhos, perigosos ou inconvenientes em função de seu delírio É importante discriminar o delírio primário (idéias delirantes verdadeiras), que expressa uma quebra radical da biografia do sujeito com transformação qualitativa de toda sua personalidade, do delírio secundário (ou idéias deliróides), que não é fruto de uma alteração primária do juízo, mas de alterações profundas em outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc.) Também são descritas formas de delírio compartilhado em duplas ou mesmo coletivo, em que um líder verdadeiramente delirante (delírio primário) e um grupo social sugestionável que acaba por compartilhar das convicções delirantes do líder (idéias deliróides ou crenças induzidas).É importante discriminar o delírio primário (idéias delirantes verdadeiras), que expressa uma quebra radical da biografia do sujeito com transformação qualitativa de toda sua personalidade, do delírio secundário (ou idéias deliróides), que não é fruto de uma alteração primária do juízo, mas de alterações profundas em outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc.) Também são descritas formas de delírio compartilhado em duplas ou mesmo coletivo, em que um líder verdadeiramente delirante (delírio primário) e um grupo social sugestionável que acaba por compartilhar das convicções delirantes do líder (idéias deliróides ou crenças induzidas).

    33. Estrutura dos Delírios Delírios simples ou monotemáticos: são idéias que se desenvolvem em torno de um só conteúdo, de um tema único, geralmente de um único tipo Delírios complexos ou pluritemáticos: são aqueles que englobam vários temas ao mesmo tempo, com múltiplas facetas, envolvendo conteúdos variados Delírios não-sistematizados: são delírios sem concatenação consistente, nos quais os conteúdos e detalhes variam de momento para momento Delírios sistematizados: são aqueles bem-organizados, com histórias ricas, consistentes e bem concatenadas, que mantêm, ao longo do tempo, os mesmo conteúdos Os delírios podem também ser classificados em congruentes ou incongruentes com o humor. Também é possível descrever um processo seqüencial no desenvolvimento do delírio, com períodos pré-delirantes, delirantes, de reorganização da realidade e residuais. Já em relação ao curso, podem ser classificados em agudos e crônicos.Os delírios podem também ser classificados em congruentes ou incongruentes com o humor. Também é possível descrever um processo seqüencial no desenvolvimento do delírio, com períodos pré-delirantes, delirantes, de reorganização da realidade e residuais. Já em relação ao curso, podem ser classificados em agudos e crônicos.

    34. Tipos de Delírio segundo o Conteúdo Delírio Persecutórios (mais comuns) Persecutório ou de perseguição Alusão ou auto-referência Delírios Projetivos Influência ou de controle Grandeza ou de enormidade Místico ou religioso Ciúmes e de infidelidade Erótico ou erotomania Delírios de Conteúdo Depressivo Ruína ou niilista Culpa e de auto-acusação Negação de órgãos Hipocondríacos Outros (menos freqüentes) Reinvindicação Invenção ou descoberta Reforma ou salvacionista Cenestopático e de Infestação Fantástico ou mitomaníaco Mecanismos formadores: Interpretação: delírio interpretativo Intuição: delírio intuitivo Imaginação: delírio imaginativo Afetividade: delírio catatímico Memória: delírio mnêmico Alteração de consciência: delírio onírico Alterações sensoperceptivas: delírio alucinatórioMecanismos formadores: Interpretação: delírio interpretativo Intuição: delírio intuitivo Imaginação: delírio imaginativo Afetividade: delírio catatímico Memória: delírio mnêmico Alteração de consciência: delírio onírico Alterações sensoperceptivas: delírio alucinatório

    35. Diagnóstico Diferencial Idéias prevalentes X Idéias delirantes Idéias obsessivas X Idéias delirantes Delírio X Alucinação

    36. Linguagem: Definições A linguagem é uma atividade especificamente humana, talvez a mais característica de nossas atividades mentaisj Elementos essenciais da língua ou idioma: fonético, semântico e sintático Funções da linguagem: comunicativa, suporte do pensamento, instrumento de expressão, dimensão artística/lúdica Há certa polêmica na literatura científica quanto à independência e à autonomia da linguagem em relação ao pensamento e à inteligência

    37. Alterações da Linguagem Alterações da linguagem secundárias a lesão neuronal identificável Afasia: perda da linguagem (expressão, compreensão ou global) Parafasia: formas mais discretas de déficit de linguagem Agrafia: perda da linguagem escrita Alexia: perda da capacidade de leitura Dislexia: disfunção leve de leitura Disartria: disfunção da articulação das palavras Disfonia: mudança da sonoridade das palavras Afonia: incapacidade de emissão de palavras e sons Disfemia: alteração da linguagem de origem psicogênica (inclui a gagueira) Dislalia: alteração da articulação da linguagem falada por omissão ou substituição de fonemas

    38. Alterações da Linguagem Alterações da linguagem associadas a transtornos psiquiátricos primários Logorréia: produção aumentada e acelerada da linguagem verbal (taquifasia), podendo haver perda da lógica do discurso Bradifasia: produção diminuída e lentificada da linguagem verbal Mutismo: ausência de resposta verbal oral Perseveração e estereotipia verbal: repetição automática de palavras ou trechos de frases de modo estereotipado Ecolalia: repetição involuntária e quase automática das últimas palavras ouvidas Palilalia: repetição automática e estereotipada das últimas palavras emitidas Tique verbal: produção de fonemas ou palavras de forma recorrente, imprópria e irresistível Coprolalia: emissão involuntária de palavras obscenas e vulgares Glossolalia: fala gutural e pouco inteligível (“falar em línguas”) As alterações de linguagem são comuns em: Esquizofrenia: neologismos patológicos, estilizações, rebuscamentos e maneirismos, “salada de palavras” e língua privada (criptolalia e/ou criptografia) Demência: parafasias, dificuldade em encontrar palavras, termos vagos, afasia nominal e perdas semânticas. Criança: falhas e atraso na aquisição (gagueira, fluência, mutismos eletivos, dificuldades fonético-articulatórias, dificuldade sintáticas e semânticas, dificuldades de leitura e escrita, etc.)As alterações de linguagem são comuns em: Esquizofrenia: neologismos patológicos, estilizações, rebuscamentos e maneirismos, “salada de palavras” e língua privada (criptolalia e/ou criptografia) Demência: parafasias, dificuldade em encontrar palavras, termos vagos, afasia nominal e perdas semânticas. Criança: falhas e atraso na aquisição (gagueira, fluência, mutismos eletivos, dificuldades fonético-articulatórias, dificuldade sintáticas e semânticas, dificuldades de leitura e escrita, etc.)

    39. Funções Psíquicas Compostas Consciência e Valoração do Eu Personalidade Inteligência

    40. Consciência do Eu: Definições No início do desenvolvimento psíquico da criança, não há, entre o Eu e o mundo exterior, discriminação e delimitação claras A noção de que algo existe “fora” (externo à criança) marca o instante de singular significação para a formação do que se entende por Consciência do Eu Características do Eu: Consciência da atividade do eu Consciência da unidade do eu Consciência da identidade do eu no tempo Consciência da oposição do eu em relação ao mundo O desenvolvimento do Eu “psíquico” está intimamente ligado ao desenvolvimento do Eu “corporal” Define-se imagem corporal ou esquema corporal como a representação que cada indivíduo faz de seu próprio corpo

    41. Valoração do Eu: Definições Identidade psicossocial: permite que o indivíduo se oriente em relação às outras pesssoas e ao seu meio ambiente físico e social, estabelecendo e delineando as fronteiras do Eu, corporal, do Eu mental e do Eu sociocultural Narcisismo: é um termo da teoria psicanalítica, que se refere, de modo global, ao direcionamento de amor do indivíduo para si próprio. A libido volta-se para o próprio Eu, deixando de investir no mundo e nas pessoas Auto-estima: refere-se a apreciação subjetiva e valorativa que o eu tem de si mesmo. A identidade psicossocial é uma fonte básica e significativa de auto-estima, reconhecimento social e legitimação

    42. Alterações na Consciência do Eu Despersonalização: é o sentimento de perda ou transformação do eu psíquico e corporal, marcado por um sentimento de estranhamento e infamiliaridade consigo mesmo, levando à profunda perplexidade. Desrealização: comumente associada à despersonalização, trata-se da transformação e perda da relação de familiaridade com o mundo comum São comuns alterações da imagem e do esquema corporal em alguns transtornos mentais, como: Depressão: peso, lentidão e dificuldade; fonte de sofrimento Mania: atividade, poder e vigor Esquizofrenia: profundas alterações do esquema corporal, com destaque para as vivências de influência sobre o corpo e para o esvaziamento ou roubo de partes do corpo Psicoses tóxicas também trazem alterações momentâneas do esquema corporal Histeria: erogeneização Quadros ansiosos e ataques de pânico: despersonalização corporal e sensação de morte iminente Quadros obsessivo-compulsivos: sujeira e contaminação Outros casos: hipocondria, anorexia e transtorno dismórfico corporal

    43. Alterações na Valoração do Eu Diminuição da valoração do Eu: sentimentos profundos de menos-valia, de redução da auto-estima e de autodepreciação. São encontrados principalmente nas depressões, mas também em inúmeras situações relacionadas à doença mental Transtornos de Identidade: estão relacionados à confusão de identidade, à desorientação em relação ao que o indivíduo é no contexto sociocultural, ao que esperam dele, como se sente, qual o seu lugar no mundo, etc.

    44. Personalidade: Definições Conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência. Classicamente, se distinguem níveis e aspectos da personalidade, como a constituição corporal, o temperamento e o caráter. Muitos autores se preocuparam em definir tipologias humanas como forma de discriminar tipos de personalidade. Outras abordagens valorizam modelos estruturais e psicodinâmicos, como a psicanálise, mas há também modelos oriundos de estudos empíricos e psicométricos, que são caracterizados por definições dimensionais mais estáticas

    45. Alterações da Personalidade As alterações da personalidade envolvem toda a estrutura subjetiva do sujeito, de forma que não implicam sintomas isolados. O estudo das suas alterações está intimamente ligado ao estudo dos transtornos de personalidade, que serão aprofundados na próxima unidade. O transtorno da personalidade foi, ao longo da história da psicopatologia, nomeado de diversas formas: desde insanidade moral e perversões, até transtornos de caráter e sociopatia. O termo mais popular na atualidade é o de psicopatia, embora seja ainda identificado a termos correlatos. No transtorno da personalidade, há uma marcante desarmonia que reflete tanto no plano intrapsíquico como no das relações interpessoais. Embora de modo geral produzam conseqüências muito penosas para o indivíduo e para as pessoas próximas, não são modificáveis pelas experiências de vida, tendendo, antes, a permanecerem estáveis ao longo de toda a vida

    46. Inteligência: Definições A inteligência pode ser definida como o conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo, a resultante ou o vetor final dos diferentes processos intelectivos. Refere-se à capacidade de identificar e resolver problemas e encontrar soluções satisfatórias para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural. A inteligência é um constructo, um modo de ver e estudo essa dimensão do funcionamento mental, construída historicamente pela psicologia, pela medicina e pela pedagogia. As principais habilidades incluídas nesse constructo são: raciocínio, planejamento, resolução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de idéias complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem a partir da experiência.

    47. Alterações da Inteligência Embora a psicologia tenha construído um extenso saber a respeito da inteligência, do ponto de vista da psicopatologia, o interesse pelas alterações dessa função restringe-se ao conceito de retardo mental É definido como uma condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto das capacidades mentais, manifestando-se pelo comprometimento das habilidades cognitivas que são adquiridas ao longo do desenvolvimento. O parâmetro quantitativo utilizado para definir o grau de retardo mental ainda é o convencional e ultrapassado quociente de inteligência (QI), por meio de escalas psiquiátricas “padronizadas” Dessa forma, temos: Inteligência limítrofe (QI 70-84), RM leve (QI 50-69), RM moderado (QI 35-49), RM grave (QI 20-34) e RM profundo (QI <20)

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